Capítulo 32 - "Máscaras"

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"É atrás de máscaras que se escondem os nossos piores inimigos!"

(Marlon Santos)

A pele clara era pálida, lisa e perfeita. Um cavanhaque dourado contornava o queixo quadrado e os lábios volumosos. As sobrancelhas grossas tornavam seus olhos esmerada ainda mais chamativos e sinistros.

– Muito obrigado pela recepção – agradeceu o homem de voz grave, porém, suave.

Somente ouvir aquela voz, fez a mente de Angelina viajar para longe e recordar momentos terríveis de sua vida. Momentos adormecidos na maior parte do tempo, mas existentes, sempre bem protegidos por momentos bons. Conhecia perfeitamente aquele homem e o odiava.

– Número 8. – Ele a provocou com um nome detestável e um sorriso irônico no rosto. – Há quanto tempo.

"Aquilo" dentro de Angelina ferveu e uma súbita vontade de matá-lo subiu a sua mente. Mais uma vez.

– Há quanto tempo – respondeu procurando se manter calma, já que sua situação não a permitia se descontrolar, ou ter o luxo de ter o coração daquele homem em suas mãos.

Houve um momento de silencio aonde seus pais e seu tio pareceram sentir sua ira. Angelina pode sentir no ar os olhares se voltando para ela.

– Não precisa se irritar. Não vim aqui para recordarmos os velhos tempos. Vim somente para saber o que decidiram sobre o convite para receberem a Benção – disse o homem olhando de um para o outro na sala enquanto caminhou até o centro da mesma. – Mesmo sabendo a resposta. Apesar...

– Apesar...? – quis saber seu tio, visivelmente nutrindo o mesmo ódio que Angelina.

– Apesar de terem a Número 8 com vocês e terem sido beneficiados pela Convenção por poderem cuidar dessa bela moça. – Sem tom sarcástico foi notado em cada palavra.

O homem então se sentou no sofá com grande calma.

– Agradeço por nos lembrar esse fato, Vinz – falou seu pai caminhando para o meio da sala, para frente de Vinz acomodado no sofá. – Contudo, não sei porque o relembra agora.

– O relembro agora – disse se levando do sofá. – Para não esquecer, "aqueles" que lhes deram essa chance. Para não se de esquecer, "aqueles" que os permitiu continuar. Quando muitos estavam sendo derrubados. – Suas sobrancelhas grossas se uniram em um olhar investigador para seu pai.

Angelina sentiu os pelos de seu corpo se ouriçarem. Conhecia muito bem aquele homem com quem passará boa parte da infância. Sabia perfeitamente quando algo estava errado.

– O que foi Número 8? – Vinz a perguntou com o mesmo olhar investigador e desconfiado. – Aconteceu alguma coisa?

"Ele sabe! Ele sabe! O que vamos fazer agora?!" – avisava sua mente.

– Não foi nada. – Respondeu secamente.

– Hum – resmungou Vinz olhando-a com atenção. – De qualquer forma, é sempre bom relembrar a vocês quem realmente manda aquiiii... – Nesse momento Vinz fez um movimento rápido. Se levantou do sofá e colou suas mãos sobre os ombros de seu pai.

– Ahhh! – Gritou seu pai de imediato, caindo de joelhos na frente de Vinz com seu olhar impetuoso.

– PARA QUE NÃO SE ESQUEÇAM – retornou Vinz a falar, quando uma áurea verde cobriu suas mãos –, que por mais fortes que vocês sejam. Nós da Convenção Perpétuos. Somos mais fortes. Somos superiores e podemos muito bem retirar tudo o que os torna tão preciosos! – Concluiu retirando as mãos de Marcos.

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