- Ah – Ela respira, sorridente. Coloca a mão na cintura e faz cara de pensativa só para fazer um charme– Vida nova amor, preciso ser diferente. Umas amigas minhas do meu curso repararam o quanto eu pareço animada demais mas ao mesmo tempo insegura - ela pausa, pensando no que acabou de falar- falando agora em voz alta não parece fazer sentido, mas na hora fez, até perguntaram se eu tinha depressão nos tempos livres, acredita?Por que nunca me avisou Malu? – Ela diz, chocada. – Me deram algumas dicas. Bem, vai lá garota.

  Quando eu passo pela porta, ela da um tapa na minha bunda. Reviro meus olhos. Lexy desde sempre teve alguma moda pra fazer, desde que ela não seja assim por tanto tempo, para mim tudo bem.

Logo ela ia cansar dessas amigas, e depois ia fazer amigos diferentes.

  Sabia que iria ser assim, Lexy sempre tem mais amigos. E eu aqui, com uma menina sem noção demais,e outro menino estranho demais, e também tem aquele Harry.

  - Mamon. – sussurro para mim mesma, rindo.

  Meu nome pode ser estranho, mas ninguém nunca errou ao ponto de "Mamon". Bizarro.

  Durante o caminho até a portaria é fácil perceber os calouros e os veteranos. Calouros, todos bem vestidos e maquiados. Veteranos, short ou bermuda de lã, regata e pose cansada, talvez até achasse uma remela seca saindo daqueles olhos. Seria fácil me confundir com um veterano.

  Lá tem um homem, ele segura uma revista com uma mulher de calcinha e sutiã na capa e masca um chiclete como se estivesse mascando um chocolate queimado.

  - Eh... Olá – Aceno tímida.

  Ele nem se da ao trabalho de me olhar.

  - No que posso ajudar? - Ele vira a página.

  - Vim buscar uma encomenda, sou Malon King – Sorrio, educada como sempre.

  Ele vira de costas e pega uma caixa com uma carta por cima.

  - Obrigada.

  Vou até a cafeteria do campus com a caixa e a carta de minha mãe. Entro e sento numa mesa. Vem uma moça me atender num instante, já que não tem quase ninguém nesse lugar.

  - No que posso ajudar? – Ela diz a mesma frase que o homem que trabalha na portaria, mas de um modo mais animado e simpático.

  Samantha. Ta escrito no seu crachá. Tinha cabelos presos em um coque desajeitado, é universitária, sem duvidas.

  - Oi, quero só um café descafeinado. – Dou um sorriso.

  Ela confirma e sai.

  Decido abrir a carta primeiro. Leio o envelope.

"No.9"

Number 9? Se não for a minha mãe brincando comigo, não faço ideia do que seja. Decido abrir e leio.

"Moon? Nome meio peculiar, não acha?

Olá.

Deixe isso atrás da placa solta de "estacione" da cafeteria na frente do seu dormitório com a resposta. Mais tarde o procure no mesmo lugar que deixou"

Dou um sorriso, um pouco bizarro, porém despertou um pouco o meu sentido aventureiro. É um "admirador secreto" ou algo parecido? Desde que não seja um sequestrador, para mim tudo bem.

  Pego uma caneta na minha mala e escrevo um simples "oi" embaixo do que a pessoa escreveu.

  Quando levanto para colocar no embaixo do lixo, um copo surge na minha mesa, o café, quase me esqueci.

No. 9 || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora