Innofensive [short sequel]

Capítulo 13

S P A R K S

"Chelsea, querida, você precisa se acalmar. A culpa não foi sua, de maneira alguma. Foi apenas uma forma de se defender, você sabe que Zayn te mataria, ou pior, te obrigaria a coisas muito piores do que alguma vez foi obrigada antes." Eu escutava aquelas palavras tentando convencer a mim mesma de tudo aquilo fazia sentindo, sem querer aceitar que realmente havia matado uma pessoa. Não estaria tremendo e em prantos daquela maneira se não me sentisse culpada ou com medo do que poderia vir a acontecer comigo por conta do que fiz. Matei uma pessoa, mesmo que essa seja Zayn Malik ou mesmo que tenha planejado isso anteriormente, acabei por pensar em um plano sem pensar nas consequências dele.

Eu estava sentada em um cadeira sem sentir dores no meu corpo, já que de alguma maneira alguém tira me tirado daquele porão e me levado ao hospital antes mesmo de ligarem para tirar o corpo de Zayn. Aparentemente, havia alguma falha na minha memória que não me deixava lembrar da minha ação em ligar para Amma e deixar todo o resto nas mãos dela, e ao que parece ela chamou uma ambulância e a polícia, em seguida eu fui levada para o hospital e para a delegacia, onde estava até aquele momento.

Muitas pessoas entravam e saiam da sala onde eu estava, vozes conhecidas e desconhecidas passavam pela minha audição assim como vários rostos preocupados passavam em frente aos meus olhos, mesmo assim eu não era capaz de identificar nada naquela momento por conta do meu choro incessável e da minha mente cheia e confusa. Era como se a minha vida parasse sem que eu esperasse, nada mais fazia sentido e eu só consiga pensar em como deveria ser punida, não só por ter apertado o gatilho, mas sim por ter destruído a vida de todos ao meu redor para tentar corrigir o pecado de outra pessoa.

"Chelsea, você está me escutando?" Alguém falava comigo sem que eu sequer pudesse digerir as palavras ou reconhecer a voz, e foi só ao sentir o toque suave em minhas mãos que minha visão aos poucos pôde voltar ao normal, assim como todos os meus sentidos que pareciam estar abalados na situação.

"Sim, eu estou te escutando Amma." Respirei fundo e passei minha mão pelo meu rosto para limpar as lágrimas dos meus olhos totalmente inchados, em seguida em esforcei para prestar atenção no que a morena viria a falar. Antes que ela pudesse prosseguir, olhei em voltar e notei o carrinho de bebê parado ao fundo da sala, me segurando para não voltar a chorar só em pensar na vida do meu filho dali para frente. "Será que você pode trazer o Troye até aqui?" Pedi a Amma, observando a mulher concordar e pegar o carrinho, trazendo-o em minha direção.

"Sei que parece que ficou a eternidade sem seu filho, mas foi só uma questão de dias. O médico falou que você não pode pegar peso durante as próximas semanas, por isso não é recomendado que pegue o Troye no colo. Você quebrou as duas pernas, a uma costela e deslocou o ombro, querida." Me lembrou, o que me fez ter meu filho somente ao meu lado, enquanto eu observava seus olhos verdes iguais aos de Harry brilharem de uma maneira que poucos vezes vi no olhar de seu pai.

"Amma, eu matei o Zayn. Sei que fiquei muito próxima de morrer também, mas não queria que isso acontecesse. Pelo menos não imaginei esse impacto." Desabafei. Amma soltou um suspiro leve e se sentou ao meu lado, evitando me tocar como se soubesse que, se fizesse aquilo, eu voltaria a chorar tanto quanto antes.

"Foi uma defesa. Ele te jogou da escada e te bateu, as marcas estão presentes por todo o seu corpo, os policias já viram, tem fotos, e perceberam o quanto você está nervosa com toda essa situação. Bem, eles também sabem que você tem um filho e que iria se casar com o Harry, mesmo assim tenho boas notícias em relação à ele e a todos os garotos." Ela sorriu, o que me deu uma ponta de esperança com relação a saída do meu noivo da cadeia. "Logo que a polícia chegou na casa de Zayn e analisou cada cômodo para as investigações, encontraram provas que não seriam válidas, que foram inventadas contra Harry. Além disso, ele apresentou bom comportamento e participação positiva nas atividades na prisão."

"O que quer dizer com isso? Ele vai ser liberado?" Perguntei ansiosa. "Harry vai sair da cadeia?"

"Bem, ainda havia uma dívida que ele teria que pagar por ordenar algumas mortes, mas provaram que todas elas foram de outros traficantes, muitos mais perigos e ameaçadores, e com a queda de todos esses chefes, muitos impérios de tráfico caíram, e isso deveria ter sido feito pela polícia, mas seu noivo fez todo o trabalho sem sequer sair da cama." Explicou.

"Então ele contribui para o trabalho da polícia?"

"Eu fiz todo o trabalho para a polícia." Uma voz soou de fora da sala e alguns segundos depois entrou no ambiente de maneira dominadora e ameaçadora. A imagem de Harry estava bem a minha frente, e pela primeira vez no último ano, eu não estava o vendo de uniforma da penitenciária, e sim novamente com as roupas que costumava usar antes de tudo desmoronar sobre nós. "E depois de pagarem uma parte em fiança, eliminarem as provas falsas e considerarem a minha ajuda de antes, eu consegui a liberdade condicional."

"Harry! É tão bom te ver assim!" Amma falou animada, se levantando e correndo na direção de Harry, dando-o um abraçado materno, o qual ele correspondeu. Não tinha como não concordar com Amma, já que era gratificante ver como Harry parecia bem e muito diferente do que estava quando preso; havia um brilho em seus olhos e não havia palidez em sua pele, além da postura de chefe que voltara. Mesmo assim, eu ainda conseguia perceber uma diferença marcante, que nem muitos anos novamente agindo como chefe mudariam, afinal, ele estava mais sentimental e parecia agora sempre ter medo do pior.

"É muito bom te ver também, Amma. Conversamos depois, certo? Os outros estão lá fora, se importa de sair um pouco? Eu preciso conversar com a Chelsea." Pediu gentilmente como se estivesse pedindo um favor, muito diferente do que costumava fazer sempre que ordenava algo. Amma apenas assentiu e deixou a sala rapidamente, me deixando sozinha com o de olhos verdes, e ao pensar que ele mudaria de postura quando ela saísse e que se tornaria bravo por eu ter mentido ao dizer que não me encontraria com Zayn, me surpreendi ao observar seus atos seguintes.

Harry se aproximou com cautela de mim e do carrinho de Troye, ao estar ao lado do mesmo se abaixou e pegou o bebê em seus braços, visto que ele havia ficado incomodado e estava prestes a começar a chorar. Meu filho se acalmou nos braços do pai e ambos ficaram mais perto de mim quando Harry se sentou ao meu lado, deixando-me próxima das duas pessoas mais importantes para mim. O meu noivo me abraçou cautelosamente e não disse palavra alguma, e a cada de segundo de silêncio e conforto que ficávamos, mais nervosa eu ficava.

"Harry? Você disse que queria conversar, mas estamos em silêncio até agora." Falei timidamente, sem receber resposta da parte dele. "Eu pensei que você iria gritar comigo e fazer com que eu pagasse por ter mentido para você."

"Talvez se eu nunca tivesse ido para prisão eu faria uma coisas dessas. Mas depois de ficar mais de um ano preso, percebi que não faz sentindo arriscar tanto assim. Sei que a culpa é minha por tudo isso estar acontecendo a você, e não quero ser mais um trauma na sua vida. Esqueça aquele Harry que você tinha medo, e se lembre apenas esse que te abraça e faz promessas que valerão por toda a vida. Vamos nos casar o quanto antes, pequena. Vai ficar tudo bem."

"Sim, vai ficar tudo bem." Concordei, poucos segundos antes de um clarão invadir a minha visão e, por fim, me fez finalmente acordar.

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okokok, calma calma, vai ficar tudo claro no próximo capítulo!!! espero que estejam gostando!!

ily all - Mari xx