Cap 12

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Dormia tranquila....
Sinto alguém puxar minhas bochechas pra cima, pra baixo e apertando pra ficar com um ridículo bico de peixinho. Puta merda, eu devo ter feito polydance na cruz. Só pode ser o Jack... Se bem que também é coisa do Dam. Não aguentei e sorri imaginando a cena ridícula de agora.

--eu tenho os piores amigos do mundo. Me deixem dormir!

--à essa hora?? Nem pensar pestinha, levanta daí é vem me dar um abraço.

Pestinha??? Só pode...

--tio Henrique!!! Que saudade! -- gritei pulando em seu pescoço.

--ei garota, eu já estou velho pra isso. E eu também senti sua falta.

--ah para... Você ainda é um garotão. --disse me levantando pra sair da cama.

--você ficou cega e eu nem fiquei sabendo?? --sorriu. --vamos o Jack já fez o almoço.

Não precisou nem falar duas vezes. Chegamos na sala e a mesa já estava posta. Ela fica perto das portas da varanda, é maravilhoso comer olhando aquela vista.
Pera aí... Almoço?? Acho que bebi demais ontem.

-- como vocês deixam o tio Henrique entrar assim no meu quarto?? Ele poderia ter se apaixonado por mim. --falo me sentando no sofá.

-- você estava dormindo. Isso é impossível. -- Jack gritou da cozinha.

-- concordo... Você é esquisita dormindo e ainda pior quando acaba de acordar. -- Dam se manifesta do outro sofá.

--tio diz pra eles que isso é mentira.

-- é... Bem, eu... -- ele gaguejou

-- caseta,até tu brutos??

Putz eu devia estar mal mesmo. Vou passar a dormir maquiada. Mentira!
Comemos entre piadas e papos bem animados. Como eu senti falta das brincadeiras do tio Henrique.

Depois do almoço os meninos me lembraram que teria jogo e meu time ia jogar. Adoro futebol... E vôlei, e basquete... Tudo bem, eu adoro qualquer tipo de esporte. Assistia a maioria no antigo bar do Jack.

Eu já estava cansada e com a garganta doendo. Agora estou sentada só observando os três juntos. A amizade e a harmonia entre pai e filhos e incrível, bem como eu me lembrava. Tô feliz por poder estar aqui vendo a alegria que eles estão sentindo por estarem juntos de novo.

Isso me fez lembrar da minha "família". Se meus pais ainda estivessem aqui comigo. Eu não me lembro deles, eu ainda era um bebê quando faleceram. Como seria? Bom isso eu não posso dizer.

Já o amor de vó eu senti. E fico imaginando ela aqui com a gente.
Eu contando meu dia pra ela e ela contando o dela pra mim, como a gente sempre fazia. Qual seria a reação dela quando soubesse do meu primeiro emprego na psicologia. A reação dela ao saber que eu não tenho mais tanto medo, que tenho força pra superar cada dia mais.
Não que eu não esteja feliz, mas... É que me falta um grande pedaço.

Me despedi antes que eu chorasse e fui me deitar.
Peguei meu celular e dei play na música - sem radar - . Essa música diz tudo que estou sentindo agora. Me peguei chorando até que cai no sono.

********************

Eu tô elétrica, louca... E rouca. Eu sabia que isso ia acontecer. Eu não deveria ter gritado tanto ontem, mas não pude evitar.
Eu já falei que eu tô elétrica?? Caseta, eu não sei com que roupa eu vou. Jack. Tenho que acordar ele pra me dar carona.

Sai correndo. Abri a porta e me jóquei em cima dele..

--JACK!! Meu primeiro dia no trabalho!!! --gritei enquanto pulava e sacudia ele.

-- meu Deus... Tenho uma criança no primeiro dia de aula. -- murmurou se aconchegando mais no travesseiro.

--é sério. Você falou que ia me levar. --ele ainda tá me ignorando. -- LEVANTA!!

-- tá coisa irritante!! Para de pular! -- disse se levantando e quase me joga pra fora da cama.

-- se demorar eu vou dirigindo o seu carro. -- falei contra a porta fechada do banheiro.

-- o caralho que vai.

-- aproveita e lava a boca... Tá muito suja.

-- olha quem fala.

Deixei ele ainda resmungando alguma coisa e fui pro meu quarto pra começar a me arrumar.

Escolhi uma calça jeans clara, uma blusa de botões de ponta a ponta e manga comprida e claro minha jaqueta. As roupas de frio viraram minhas amigas inseparáveis.
Optei por fazer uma trança embutida. Fica lindo e eu amo trança.
Sai pulando em um pé só tentando colocar meu scarpin, por sorte não beijo o chão. Encontrei o Jack já na sala me esperando.

Cheguei na clínica um pouco cedo, ainda assim é melhor do que chegar em cima da hora.

Cumprimentei o guarda. A recepcionista. E subi pra minha sala. O sr. Alberto disse que eu teria uma secretaria com todos os meus pacientes e horários e isso me aliviou un pouco.

Assim que entrei, ela já estava arrumando alguns papéis. Ótimo, ela é pontual.

-- olá.

--olá.. Você é Annelise Andrade?

--sou sim

-- eu sou jullia. Ótimo conhecer você.

--igualmente... Então, é você que vai me ajudar todos os dias?

--isso aí. Quer ver o que tem pra hoje?

Gostei bastante da jullia. Ela é divertida e engraçada e vai me ajudar muito. Ela me explicou tudo sobre a agenda e os horários de cada paciente. Hoje terei três.

Minha primeira paciente é uma menina. Os pais estão se separando e a menina se sente sozinha e por isso criou um amigo imaginário. Dependendo do tipo de relação do amigo imaginário não acho uma coisa ruim... Até agora, fácil!

-- e aí, como foi até agora? -- jullia entrou na minha sala carregando uma pasta.

-- ótimo. Tô tremendo de nervoso.

-- o próximo acabou de chegar. Já passou por quatro profissionais e não teve avanço nenhum. Vou pedir pra entrar.

--ok.. -- respirei fundo e voltei com as anotações de antes.

-- bom dia. -- aquela voz firme foi invadindo a sala junto com um perfume muito bom.

--bom dia. --falei parando o que eu estava fazendo e olhei pra frente.

Caseta... O destino tá de putaria comigo.


Voltei meninas...
Espero que gostem do CAP e que estejam gostando do livro.
Tem muita coisa pra rolar ainda RS...
Comentem e votem.
Bjuuu

M. Melllo

Nas Suas Asas  Where stories live. Discover now