{Capítulo 9}

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Havia coisas piores no mundo, do que ficar presa em um recinto acompanhado de um homem maravilhoso. Pelo menos umas dez mil coisas piores. Talvez um milhão. O problema era estar presa com aquele homem. Christopher Uckermann.

O trabalho de Dulce era escrever um artigo sobre como um hotel cinco estrelas lidava com os momentos de renovação. Para isso, Christopher era o homem que jamais poderia saber sua verdadeira identidade, era o homem que precisava evitar. O que, naquele momento, parecia impossível.

Dulce já podia até ver uma coluna exclusiva sobre Christopher em seu artigo. Estilo de gerenciar: acima da média. Habilidade para lidar com estresse: excepcional. Beijos: excepcionais. Uso das mãos: digna de um mestre.

Claro que os dois últimos quesitos era suposições, mas um homem como aquele certamente sabia como beijar, usar as mãos e com certeza seu membro, para fazer uma mulher convulsionar de prazer. Nunca convulsionara de prazer na vida, queria saber como era.

— Tome.

A menos de dois metros de distância, o objeto do seu desejo estendia várias toalhas em sua direção. Qualquer uma poderia entender que a distância que Christopher mantinha era porque não queria tocá-la, mas, em se tratando de Dulce, podia-se dizer que essa não era a interpretação certa.

Algo estava fazendo com que a costumeira calma profissional se esvaísse. Talvez Christopher estivesse com medo de brincar com fogo.

— Deve estar uns cem graus aqui dentro.

— Acho que uns duzentos. — Christopher retrucou.

— Então, para que as toalhas?

— Para nos sentarmos. Já que não temos cadeiras, precisamos de algo para deixar o chão mais macio.

Christopher derrubou as toalhas sobre Dulce. A maioria caiu em seu colo e uma delas na sua cabeça. Não era a maior cortesia já vista, mas...

O charme sempre presente o havia abandonado, assim como o sorriso. Em questão de segundos, passou de amável a sério. Algo o incomodava,  e Dulce não sabia o que era.

Dulce usou uma das toalhas para enxugar os cabelos e ajeitou as outras no chão, formando uma cama fofa. Em seguida, deu uma tapinha no chão, ao seu lado.

— Venha sente-se comigo.

Quem visse a expressão de Christopher poderia imaginar que Dulce pediria para que fizesse uma cirurgia cardíaca usando as próprias mãos e um clipe de papel.

— Algum problema? — Era claro que havia algum, mas Christopher só não queria admitir.

— Não.

— A expressão em seu rosto diz o contrário.

— Mais algum, além da falta de energia e o hotel no caos?

— Eu quis dizer neste salão.

— Vou fazer um acordo com você.

Christopher sentou-se no chão, bem na frente dela. Em vez de tentar dobrar um metro e setenta na mesma posição que Dulce estava, esticou as pernas á frente e esparramou-se no chão. Dulce tentava a todo custo concentrar-se na conversa e não naquele corpo sensual.

— Quer apostar quanto tempo levaremos para sair daqui? — brincou.

— Não faço apostas.

— Não?

— Nunca.

— Tem certeza de que sabe como as coisas funcionam aqui em Las Vegas?

Christopher esboçou um sorriso tímido.

Encontro Às Escuras (VONDY ADAPTADA)Where stories live. Discover now