{Capítulo 1}

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- Não pode ficar aqui! - Exclamou Dulce

O fato era que Dulce não sabia que o homem estava autorizado a permanecer ali. Sabia apenas que o queria bem longe. O homem, que usava um terno todo preto, gesticulou para ela.

- Não vou machuca-la.
Dulce cruzou os braços, os dedos, os tornozelos e todas as partes do corpo que conseguiu, e que não estavam coberta pela toalha branca.

- Como se eu fosse acreditar nisso...

O sorriso do Homem passou de sedutor a amigável.

- É apenas um mal-entendido.

- Um pesadelo, isso sim! Mas pode melhorar, se você for embora.

- Não vou chegar mais perto, mas...

- Está certíssimo, não vai mesmo!

Assim estava melhor. Raiva, um tanto de frustração, uma pitada de atitude. Nada de pânico. Não podia demonstrar medo. Percebeu um músculo no rosto do Homem mexer-se, ao vê-la passar de medo á irritação, mas ele não disse uma única palavra.

- Vire-se, e mantenha as mãos onde eu possa ver..-Disse Dulce.

- Por que eu faria isso?

- Porque eu estou nua.

- Eu sei disso.

O olhar do intruso percorreu seu corpo outra vez.

- Olhe apenas para cá - ela ordenou, apontando para o próprio rosto - Agora, se vira de costas, eu me vestirei e darei o fora daqui.

O Homem pareceu precisar considerar o pedido, antes de responder. Levou mais ou menos cinco segundos, que pareciam intermináveis, para concordar com um lento gesto de cabeça.

- Como quiser.

Não conseguia parar de encará-la. Tentava manter o olhar no rosto, mas era impossível impedi-lo de percorrer para a toalha.

- Que tal fazer isso agora? - parecia mais uma sugestão do que uma ordem.

- Ah sim. Desculpe.

Depois de mais alguns intermináveis segundos, virou-se de frente para a parede, com as mãos para o alto. As roupas de Dulce estavam no gancho, bem ao seu lado. Para pegá-las, teria de passar por Christopher, e definitivamente não estava disposta a isso.

- Tenho uma sugestão. - Christopher disse com sua voz rouca.

Algo lhe dizia que dentro de Christopher habitava um serial killer.

- Sihhh!

Dulce precisava pensar. Sempre trabalhava melhor vestida, coisa que até então não sabia. Quanto mais roupa estivesse usando, mais se sentia no controle. Era bom saber disso.

Apesar da água quente batendo em suas pernas, sentiu o corpo todo arrepiar. Provavelmente, por culpa do medo e da incerteza, o que também explicava os mamilos intumescidos. Pelo menos, era o que esperava. Situações assustadoras a deixavam excitada. Algumas pessoas até achariam isso Ridículo, mas não era o caso dela...

- Há...

- Eu disse pra ficar calado!

- Está bem.

Dulce podia jurar que havia um tom de riso na voz dele.

- Quem é você? - Dulce perguntou.

Silêncio.

- Ei, eu perguntei quem é você!

- Achei que havia dito pra eu ficar calado... - A vozdo Homem encheu o recinto silencioso e ecoou pelas paredes.

Tudo bem, ponto para o intruso. Aquilo era uma prova de que estar nua a deixava burra também.

- Pode falar, contanto que os seus olhos permaneçam longe de mim.

- Posso abaixar as mãos.

- Não!! Ainda estou esperando um nome.

- Christopher.

Dulce sentiu um frio na espinha. Sabia o nome do garente do Berkley era Christopher Uckermann, um Homem em pela ascenção profissional, com reputação ilibada, um sorriso lindo e uma conta bancária polpuda. Era conhecido como alguém que não tinha tempo para nada, além do trabalho. Dulce também sofria desse mal, por isso o compreendia perfeitamente.

- Tem sobrenome?

- Uckermann.

Por um momento, Dulce imaginou se havia alguma possibilidade de existir outro Christopher Uckermann ali, com acesso aquela parte do hotel... Não, Não Seria Possível.

- Sua vez. - Christopher disse.

- Não.

- Se me deixar dar cinco passos para a direta, posso conseguir um roupão. - avisou Christopher, dando uma risadinha.

Roupão? Ótimo! Poderia coloca-lo, pegar as roupas e sair correndo dali. Nem pensar em tentar abotoar um sutiã com aquele homem por perto.

- Mostre-me.

- No armário. - Christopher respondeu, apontando o queixo na direção das portas estreitas de madeira, na entrada.

- Você precisaria de chave.-Disse Dulce

- Tenho uma.

- Tudo bem, mas se tentar alguma coisa, eu...

- Nem um passo a mais pode conferir. Lá vou eu. -Disse Christopher.

Christopher deslizou um pé depois do outro, em passos exagerados.

- Pode ir um pouco mais rápido? - considerando-se que Dulce ainda estava nua.

Christopher começou a abaixar as mãos, deixando Dulce agitada novamente.

- O que vai fazer com essas mãos?

- Não guardo a chave na minha cabeça. Preciso pega-la no bolso, colocar na fechadura e...

- Cuidado, vá devagar!

- Afinal, é mais rápido ou mais devagar?

Tudo que Dulce precisava era dar-lhe um chute no meio das pernas. Todo aquele charme com certeza era para acalmá-la. E estava dando certo, mas ela não tinha tanta certeza que queria relaxar e abaixar a guarda.

Ouvira rumores a respeito da Christopher. Muitos profissionais como ele caíam em sua conversa, e falavam bem do Berkley. Ficar longe de Christopher fazia parte do seu trabalho. Nada de perspectivas gerencias, marketing ou campanhas de relações públicas. Queria apenas a verdade, informações honestas vindas de observância regular dos funcionários e clientes.

Deixar de ver Christopher certamente teria sido um desperdício, pois, era um homem muito atraente. 1 Metro e 75 de altura, um corpo esbelto e cheio de músculos, e os olhos mais dourados que Dulce já viu na vida. Isso sem falar nos cabelos loiros levemente ondulados. Resumindo, um Deus Grego.

Aos 32 anos de idade, o relógio biológico de Dulce ainda não estava em contagem regressiva, mas seus hormônios saltavam diante de apenas um olhar daquele Homem.

- Como entrou aqui? - Christopher perguntou, enquanto alcançava um roupão cor de rosa e três toalhas de banho grande.

Já estava mentindo, por que não continuar?

- A porta estava aberta.

Christopher a olhou de soslaio, fazendo com que Dulce apertasse a toalha ainda mais, Porque seu corpo parece bem mais bonito quando escondido atrás de alguma peça de roupa. Ou de uma toalha, que fosse.

- Sinto muito. - Christopher se desculpou e voltou a olhar para a parede. - Tente outra explicação.

Ela não tinha nenhuma.

- Eu entrei e pronto!

- Não é possível.

Encontro Às Escuras (VONDY ADAPTADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora