Pela expressão no rosto de Christopher, Dulce percebeu que ele ainda não havia compreendido. Então, tentou de novo:
- Precisamos nos resfriar, e não nos aquecer.
- Ainda está com problemas com relação as prioridades...
- Prioridades como sobreviver, por exemplo?
- Agora você está sendo dramática!
Christopher agia como se fosse o único ser desapontado naquele salão. Dulce também queria fazer amor com ele, precisava saber como era seu toque, senti-lo dentro de si. Mas alguém precisava raciocinar, e naquele momento, Dulce percebia o quanto havia perdido o controle. Fazer sexo com Christopher seria um grande e imperdoável erro, o final de uma carreira e ainda ía ficar sem seu trabalho, seria como perder a identidade.
Havia passado uma boa parte de sua vida focada, até encontrar um trabalho que proporcionasse a liberdade que precisava. Liberdade para uma infância tolhida, para as regras de uma pequena cidade em Utah, onde ninguém questionava o direito dos pais de enclausurar os filhos na igreja por horas a fio, todos os dias.
Não, ela não podia permitir isso. Estar com Christopher podia ser uma forma diferente de ser livre, mas também algo que colocaria um ponto final a todo o resto. O conflito de interesses não podia ser ignorado.
E também havia o problema da temperatura corpórea, que estava alta demais.
- Que tal tirarmos a roupa e continuarmos de onde paramos?
- Sua perseverança é impressionante!
- Uma de minhas muitas qualidades.
- Aposto que sim...
Dulce deu mais um passo para trás, deixando Christopher sozinho no círculo de velas, sem camisa, com a calça aberta e a cueca branca á mostra...
Como Christopher era sexy...
- Deixe-me mostrar uma ou duas qualidades impressionantes a você. - ele sugeriu.
- Christopher, você não está me ouvindo.
- Estou tentando não ouvir. Olhe, sou um homem saudável. - Christopher afirmou, deslizando uma das mãos pelo próprio corpo.
Como se Dulce precisasse de uma prova de sua forma física!
- Vamos parar por aqui.
- Eu estou bem!
Dulce cruzou os braços.
- Tire a calça.
O sorriso tentador reapareceu nos lábios de Christopher.
- É você quem está mandando...
- Vai entrar na piscina.
Tão rápido como apareceu, o sorriso desapareceu.
- Como é que é?
- O corpo todo. - Dulce olhou sobre os ombros. - Uma dessas piscinas é funda, não é?
- Eu me recuso a responder... - Christopher avisou, com uma careta.
Mesmo desapontado e mal-humorado, Christopher ainda estava quente.
- Christopher, você vai e pronto. A agua está fria, mas não gelada, exatamente o que você precisa.
- Falou a senhorita que fazia questão de sentar no chão seco!
Dulce ignorou a carranca e a manha.
- Precisamos baixar a temperatura do seu corpo.
- Então não devia ter me deixado vê-la nua.
Dulce enrubesceu.
- Não tive escolha...
- Podia não ter invadido o spa, e nada disso teria acontecido.
- E deixar de conhece-lo? De vê-lo jogando charme? Nada disso!
A ideia revirou seu estômago. Não conhecer Christopher, de alguma forma, teria sido uma grande perda. Dulce não sabia o porquê disso, apenas sabia que era verdade. Conhecia muitos homema de negócios em seu trabalho, dedicados e inteligentes, mas Christopher tinha algo mais: talento, beleza, charme. Era o pacote completo.
- Eu entro, mas com uma condição. - Christopher avisou.
- Com ou sem condição, você vai entrar e pronto. Não quero lidar com um homem morto o resto da noite. Ande logo!
Christopher cruzou os braços.
- Precisamos negociar.
- Você precisa é de um antibiótico! - Dulce corrigiu, imitando o modo de Christopher falar.
- Negociar!
- Um médico!
- Negociar!
- Talvez uma lobotomia!
Christopher arqueou a sobrancelha.
- Pronta para ouvir minha proposta?
- Não quero uma aposta...
- Estamos em uma negociação, e não em um jogo.
As palavras saíram tão naturalmente, como se Christopher as usasse todos os dias. Em seu trabalho, entre reclamações e lamentos, provavelmente usava mesmo...
- Você fala como um daqueles advogados que diz odiar.
- É o que se aprende no curso de direito.
Que tristeza, o gerente tinha mais formação acadêmica do que ela!
- Achei que tivesse cursado administração.
- Administração e Direito. Mas como sabe sobre a minha formação?
Opa... Mais um deslize. Dulce sabia que provocar Christopher poderia trazer problemas, mas só levou em consideração um deles, o que a nudez agravava.
- Não sei, apenas imaginei, já que dirige este lugar e não me parece muito velho.
Christopher fez uma expressão de dúvida. Bastante sútil, mas perceptível.
- Para mim, isso é mentira. Você me parece muito bem informada.
- Sou uma mulher inteligente, lembra-se?
Christopher hesitou por alguns segundos e cedeu, para alívio de Dulce.
- Tudo bem. Está pronta?
- Não concordei com nada ainda.
- Você entra também. - Christopher propôs, enquanto terminava de abrir o zíper.
- Deve ter pensado nisso por causa da febre.
- Nós dois tiramos a roupa e nos refrescamos.
Foi a vez de Dulce se sentir quente.
- Para mim, parece uma solução tipicamente interesseira.
- Pode ser divertido, além de bom para a saúde.
A posposta com certeza era provocante.
- Não! Não é o meu cérebro que está sendo devorado pela febre.
Dulce não podia se dar o luxo nem de pensar a respeito. Entrar na piscina, onde Christopher poderia ver todas as suas sobras de gordura? Jamais!
- Obrigada pela imagem... - Christopher se aproximou dela, até os braços se tocarem. - Você entra, eu entro.
- Ah, o lado interesseiro do cérebro em ação...
- A febre ainda não o atingiu.
- Isso é meio imaturo, não acha?
- Se não for assim, não entro na água. E você parece tão determinada a me salvar...
- Talvez nem tanto. - Dulce tirou o braço de perto de Christopher. - O que há de errado com você?
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Encontro Às Escuras (VONDY ADAPTADA)
FanfictionSinopse: Com o Seu Charme Fácil e Sorriso Sedutor, Christopher Uckermann Está Convencido De Que Seu Cargo De Gerente Do Berkley Hotel e Cassino Está Garantindo Para Sempre... Até Dulce María Aparecer á Sua Frente Em Traje De Banho, e Exibindo Seu Co...