She

465 49 40
                                    

Distúrbio da personalidade antisocial. DPA. Psicopatia ou sociopatia.

Okay. Estou presa em um lugar que, só para constar, eu não tenho a mínima ideia de onde fica e com um psicopata. O cara tem um distúrbio completamente voltado para a agressividade e não tem capacidade de sentir remorso. Não poderia piorar!

Mais uma vez olho para todos os lados e paredes do quarto, a procura de algum local que eu possa escapar, mas é impossível. Caminho até a porta, e giro a massaneta, na esperança de que ele tenha esquecido de trancar ou algo do tipo, mas obviamente a porta nem se moveu. Eu tinha que arrumar algum jeito. Alguma coisa tem que ser feita. Eu não posso simplesmente desistir.

Minha cabeça está completamente confusa, sinto como se eu mesma estivesse a me acusar e minha mente está a mil. Porque eu sempre sou a garota que desiste. A que simplesmente é fraca e não consegue mais enfrentar as coisas e procura sempre a alternativa mais fácil, que é deixar tudo para trás. Mas eu tive um motivo para me tornar a garota que chora por tudo e que quer acabar com a própria vida.

Mas agora eu me sinto diferente. Eu não consigo entender porque, mas tudo em mim parece querer viver. É como se quando eu sair por aquela porta, o mundo só tenha coisas boas a me oferecer. E é como se eu não quisesse mais desistir, eu quero tentar. Eu não quero mais ser fraca. Talvez quando eu conseguir sair daqui finalmente, a garota chorosa e cansada de viver volte. Talvez eu volte a querer acabar com tudo, quando eu me ver livre deste lugar. Mas agora, eu preciso tentar escapar.

Sento na cama, ao ver que não havia como sair, e penso em alguma solução. O quarto era completamente fechado, não tinha nem como saber se agora era dia ou noite. Tem uma porta que da para um pequeno banheiro, que só tem uma janela, que como se ainda não bastasse ela ser super pequena, ainda tem grades. E eu não tenho a mínima ideia do que aquele cara fez com meu celular, minhas roupas, meus cigarros porra. Eu não posso nem ao menos fumar.

O que leva uma pessoa a se tornar um doente psicótico?

Eu sei que é um distúrbio mental, mas deve haver algum motivo que desencadeie esse comportamento. Sempre há um motivo, para tudo. Eu só preciso descobrir qual é. Então talvez eu possa tentar ajuda-lo, tentar resgatar um pouco da humanidade dele, tentar fazer com que ele perceba que descontar o que seja lá que ele tenha passado, nos outros, não está ajudando em nada. Mas caso tudo isso falhe, ao menos estarei ganhando tempo e esperando a oportunidade perfeita para fugir deste lugar.

Fico ali por tempo indeterminado, visto que não havia mais nada a se fazer além de esperar, até que ouço o barulho da porta a ser destrancada. Sinto meu estomago a dar voltas de nervosismo quando vejo a mesma a se abrir. O moreno aparece com umas calças largas, casaco preto e suas tipicas botas pretas. Seu cabelo preto estava levantado e sua barba mal feita. Eu estaria mentindo se dissesse que ele não é atraente e muito bonito. Se eu não estivesse nessa situação, nunca desconfiaria que esse cara é um louco.

"Oh, já acordada." Sua voz rouca soa e ele caminha em minha direção. Eu acho que mal dormi.

"Que horas são?" Me permito perguntar, enquanto tento prender meu cabelo.

"Antes de oito horas." Ele responde e se senta ao meu lado na cama.

Acho que ele está mais disposto a conversar hoje, visto que respondeu a minha pergunta rapidamente. Talvez eu consiga algumas respostas.

"O que você fez com as minhas coisas?" Pergunto e ele põe o seu olhar em mim.

"Por quê?" Ow, essa ele não respondeu, mas já foi um progresso.

"Porque eu realmente preciso dos meus cigarros." Digo e ele me encara por alguns segundos e logo pega algo no bolso de sua calça, que me surpreendo ao ver que é o meu masso de cigarros. Ele tira um para ele e me estende a caixa, para que eu pegue um para mim. Em seguida, ele pega um isqueiro no mesmo bolso e acende os dois cigarros.

Fallen Angels {Z.M.}Where stories live. Discover now