Um futuro adiado acontece. Part I

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Quando entramos em casa a primeira coisa que fiz foi empurrar aquela especie de cama de bebê,deixando a alça na mão dele. Só o que ele disse, foi:

- Ei... tem uma criança ai, não sei se percebeu. Ele não tem culpa de tudo que aconteceu.-

- Aff... Que seja. - Falei subindo as escadas e sentindo um peso na consciência por ter feito isso.

Mas por mais que eu saiba que a criança não tem culpa pelos erros dos pais, eu não posso e não vou me apegar a eles. Estou profundamente magoado com William, estou amargurado, com várias perguntas entaladas na garganta.

Fui para o banho em meu quarto, e esperava que ele aparecesse por lá, mas não aconteceu. Eu não conseguia dormir, ficava pensando em como e onde ele estaria. Poderia estar em um dos quartos ou com Leonor, ainda era 2 horas da tarde. Meu Deus, como é difícil esquecer dos fantasmas do passado, acho que o quê eu mais queria nesse momento, era arrancar esse amor do meu peito, será que era minha sina passar a vida toda apaixonado por um único homem?

Depois que deitei pra descansar, acordei já era quase 5 da tarde, olhei para o quarto observei que algumas coisas realmente não estavam mais, incluindo uma fotografia de mim e do Gustavo, que ele fazia questão de deixar perto da cama. Fui vestir uma roupa, quando desci, Leonor estava brincando com os pirralhos do William, ela sorria e fazia gestos toda abobalhada com eles, isso até me dava enjoos, aquela felicidade dela era demais pra mim.

- Onde está seu filho? Leonor.- Perguntei.

- Ele foi comprar Leite e mingau Lipe e pro Greg.-

- Como assim, Lipe?- Questionei.

- Lipe é abreviação de FELIPE, que é o nome desse rapazinho sorridente aqui. Esse aqui que ta dormindo é o Gregori, mas conhecido como greg, ele já é mais sério, quase nem rir.- Finalizou ela.

- Eu preciso ir para o meu quarto.- Falei subindo as escadas novamente.

Como ele pode me maltratar tanto, eu estive tão forte nos últimos anos. Agora estou prestes a desmoronar de tanta dor emocional, será que ele não percebe que assim eu posso morrer, não aguento mais toda essa dor. Estou me sentindo como se facas estivesses perfurando meu peito, eu não quero mais ele perto de mim, nunca vou conseguir me livrar desse sentimento se ele permanecer aqui do meu lado, não consigo sentir seu cheiro sem que meu corpo estremeça e peça pra ficar junto ao dele. Seu cheiro tem sabor de casa, carinho e muito amor.

Ouvir um barulho, o portão estava abrindo. Observei ele entrando da janela do meu quarto, como ele pôde ter ficado tão charmoso, tão lindo quanto já era. Ele mudou bastante, não parece mais um moleque, agora ele é um homem, cabelos e olhos pretos com pele bem clara, seu cabelo era bem liso com um penteado social, barba que o deixava tão atraente, seus músculos chamavam atenção.

Ele olha pra cima - quase tive um enfarto - antes de tentar me esconder atrás da cortina. Fiquei refletindo sentado sobre a cama, cheguei a conclusão que eu não deveria sair do quarto hoje, um dia sem comer não mata ninguém.

Passou-se algum tempo, já era 9 da noite. Tentei me convencer de que e ia aguentar ficar sem comer, pra não ter que topar com William na cozinha, mas parece que quanto mais eu queria me convencer de que eu não estava com fome mais minha barriga parecia se contorcer por dentro, pensava assim "eu nem preciso comer, mesmo", mas tava tudo dando errado.

Como já estava tarde, decidi tomar um outro banho antes de dormir, quando sair do banheiro me deparo com os bebês na minha cama, dormindo, e uma mesa com muitas comidas e frutas em frente a cama, William estava colocando salada de maionese num prato. Só o que disse foi:

Ao seu ladoWhere stories live. Discover now