Miserable without ya

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Emily

Os dias passaram de presa e o mês praticamente voou. Faziam exatamente 33 dias,2 horas e 35 minutos  desde que eu e Alison nos metemos no nosso eterno e gostoso rolo. E eu? Bom ,eu estava bem. A alguns dias havia sido contratada de surpresa pela Chanel –sim ,a marca favorita de Alison- e agora ,bem...não tinha nada a reclamar. Era legal, mas ainda não há nada melhor do que me jogar no sofá com Hanna, Alison, Caleb, Toby e assistir a uma maratona de Friends durante o final de semana.

Uma vez disse a Alison que quando encontrasse uma pessoa certa eu iria me acertar na vida ,e a trinta e três dias venho mudando constantemente, me adequando a estilo de vida que que qualquer mulher quer ter na outra pessoa. Mesmo com nossa relação sendo de amizade profunda(muito profunda), eu a usava pra realizar tudo na minha vida. Não há explicação. Alison era tão...Alison! Sempre me dando frio na barriga e fazendo todo meu mundo girar em volta dela.

Nossos amigos sabiam por alto o que estava acontecendo, então não era um segredo quando saiamos pra algum quarto durante uma festa, ou naqueles dias mais românticos ,ficávamos sozinha na mesa bebendo e conversando. O modo como as coisas fluíam era bem natural e apesar de ambas estarmos livres não pisávamos fora da bolha que nos mantinha juntas.

Eu achei que as coisas com Alison estavam bem...não sei, ela estava tão feliz, mas no dia anterior ,quando mais cedo ela não veio tomar café conosco como de costume, não mandou suas mensagens fofas e engraçadas de bom dia...muito menos foi vista saindo de seu apartamento. Tudo isso era estranho pelo fato de suas aulas terem começado. Eu não invadi seu espaço, mas não podia mentir: seu silencio de quase trinta e cinco horas estava me deixando louca.

Eu já estava me tornando algum tipo de viciada na droga chamada “Alison DiLaurentis” e isso era um problema. Se algum dia ela decidisse quebrar a promessa que fizemos uma a outra eu sei que acabaria me metendo em um poço sem fundo e esperaria lá até a morte. Eu precisava me acalmar, tirar todos meus pensamentos voltados a ela por pelo menos algumas horas e conseguir esperar alguma noticia sem correr atrás  desesperadamente. Recorri a um lugar quem sempre me dava um pouco de paz. A academia de dança no quarteirão do nosso prédio sempre ficava fechada a partir das seis da noite e era meu refugio desde que me instalei em NYC. Grandes espelhos, paredes roxas com o símbolo da academia bem no meio da maior parede. Não sou a melhor dançarina do mundo, se é que posso me chamar de dançarina ,mas também não sou a pior .Era algo meu ,somente meu. Havia um bom tempo que não ia lá, mas naquela noite de quinta feira eu precisei me desligar do mundo. Então eu dancei, dancei muito e ri sozinha. Até que ela apareceu de alguma forma. Seu riso fraco e o bater de palmas se espalhou pelo salão ermo e eu a vi –finalmente.

Alison estava parada no cantinho, com os braços cruzados na altura do peito ,fechando seu casaco em seu corpo e sua bolsa Louis Vuitton jogada no banco.

-Não sabia que você dançava. –Ali sorriu enquanto me viu caminhar em sua direção.

-Eu não danço. -me certifiquei de que não estivesse nojenta de suor...preferi não abraça-la. –Como soube?

Não foi preciso pensar muito.

-Hanna.-dissemos juntas soltando risadas.

- O que veio fazer aqui?-bebi um pouco da agua na minha garrafa.

-Estava morta de saudades. Queria me redimir de alguma forma por ter praticamente te ignorado...-Alison entortou a boca um pouco triste.-Eu não tive tempo esses dias, você sabe...faculdade.

Alison estava um pouco mais magra, olheiras, olhos vermelhos e inchados...como se tivesse passado horas chorando. Se ela estava mentindo? Claro que estava.

TWENTIETH FLOOROnde as histórias ganham vida. Descobre agora