Capítulo 7

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[perguntinha;; se eu escrevesse uma fic larry ou muke vocês leriam???]

S T Y L E S


A cadeia pode ser o pior lugar que já estive, se comparada com os outros lugares grotescos que me obriguei a ir por conta da minha maldita função como chefe de tráfico. Entre becos e vielas apertadas, até construções abandonadas caindo aos pedaços e grandes edifícios deslumbrantes por fora, mas horrivelmente sombrios por dentro, nada se compara com a sensação de se estar sozinho em uma cela pequena durante um ano inteiro, sem ter o direito sequer de ver a luz do sol em alguns dias. As pessoas aqui parecem esquecer que eu sou um ser humano com qualquer outro, a única diferença é que eu estou pagando pelos meus crimes e pelos meus pecados por trás das grades, que escondem muito mais do que presidiários e seus crimes.


Os pequenos espaços por trás das grades escondem as confissões, os desabafos, e as dores daqueles que, querendo ou não, se sentem arrependidos pelos crimes que cometeram, sejam eles mais simples como meros assaltos à lojas de bairro e pequenos tráficos de drogas até assassinatos e sequestros. Ou, no meu caso e dos rapazes, assassinatos, sequestros, tráfico. A gravidade dos crimes, querendo ou não, é uma grande influência no modo como os outros te tratam aqui dentro; um ano atrás, quando o famoso Harry Styles foi finalmente preso e passou a conviver com outros pequenos traficantes que têm certa admiração por mim, acabei sendo alvo tanto de ofensas contra as coisas que fins, quanto de pavor para aqueles que sempre temeram-me. Não os culpo por nada disso e busco ignorar todas as ofensas ou todas as vezes que alguém se afasta de mim por medo, sendo que o verdadeiro medroso de tudo isso sou eu.


Estar em uma cela solitária pode ser apavorante em certos momentos, mas o que me apavora ainda mais é não ter ideia do quanto tempo ficarei aqui, ou se algum dia receberei o enorme privilégio de poucos de deixar esse lugar, que com toda certeza pode ser comparado com um verdadeiro inferno em meio à terra, muito longe de qualquer paraíso pessoal que possa existir. Um ano dentro desse pesadelo só nós faz pensar em como as coisas poderiam estar caso nada disso estivesse acontecendo, e em como nossas famílias e as pessoas que mais amamos estão lidando com a ausência e com o fato de estarmos aqui. Quando fui preso, a única coisa em que conseguia pensar era na garota de cabelos loiros e olhos claros; mas com o passar do tempo e com as informações que recebia durante as visitas da minha família ou de advogados, percebi que existem outras pessoas com quem eu devo me importar, principalmente com o pequeno garotinho que tive a honra de conhecer no dia anterior.


Saber que a mulher que tanto amo está sozinha por ai com o meu filho dói muito mais do que eu poderia imaginar, e uma ano atrás quando descobri que Chelsea estava grávida, sabia que as coisas jamais seriam as mesmas, só não poderia imaginar jamais que iria me sentir tão bem em ter um bebê em meus braços, principalmente em saber que ele é meu filho. Talvez Chelsea seja grata, em parte, por ter um filho comigo sem pressões à parte dos negócios, mas ela nunca saberá o quanto eu sou grato por ter a honra em ser pai de um garotinho mais do que perfeito que está em mais perfeito e seguro cuidado de sua mãe, e agora, após conhecer meu filho e conversar com Chelsea, eles são as únicas pessoas que dominam meus pensamentos da forma mais positiva, e eu estou fazendo o possível para não pensar em outra certa pessoa que, apesar de tudo, não merece nem ao menos metade dos meus bons pensamentos no momento.


Foram muito anos chorando em cima de um túmulo certamente vazio, dias inteiros de dor e culpa por algo que eu me iludia pensando que havia causado, lágrimas desperdiçadas a toa para alguém que jamais as mereceria. Além de toda a culpa e o ódio de mim mesmo que já senti desde o momento da suposta morte de Gemma, percebi depois da notícia de Chelsea que eu também estava sendo enganado e incentivado cruelmente à chorar pela minha própria mãe, que teve a maldita coragem de esconder a filha em um porão durante muito meses, anos. A verdade passava por baixo de mim sem que eu ao menos notasse, me convencendo com desculpas estranhas para que não entrasse no porão, e agora percebi que não deveria ter confiado em nada do que aquela mulher alguma vez me falou. Minha vontade de deixar essa maldita prisão só aumentou depois que minha irmã está viva, e se depois de ouvir as palavras de Chelsea sei que sou capaz de mudar tudo isso caso minha irmã ou minha mãe tente encostar na minha noiva ou no meu filho.



Innofensive [short sequel]Onde histórias criam vida. Descubra agora