Encontro Às Escuras (VONDY ADAPTADA)

{Capítulo 1}

Dulce María abaixou-se e cometeu o que provavelmente seria o único ato proibido em toda a Las Vegas: Mergulhou os dedos dos pés em uma das banheiras de Hidromassagem Do Hotel.

O Spa ficava na ala que ligava o hotel a nova torre, ainda em construção. Quando o lugar estivesse pronto, o Berkley seria o hotel mais exclusivo e com mais comodidades para toda a clientela vip da cidade.

Por isso ela estava ali, para escrever um artigo sobre como as pessoas trabalhavam e se hospedavam no hotel lidavam com a inconveniência da construção. Os clientes habituais do Berkley não costumavam tolerar construções nas férias.

Oficialmente, era Verônica Hampton quem ganhava os créditos das reportagens. Ser crítica de hotéis requeria anonimato, e "Verônica" garantia o de Dulce. (N.A: Sacaram? Verônica, Dulce.. Mesma Pessoa)

Ela imaginara a visita durante o vôo, e a cada minuto dentro do carro que a trouxera do aeroporto. Relaxar em um roupão atoalhado, enquanto os atendentes do spa a massageavam, apertavam, até deixa-la com o corpo mole... Haveria drinques e chás de graça, centenas de produtos de beleza para testar, pilhas de revistas femininas para ler, tudo acompanhado de banhos revigorantes, com jantos de água massageando todas as partes do seu corpo cansado.

Se a secretária fosse capaz de olhar corretamente as datas no calendário, ou de agendar um simples trabalho sem fazer nenhuma confusão, teria mesmo o tão sonhado momento de relaxamento. Em vez disso, chegara uma semana antes, e dependera de um suborno oferecido a uma das camareiras para facilitar sua entrada no spa.

Tudo aquilo já estava em sua pauta, desde a situação do lugar até a facilidade em subornar os empregados. Tudo bem que havia sido beneficiada com o suborno, mas isso não tinha importância. Regras eram regras, e não pouparia nenhum detalhe em seu artigo.

Ajustou a fivela que prendia os longos cabelos ruivos no topo da cabeça e, apertando o nó que mantinha a toalha presa ao corpo, caminhou para dentro da piscina. O calor terapêutico aqueceu seus membros, enquanto a água molhava os tornozelos e subia pelas panturrilhas até as coxas, molhando a borda da toalha.

O vapor cheiroso a entorpecia, enquanto a pele ficava aquecida. Graças á confusão da secretária, aquele momento de satisfação era só seu, e planejava aproveitá-lo ao máximo. Calculou que teria mais ou menos meia hora, antes de precisar ir até o restaurante do hotel em busca de comida.

Abriu a toalha e preparou-se para submergir o corpo fatigado na água. De repente, uma voz masculina rouca a interrompeu.

- O que você está fazendo aqui?

Dulce se retesou, com os braços abertos e todas as partes do seu corpo "imperfeito" á mostra, meio agachada. Sentiu o corpo todo se aquecer, não mais pela água e sim pela vergonha.

Olhou para ele, e, ao perceber que não desviava o olhar de seus seios, cobriu-se novamente com a toalha. Puxando as extremidades, tentou esconde-se o máximo possível, mas sempre que ajeitava um lado, descobria o outro. Lidou de lá e de cá, até conseguir esconder o corpo do desconhecido.

- Uau! - O intruso exclamou.

A maneira como admirava seu corpo fez Dulce gaguejar.

- Eu... ahn... sou eu que pergunto... o que você está fazendo aqui?

- Você não deveria estar aqui - o intruso respondeu, ocupado demais com a visão das pernas dela para levantar os olhos.

- Pode sair agora, por favor? - pediu Dulce, ainda brigando com a toalha, que de repente parecia minúscula.

Em vez de atender ao pedido, o intruso a encarou com um sorriso sensual nos lábios.

- Não vou a lugar algum.