01 - Lar doce lar...ou não

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Dois anos depois,
Beacon Hills, Califórnia.

Eu odiei Beacon Hills assim que coloquei os olhos na cidade.

Tudo bem, tudo bem. Talvez não fosse tão ruim assim. Mas meus instintos me diziam para correr e nunca mais voltar, e eu geralmente confiava muito nos meus instintos.

De qualquer forma, meu pai não ouvia nenhuma de minhas reclamações sobre a cidade e continuava em seu falatório desenfreado sobre como seu trabalho no hospital melhoraria tudo.

Parte do motivo para nos mudarmos foi esse emprego no hospital. Eu podia achar sua profissão de médico bem nobre, mas confesso que desejei internamente que ele tivesse qualquer outro emprego quando soube.

— Skye? - ele me chamou, me olhando de canto enquanto dirigia. - Está me ouvindo? 

— Uhum - murmurei, embora não soubesse nem mais em que parte do discurso ele estava. Provavelmente a de quando eles lhe ligaram falando que o aceitavam, ou talvez o fato de que a sala dele tivesse vista para uma lagoa com uma família de patos.

— Então pode me dizer do que eu estava falando? - ele tinha aquele brilho vingativo nos olhos, o que me fez xingar internamente.

— Hã...a família de patos? - chutei, com um sorrisinho culpado.

Tanto Sammy quanto ele reviraram os olhos.

— Eu falei que ela não saberia - disse meu irmão. Ele tinha apenas nove anos, mas conseguia ser incrivelmente irritante quando queria.

— Ei! Pensei que estivéssemos no mesmo time - exclamei, o fuzilando com o olhar.

— Isso foi até você quebrar meu carrinho ontem.

— Ah, pelo amor de Zeus, aquele negócio já estava velho. Ia quebrar de um jeito ou de outro.

Provavelmente continuaríamos a discussão até o fim do dia, mas papai nos interrompeu, provavelmente prevendo a grande guerra que começaria.

— O que eu estava dizendo era que amanhã o xerife vai vir jantar em casa e vai trazer o filho dele, que é da sua idade, Skye - falou ele, me lançando um olhar suplicante. Eu não tinha amigos há tipo uns quatro anos, e meu pai ainda insistia em se iludir pensando que isso mudaria agora. - De qualquer modo, quero que se comportem. E com isso quero dizer: sem começar a falar de futebol americano com eles, Sammy, e sem ser estranha, Skye.

Revirei os olhos, irritada. Já havíamos tido essa conversa várias vezes e ele não cansava de me chamar de estranha, mesmo que eu não fosse.

— Pai, eu não sou estranha.

— Você é estranha - me disse Sammy.

Papai estacionou em frente à nossa mais nova casa e eu desci do carro, cruzando os braços.

— Melhor ser estranha do que irritante como você - rebati.

Meu pai desceu do carro também, se aproximando de nós por trás.

— Ei, deem uma pausa nisso e observem nossa nova casa - falou, colocando seus braços ao redor de mim e de Sammy. - É linda, não é?

The Fugitive ➳ TWolfWhere stories live. Discover now