Epílogo

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Era uma tarde bonita. A casa cheia e o jardim decorado.

A ocasião? A comemoração de uma vaga em uma grande universidade.
Feliz parece um sentimento pequeno perto do que estou sentindo.

A família e os amigos todos juntos sorrindo e falando besteiras, todos orgulhosos do Nick. Não podia ser diferente, não imaginei outra forma desse menino se formar.

Ele vai ser um ótimo pediatra. Ele foi forte quando disseram que era estupidez um cadeirante ser médico ainda mais com crianças, como ele conseguiria trabalhar assim, foi o que perguntaram. E com toda a confiança que ele tem, disse que ele seria o melhor pois trataria cada um como se fosse especial porque realmente eles eram.

Olhando pra trás... Eu nunca me senti tão feliz e realizada como me sinto agora. E um dos motivos está vindo em minha direção.



-por que está tão longe e sozinha?
Ian pergunta indo pra trás de mim e abraçando minha cintura.


-só observando.



-já te disseram que isso é uma mania muito feia?


-como se eu ligasse.


-exatamente.
Disse por fim sorrindo e deixando um beijo no meu ombro.


-eu não quero que ele vá.



-eu também não quero.


-nós podemos prender ele no quarto. Bota ele de castigo, ele não pode ir até os 30 anos.


-ok... Cadê seus remédios?


-não é brincadeira.


-ele vem visitar a gente, ele não vai pra um internato em outro país. É só a faculdade.


- tudo bem... Eu não quero nem pensar no dia em que ele for.


-eu posso te dopar se quiser.


-que fofo... Só você me intende.


-eu te amo Anne.


-que bom... Por que eu também te amo.

Disse chegando mais perto e o beijando. Era tão bom essa sensação, ter ele sempre aqui.


-que nojento.. Tem crianças na festa.

Parei o beijo com o susto e olhei pra onde a voz vinha. Esse moleque abusado não perde uma.

-inveja?


-pode ser... Meu pai é um cara bonito, mas não é minha praia.


-é sempre um saco ter você por perto.


-eu não sei porque mais alguma coisa me diz que você está mentindo.


-é sério. Nós estávamos agora mesmo pensando em como comemorar a sua ida.


-Cof Cof mentirosa Cof Cof estava quase chorando.

Ian finge uma tosse e me dedura. Olho pra ele incrédula enquanto o Nick gargalha como uma hiena.

-é verdade o que dizem... O perigo mora ao lado.

-desculpa vida mas você mente muito mau.

Ele fala rindo e escutamos alguém o chamar...

-salvo pelo irmão. Já volto, tentem não se matarem como da última vez, não tenho mais coração pra isso.


-ele ainda lembra...


-que pai não lembraria do filho e da noiva brincando de desafio... Nós dois somos uma bomba atômica na saúde do seu pai.


-tirou o discurso da minha boca.


Parecemos dois adolescentes quando estamos juntos. Rimos um da cara do outro, nos desafiamos em brincadeiras idiotas, brigamos no vídeo game... Tem vezes que passamos do limite e o Ian vem dar um de pai que precisa dar um sermão, mas acaba rindo e entrando na brincadeira.

Sorri com as lembranças...


-está feliz?


-e como posso não estar feliz?


-está sorrindo igual uma boba.



-e você está feliz?



-muito. A maioria são tempos bons Anne.


-tem toda razão... Dr. Nicolas.


-uau... Isso soa bem. Eu gosto.


-também gosto. Tenho orgulho de você dês do dia que conseguiu falar.


-graças a uma psicóloga durona que não desistiu de mim.


-nunca desistiria.


-eu devo tudo isso a você... Você foi médica quando precisou, foi amiga quando eu precisei, foi mãe quando percebeu que eu estava regredindo, e foi a Anne quando eu estava triste ou sozinho.

Ele falou limpando a lágrima que escorria pelo canto do olho.

-promete que vai visitar né? Se não eu invado aquela universidade e dou uma de maluca.


-eu acredito, eu sei que faria. Nao conseguiria ficar longe da minha família.

Falou pegando minha mão e a beijando.

Me abaixei quase sentando nos calcanhares e o abracei.

-dança com o cara mais gato e jovem dessa festa?


-claro.. Cadê ele?


-não te dou mais carona no meu colo, malcriada.

Apoiei no encosto da cadeira dele e levantei. Fomos até o meio do jardim que estava forrado com um tipo de madeira pra melhorar a locomoção do Nick. Pra ele era besteira, mas nós queríamos tudo perfeito.


Jealous começou a tocar no fundo quando iniciamos nossos primeiros passos. Não é difícil como todos pensam, pra falar a verdade chega ser fácil quando se ama. Pro amor nada é impossível.

O mundo está tão cheio de ódio, porque não partilhar um amor?

Porque amar sem olhar pra dentro?

Eu ainda não tenho todas as respostas pras minhas amargas perguntas.

Mas eu aprendi que... Se for amar, ame com todas as forças.
Não olhe o exterior, não escolha quem amar. Nós não somos tão diferentes um do outro.

O mundo precisa de amor... Eu já comecei pela minha antiga e nova família e agora eu quero espalhar pelo mundo.



Oi de novo!
Voltei no dia que escrevi a primeira palavra pra esse livro...1 ano!!!

Tô muito feliz em postar esse epílogo, ainda mais essa semana.

O mundo realmente precisa de mais amor.
Não sei se vocês sabem, mas eu sou ateia a pouco tempo RS.... Não julgo nem descrimino, muito menos insulto quem acredita ou é de qualquer religião. Mas as pessoas estão matando em nome da religião, e isso não vem de agora. E isso é muito triste.

Ame sem descriminar, ame sem julgar, ame sem saber a opção sexual...

Amem... Assim, sem acento mesmo, por que nós precisamos!

Bjuu com o coração cheio

M. Melllo

Nas Suas Asas  Where stories live. Discover now