3º[p.3]

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(...)

– Estas melhor? – Mike falou à entrada do meu quarto.

– Sim, um pouco.

Ele suspirou e entrou no quarto.

– Contei à mãe e ao pai o que se tinha passado, não faz mal pois não?

– Não, eles iam acabar por saber quando os vizinhos dissessem que te viram a expulsar um rapaz

– Eles repararam que não estavas bem e que eu estava chateado com alguma coisa.

– Não faz mal Mikey.

Ele sorriu.

– À imenso tempo que não me chamavas isso Bee

– Ai não me chames isso – Eu disse e ri.

– Não te quero ver triste por causa do que se passou hoje ok? Ele não merece isso...

– Eu sei disso...

– Arranja outro maninha, sei lá, distrai-te, mas não fiques presa nele.

– Eu não fico.

– Vá, eu vou dormir, tu devias de fazer o mesmo. – Ele disse e levantou-se.

– Mike, o que se passou para chegares a casa tão cedo?

– O pai da Sophia apanhou-nos e expulsou-me lá de casa.

Não me contive e soltei uma enorme gargalhada.

– Isso ri-te. Tive que vir todo teso para casa porque o pai dela não nos deixou acabar, logo fiquei pior que estragado, depois chego aqui e vejo aquele otário cá em casa...como raio é que ele descobriu que vivemos aqui?

– Não sei, mas só de pensar nisso, dá-me arrepios.

– Bem, vou dormir, não penses nisso. Esta tudo bem agora. – Ele disse e saiu do quarto.

– Fecha a porta. – Eu pedi e ele fechou.

Olhei para o teto e suspirei, lembrando-me do que se tinha passado hoje. A sensação dos lábios dele, ele a agarrar-me, a voz dele, o cheiro dele, o sorriso dele. Tudo.

"Aniversário do 1º mês? Porque raio não me lembro?"

(...)

5 a.m

Sonho

Flashback

– Tenho uma surpresa para ti – Ouvi-o a sussurrar no meu ouvido.

– O que é? – Eu disse a sorrir, olhando para o Lucas de 14 anos.

– É uma surpresa. – Ele disse e sorriu.

– Oh, anda lá Lucas, o que é?

– Espera, tenho que ir procurar, não me lembro onde meti. – Ele disse e riu.

Ri também e observei-o a levantar-se e começar as voltas no quarto à procura do sitio onde tinha deixado o que quer que fosse que ele tinha para mim.

– Já sei onde esta. – Ele disse e correu para a sua mesinha de cabeceira.

Abriu a 2ª gaveta e no fundo da mesma, tirou um par de meias verdes escuras e azuis.

– Vais-me dar um par de meias? – Eu perguntei e olhei para ele surpreendida.

– Não, eu sei que era isso que querias, mas não – Ele disse a brincar. – Vou-te dar o que esta escondido dentro do par de meias.

– Oh e o que é? – Eu perguntei já a morrer de curiosidade.

Ele tirou uma chave do interior do par de meias e voltou a guarda-las dentro da gaveta.

– Uma chave?

– Não é apenas uma chave. É a chave. Esta chave é muito antiga, esta na família à gerações, e eu quero dar-ta a ti.

– Porque? O que é que ela abre?

– Um dia vais descobrir o que é que ela abre. Agora quero que a leves, e que a escondas no teu quarto, ou num outro sitio seguro, que só tu saibas que existe.

– Ok Lucas, eu vou fazer isso. – Eu disse e peguei na pequena chave.

– Feliz 1º mês – Ele disse a sorrir, revelando as suas covinhas perfeitas.

– Feliz 1º mês – Eu repeti e sorri também.

Flashback

Sonho

Abri os olhos de repente e encarei a escuridão do meu quarto. Sentei-me na cama e procurei o interruptor do candeeiro. Acendi o mesmo e levantei-me começando a dar voltas no quarto com as mãos na cabeça.

– É isso mesmo, aquela chave...Aquela chave vai abrir a caixa... – Eu falei baixo. – Mas onde raio é que eu a guardei?

Sentei-me na cama e apoiei a testa nas mãos. Tentei lembrar-me do que tinha feito nesse dia depois de ter estado com Lucas.

FlashBack

Entrei no quarto e pousei a pequena chave em cima da cama, fui tomar banho num instante e quando voltei para o quarto, Mike encontrava-se no mesmo com a chave na mão.

– Esta chave é do que?

– Não sei, encontrei-a na rua e guardei-a.– Eu menti.

– Porque é que guardaste uma chave que encontraste na rua?

– Porque é bonita e parece ser valiosa. – Eu disse e tirei-lhe a chave da mão.

– Tem calma, não ta vou roubar. Até porque não quero isso para nada. – Ele disse e revirou os olhos.

– Saí do meu quarto, quero-me vestir. – Eu disse arrogante e ele saiu fechando a porta.

Olhei para a chave na minha mão.

– Onde raio é que eu te vou guardar? – Eu falei baixo.

Olhei em volta do quarto e andei um pouco a ver se me lembrava de algum sitio. O chão começou a ranger. Baixei-me e bati num bocado de madeira. Parecia oco. Com a ajuda das minhas unhas e com algum esforço que quase me meteu a suar de novo, consegui levantar a pequena tábua solta e descobri uma espécie de compartimento secreto.

– Vieste mesmo a calhar.– Eu disse e sorri.

Meti a chave no seu interior e voltei a meter a tabua no sitio.

FlashBack

– Foda-se, mas porque é que me esqueci da chave? Que burra.

Deixei-me cair para trás e fechei os olhos. Voltei a abri-los.

– Tenho que lá ir. E acho que já sei quem vou levar comigo.


Life Guard || Nash Grier PtWhere stories live. Discover now