1. Onde tudo começou

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❤ — Primeiro Capítulo — ❤
Annelise — Dois anos atrás

Eu tinha acabado de chegar ao Rio de Janeiro. E para quem esperava um sol, e um tempinho caloroso, eu estava bem decepcionada. Fazia frio, muito frio, e a chuva não dava trégua.

Fui até o banheiro do aeroporto com Sofia, e nos agasalhamos. Voltamos para a sala de desembarque, e ficamos mais de quarenta minutos esperando um táxi.

— Oi, mãe — atendo seu telefonema, e ela suspira aliviada.

Graças a Deus, minha filha. Vocês pegaram essa chuva toda do Rio? — pergunta preocupada.

Pegamos. Estávamos aterrissando. Mas já está tudo bem. Estamos no táxi, indo para casa — digo, e ela suspira outra vez.

— Que bom. E Sofia, como ela está? — ela pergunta, e eu sorrio.

Sofia é a xodó dos meus pais. Parece mais filha deles do que minha.

— Está dormindo. Pegou no sono no avião. Não quis acorda-la — digo passando a mão em seu rostinho — Foi difícil achar um táxi com suporte para a cadeirinha, mas eu consegui.

Ah, que bom. É mais seguro — minha mãe diz — Toma cuidado, amor. Cuida dessa pequena como se fosse diamante.

— E ela é — digo sorrindo, e creio que minha mãe também.

— Tudo bem querida. Quando chegar ao condomínio me liga. Nós nos falamos depois, beijos.

— Tá bom, beijos.

Encerro a ligação, e minutos depois o táxi dá um solavanco. Olho para frente, o trânsito está horrível. Chove bastante, e por pouco não começa a trovejar.

— Será que vai demorar muito? — pergunto tirando Sofia da cadeirinha, já que ela acordou assustada, e a coloco em meu colo.

— Normalmente demora um pouco. Mas é por conta da chuva. É raro esse tempo aqui no Rio — diz, e eu assinto.

Olho para o lado, e vejo uma cafeteria. E como já são 15h15min, decidi descer e esperar a chuva passar.

— Está muito longe do endereço que te passei? — pergunto ao motorista.

— Não muito. Uns cinco quarteirões, mais ou menos — diz, e eu assinto.

— Pode me deixar aqui, então.

— Na chuva?

— Não, vou esperar a chuva passar na lanchonete. Ela tem medo de trovoadas... Acho que vai acalma-la um pouco — digo, e ele assente.

Tenta estacionar a frente da lanchonete, e então me ajuda com as malas, a cadeirinha, e o carrinho.

— Obrigada — digo lhe pagando, e ele sorri antes de voltar para o carro.

Viro-me para entrar na cafeteria, e alguém tropeça no carrinho da Sofia, e cai.

— Oh, meu Deus — digo, e Sofi ri — Não, filha. Não ri — advirto, e abaixo ao lado do homem que tenta se levantar.

— Me desculpe — pede, e olha o braço ralado.

— Não, eu que peço desculpa. Estou meio atrapalhada com as coisas. Viajar com criança é complicado — rio de nervoso.

Ele dá um sorriso torto e olha para Sofia, antes de se levantar e me ajudar a levantar o carrinho que caiu.

— Tudo bem. O que acha de entrarmos? Está chovendo bastante — ele diz, e eu confirmo.

Aquela Nossa HistóriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora