Capitulo 5

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Acrescentei algumas pulseiras e deixei o rabo de cavalo um pouco mais solto. Desci as escadas.

Brenda: Mãe vou ficar esperando a Jú aqui fora. — cheguei perto — Te espero lá. Te amo. — dei um abraço apertado nela.

Fechei a porta e fiquei escorada na grade de casa, o morro estava lotado até mesmo na subida e nos barzinhos da esquina. Ainda mais que aqui o comércio está crescendo, quando dá final de semana assim, a maioria do povo do asfalto vem pra cá. Como eu sei? Eu saiu perguntando? Não. Os estilos da roupa e as vezes os carros, falam muito sobre as pessoas.

JJ: E aí gatinha linda. — encostou do meu lado.

Brenda: Fala meu amor. — brinquei com ele.

JJ: Vai fazer a minha fita mesmo?

Brenda: Calma. — coloquei a mão no ombro dele — Eu vou chegar na Júlia para você, mas não garanto que ela vá ficar.

JJ: Eu sei disso. Mas não custa tentar.

Brenda: Seguindo os meus conselhos?

JJ: O não eu já tenho. — deu ombros — Vou fazer o meu pião antes que seu pai saia e o Maquinista me arranque o coro.

Brenda: Vai aparecer no baile?

JJ: Quando não apareço? — piscou e mandou beijo.

Estava sem relógio, olhava pra baixo e nada daquela magrela subir.

Brenda: EMANUEL. — chamei e fui até ele.

Emanuel: QUE QUE FOI?

Brenda: A Júlia já está pronta? Quer dizer, você viu?

Emanuel: Sou gêmeo, mas não nasci grudado.

Brenda: Ai que grosso. Enfim, obrigada. — dei as costas.

Emanuel: Ei... — olhei pra trás — Tá gostosa.

Brenda: Vai se fuder. — pisquei.

Emanuel: Eu gamo! — piscou de volta — Gosto da sola do seu sapato. — caminhou até mim.

Foi tudo muito rápido, suas mãos foram parar no meio do meu cabelo. Apertou com força, inclinando a minha cabeça pra trás. Sua boca passou esbarrando do meu pescoço até a minha orelha, dando um pequeno bafo de hortelã no meu ouvido.

Emanuel: Na hora em que eu te pegar, você corre! — mordou a pontinha, dando um beijo por cima.

Brenda: Sabe o que é mais engraçado? — cravei as minhas unhas em suas costas, arranhando.

Emanuel: O que? — encostou a testa dele na minha.

O seu perfume invadia as minhas narinas, eu respirava cada vez mais fundo e aquele cheiro ficava mais em mim. Meus olhos queriam se fechar e me entregar totalmente, mas tinha um lado meu que não deixava, acho que era o amor próprio ou o orgulho, se não me engano.

Brenda: Isso não vai acontecer. — dei um beijo em seu queixo.

Sai de perto do mesmo calmamente, voltei a me encostar na grade e ver as pessoas subindo. Ele ainda ficou um tempo parado no mesmo lugar me olhando. Não é que eu não tenha vontade de ficar com ele, eu não sou cega, eu sei que existe isto isso dentro de mim. Só não quero admitir para ninguém, ainda mais de quem eu estou afim. Ao contrário, Emanuel não precisou sofrer para se tornar quem ele é hoje. Acho que já nasceu assim, querendo passar aquele pinto em todas as meninas que dessem mole para ele, e eu não quero ser mais uma delas, não quero ser SÓ mais uma. Quero ser aquela que vai fazer ele comer na minha mão, que vai fazer a diferença na vida dele, que vai chegar e vai marcar. Não quero ser só brisa passageira, quero ser um furacão, terremoto e todos os outros fenômenos da natureza reunidos. Se ele me der flores, vou plantar um jardim, ele só precisa fazer as coisas certas, mas eu não sei se ele faz isso para se fazer de bobão idiota para os amigos ou se faz isso porque gosta ou se simplesmente se esconde de algo. Seja o que for, não vou esperar ele descobrir para me ganhar, quando ele acordar para a vida, possa ser que eu esteja disposta. Sinto que ainda falta muito crescimento ali e sinto também que ainda não merecemos um ao outro. Quer dizer, sei lá, o que eu tô falando? Acorda Brenda.

Maicon: Princesa? — estalou os dedos na minha frente.

Brenda: OI? — saiu um pouco alto.

Maicon: Não falei que eu viria? — sorriu — Então, cadê a Jú? Tem um amigo meu, querendo conhecer ela.

Brenda: Sim... Ela já está subindo. — olhei pro menino — Não me é estranho.

XXXXX: Igor. — se apresentou.

Brenda: O sem sal. — falei sem pensar — Prazer.

Igor: O que? — riu.

Brenda: Papo de menina, enfim... — olhei novamente para baixo e aquela loira estava subindo — Olha ela aí.

Júlia: Olá meninos, chegaram a muito tempo?

Maicon: Chegamos agora. — deu um empurrão no Igor.

Júlia: Tá com algum probleminha no braço Maicon? — irônica.

Brenda: Tá rápida. — riu, dando o braço pro Maicon.

Júlia: Igor né?!

Igor: Sim, Júlia. — sorridente — Mesma escola.

Júlia: Também no face. — reparava ele — Você é lindo, ainda mais pessoalmente.

Brenda: Ui.

Maicon: Com sucesso.

Quebrada de traficante 2ªWhere stories live. Discover now