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Ideias vinham à cabeça, porém eu não conseguia levar elas adiante. Porquê? Simplesmente de responder… eu estava cheio de fome, e quando eu estivesse com fome eu não raciocinava de forma plena. Não gostava de pensar em outros assuntos a não ser em comer.
MÃE: Filho, estás bem?
MARCOS: Estou com fome!!!!!
MÃE: Isso não é nada bom. Porque não vem para aqui para comer e aí aproveitamos conversar?!
MARCOS: Estou aí em 20 minutos.
Minha mãe é minha heroína!
Agora eu só precisava apanhar um táxi.
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-Senta-te Miguel e fica a vontade. - disse o José.
Miguel sentou-se e ficou a olhar para o José enquanto este servia-lhe uma dose de uísque.
-Sabe, a vida de aposentado é uma tremenda chatice, nunca há nada de muito interessante por fazer. - comentou o José entregando o copo de uísque ao Miguel.
-Mas você pode sempre viajar com a Júlia, conhecer os lugares que sempre sonharam conhecer e tal. - disse o Miguel.
-Eh! Mas eu não quero ser como os outro, meu grande amigo. Eu queria mesmo voltar à activa, voltar aos tempo da academia e tentar mudar um pouco do rumo da minha vida. - disse o José enquanto olhava para o seu copo de uísque.
-Essa conversa de novo?! Estás arrependimento de ter conhecido a Júlia? Estas de ter três filhos maravilhosos que te amam mais que tudo na vida? - questionou o Miguel.
-Claro que não estou arrependido. É que até hoje tenho recordações daquele dia, Miguel. Eu ainda não me conformei com o final daquilo tudo. - disse o José.
Miguel deu um longo suspiro e disse:
-Nós só estávamos cumprindo ordens, José. Tu sabes muito bem disso.
-Eu sei! Só que essas mesmas ordens custaram a vida de três colegas nossos e mudaram por completo a vida de uma pobre menina que na altura só tinha cinco anos. Nós tiramos à ela um futuro promissor. - disse o José.
-Mas do que raio estás tu a falar?! Não fomos nós quem assasinou o pai dela, no fomos nós quem explodiu aquela bomba que matou os nossos colegas, a única coisa que nós fizemos foi entregar a miúda para uma família que cuidasse bem dela. - ripostou o Miguel.
- Miguel, demos ela a uns desgraçados nem vimos ela crescer. Era o mínimo que poderíamos fazer por ela. - disse o José.
-A família Mayor é muito respeitada e eu sei muito bem que criaram e educaram ela muito bem. - disse o Miguel.
-Como sabes? - perguntou o José.
-Eu sou polícia e o meu dever é manter a ordem na sociedade e olhar por ela e essa menina não fugiu a regra. Aliás essa menina era namorada do Du. - disse o Miguel.
-O quê?! Então aquela menina…a Vanessa… é ela mesmo?! - perguntou o José.
-Exacto. - respondeu o Miguel.
-Ela tem que saber a verdade, Miguel. - disse o José.
-Ela já sabe, José. Creio que o namoro dela com o Du, servisse apenas de bode expiatório para chegar até mim. - disse o Miguel.
-Ela é fria. - disse o José em risos.
-Porém magoou profundamente o Du. - disse o Miguel.
-Ah! Meu amigo ele é apenas um adolescente, daqui a pouco ela vai arranjar uma outra e esquecer essa Vanessa num instante. - disse o José.
-Duvido muito. Nunca tinha o visto o Du tão feliz desde… bem...sempre. - disse o Miguel.
-Ele é igual a ti. Não é de demonstrar muito os seus sentimentos. - disse o José.
-A situação do Du é outra. Eu sou assim por opção, já ele não. - disse o Miguel.
-Ok. Deixemos ele um pouco a parte e nos concentremos na Vanessa. - disse o José.
-Até hoje não sabemos quem assassinou o pai biológico dela. - disse o Miguel.
-E ela anda investigando quem é o pai dela. E o assassino também quer matar ela, e como ela já está desaparecida pudemos considerar que ela já o tenha em mão. - disse o José.
-Ou, então tenha falhado na captura dela e ela agora teve que desaparecer para arranjar uma maneira de saber quem está atrás dela. Logo ela vai precisar de ajuda e vai contactar alguém de confiança. - disse o Miguel.
-Os pais adoptivos, a melhor amiga, o Du…ou então a polícia, por exemplo. - disse o José.
-Não creio muito que ela vá contactar a polícia ou os pais adoptivos ou então envolver mais uma amiga na história para acabar da mesma forma que a Teresa, e quanto ao Du não tenho bem a certeza mas é possível que ela o procure. - disse o Miguel.
-E quanto ao caso dessa Teresa? Ainda não houve avanços? - perguntou o José.
-Adolescente de 18 anos,encontrada morta nas docas do porto, morta por ferimento de bala mas antes espacada de forma calculista porém dolorosa, como se o assassino estivesse querendo obter alguma informação dela, o que mostra que suspeito é bastante cuidadoso, mas nem tanto já que encontraramos impressões digitais “parcias” mas que podem dar jeito assim que o resultado da análise chegar. - disse o Miguel.
-“Morte bonita”. - disse o Jorge.
-Pois é! - concordou o Miguel.
-Temos de investigar esse caso a fundo e reabrir o do pai da Vanessa. - disse o José.
-Temos?! - perguntou o Miguel um pouco confuso.
-Sim, temos. Vou te ajudar e nem adianta reclamar. - disse o José.
-O senhor é quem manda! - disse o Miguel rindo.
-Mas se vamos reabrir o caso do Pai da Vanessa, teremos de ter muito cuidado para não criar nenhum motim na delegacia e chamar a atenção aos teus superiores, e temos de ter gente de confiança do nosso lado. - disse o José.
-Sem problemas. - disse o Miguel.

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