Decisão nas férias

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Ver ele ajoelhado realmente não foi fácil, mas pensar que seus pais haviam deixado, de fato aquilo me deixou intrigado. Não sabia o que tinha acontecido. Mas tinha algo maior que isso acontecendo.

Eu sou o tipo de homem bem objetivo, gosto das coisas claras. Sou bastante observador. Enquanto via Felipe ajoelhado no chão, só passava pela minha cabeça o quanto ele estava frágil, e eu seria o maior babaca se saísse dali sem saber nada. O mínimo que deveria fazer era conversar com ele.

Me aproximei dele, peguei ele pelos ombros e tentei levanta-lo. Com um pouco de dificuldade consegui, então eu disse:

- Pare de chorar! Vamos conversar mais tarde, agora vamos comer aquelas pizzas, que elas devem estar nos esperando lá e cima.- falei o abraçando.- Tentando mostrar naturalidade.

Mas nesse abraço, pude perceber o quanto ele precisava de mim, e muito provavelmente eu também precisava dele.

Seu abraço foi forte. Ele não queria mais me soltar, nem eu queria que isso acontecesse, então ficamos ali por um bom tempo. Eu fitava seu rosto, mas ele o virava, não permitia que eu olhasse em seus olhos. Então peguei seu queixo, impedindo que ele tentasse fugir. Quando o olhei fixamente, seu olhar parecia se juntar ao meu tão intimamente, que o beijei. Foi um beijo tão doce, parecia que estávamos selando mais uma fase, mas que agora seria tudo melhor, sem desconfiança e sem medos, embora precisássemos ter essa conversa ainda.

Subimos para onde estavam os nossos amigos, eles estavam tensos. Provavelmente sabiam o que tinha rolado em baixo, mas fizemos questão de mostrar que tudo estava indo bem. Então eu fui direto nas caixas das pizzas, conversando com todos pra tirar um pouco da tensão que havia se instalado no lugar, Felipe tava com os pratos na mão, então distribuiu. Todos vieram pegar as fatias de pizzas e começaram a zoar, assim que perceberam que realmente estava tudo bem de fato. Aquela noite foi muito agradável embora o ocorrido, ficamos por horas lá, quando deu 4 horas da madrugada, Diana foi embora com Lúcia e Eric, mas os demais ficaram e dormiram lá na casa de Felipe. Pela manhã, estava tudo uma bagunça só, e a mesa da cozinha ficou uma completa zona. Mas por fim, tava tudo muito bem.

Quanto a situação na escola, não estava tão bem assim. Christian estava andando com o Guga, o que pra mim não era uma boa coisa. Toda vez que Osvaldo estava comigo e víamos os dois passando, ele falava:

- Cuidado William, pode contar que isso não é uma boa coisa.- Dizia ele com uma cara de preocupado.

Eu sabia que deveria me preocupar, mas tentava não demonstrar medo algum, e muito menos preocupação. Mas deixei isso claro para Osvaldo, que passou a ser bem próximo a mim durante o primeiro período todo. E não foi difícil ele se tornar meu amigo, ele era objetivo assim como eu, não gostava de enrolar, ia direto ao ponto, e de todos ele era o mais maduro.

☆☆☆

Acabou o primeiro período da faculdade de Arquitetura, todos decidiram ir para o mesmo lugar. Eu não estava sabendo dos planos deles. Numa noite quando estávamos todos na mesa do refeitório, eles falaram que tinham algo pra me dizer. Fiquei logo curioso, perguntei o que era, mas me falaram pra esperar um pouco, porque estavam esperando o Eric sair da PF (prova final), ele não tinha passado na disciplina, e teve que fazer a prova pra melhorar sua nota. Depois de 40 min, Eric chega e diz:

- Já falaram pra ele?

Todos respondem em coro que não. Então deixa que eu conto, falou Eric.

- Claro que não né, deixa que o Felipe contar.- Falou Osvaldo.

- Nada mais justo, já que é o namorado dele.- Disse Lúcia, zombando de Eric que fez uma careta.

- Tudo bem. Olha Will, nós decidimos passar as férias todos juntos, alugamos uma casa por 2 meses na praia de Curação no Caribe, então vamos todos pra lá em uma semana, e isso inclui você.- Falou o Felipe olhando fixamente pra mim, com um semblante de satisfação.

Ao seu ladoWhere stories live. Discover now