{Capítulo 8}

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A voz de Dulce ficava mais profunda á medida que a temperatura do salão aumentava. Christopher não conseguia ver a expressão do rosto dela, mas sentia que o clima havia mudado; não havia mais ansiedade, nem provocações. O que havia era uma nova tensão, que Christopher conhecia e lutava contra. Fazer sexo com uma hospede estava fora de questão. Seu chef de cozinha, Alfonso Herrera, dera esse passo em falso e, como consequência, ganhara uma consultora externa em seu encalço. Christopher preferia não arriscar.

— Eu... — A voz de Christopher falhou. Deu uma tossidela e retornou o raciocínio. — Coloque-as em círculo.

Christopher entregou as velas para ela, que começou a arrumá-las. Assim que as chamas iluminaram o salão, Christopher saiu em busca de mais toalhas e roupões. Não tinha a menor necessidade de sentar-se no chão duro, quando tantos produtos caros de Berkley estava á mão.

Ao voltar, com os braços cheios de toalhas, parou no caminho. Não pode evitar que duas delas caíssem no chão, tentava andar, mas as pernas não lhe obedeciam. Tudo o que conseguia fazer era olhar para Dulce.

Ela estava sentada, com as pernas cruzadas á frente, em meio a um círculo de luzes brancas. Passava os dedos nos cachos ruivos dos cabelos que caiam sobre os ombros. Uma pequena abertura no roupão revelava a pele branca e macia. Os pés descalços exibiam unhas pintadas de vermelho-escuro. Caramba, como era bonita! Não se trava de uma beldade de capa de revista, ou de uma celebridade, mas uma mulher com uma beleza natural e genuína, superior, sem inibições.

Christopher era um homem morto. Não havia a menor possibilidade de passar dez minutos com aquela mulher, sem querer sentir o seu membro escorrendo dentro dela.

Que se danassem seus princípios! Que se danasse o seu trabalho! Christopher  desejava aquela mulher...

Dulce puxou um dos cachos e passou a enrolá-lo com o dedo, enquanto o encarava.

— Em que está pensando?

Que se não a possuísse logo, iria explodir. Que estava a dois segundos de mergulhar na água fria da piscina, no centro do salão. Que nunca tivera queda por ruivas antes, mas que agora tinha.

— Que eu lamento muito por você estar presa aqui...

Dulce franziu o cenho e inclinou a cabeça para o lado.

— Sério?

— Não acredita em mim?

Dulce jogou os cabelos para trás e se deitou, fazendo com que a abertura ficasse ainda maior, expondo mais daquela pele maravilha.

— Eu não...

— Não o quê?

— Eu não lamento nem um pouco...

Definitivamente, Christopher  era um homem morto.

Encontro Às Escuras (VONDY ADAPTADA)Where stories live. Discover now