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Ela disse-me que iria à minha casa pelas 22h, mas já passavam sãs 23h30 e não havia nem um sinal dela. Decidi ir falar com o meu pai. Fui até o quarto dele e disse:

-Bip!

-Entra e fala. - responde o meu pai.

-Tem a ver com a morte da Teresa. - digo.

-Então esquece o "bip" e começa a falar. - diz ele.

-Há uns meses atrás a Vanessa foi agredida pelo Júlio Barradas e a Teresa estava presente. - digo.

-Por que ele agrediu ela? - pergunta ele.

-Isso ela já não quis explicar, mas disse que iria passar por cá para conversarmos melhor só que até agora nada... - digo.

O meu pai levantou passou a mão pela minha cabeça e disse:

-Há algo que tu tens de saber sobre a Vanessa, Du.

Eu estava mesmo no dia das descobertas sobre a mulher que eu tanto amava. Há cada momento era um lado obscuro sobre ela que se revelava e aquilo parecia não ser diferente.

-Ela é adoptada tal como eu imagino que já saibas, mas o que tenho para dizer é que... fui eu quem entregou ela para os pais adoptivos dela. - disse ele.

-Ahm?! Porquê? - pergunto.

-Bem, há 12 anos atrás uma menina de 4 anos testemunhou o assassinato de um deputado e aí a menina passou a ser testemunha fundamental para prender o autor do crime, mas só poderia testemunhar assim que tivesse 18 anos, logo eu e o meu chefe fomos encarregados de dar uma nova identidade a menina sem deixar rastros da sua verdadeira identidade.

-E essa menina é a Vanessa. - digo concluindo.

-Exacto! E o mais interessante disso tudo agora que me contaste isso é que na altura o Júlio era o acessor desse mesmo deputado e chegou a ser um dos suspeitos do homicídio só que nunca houve provas disso logo ele foi ilibado de qualquer acusação. - diz ele.

-Ele é um fantasma. - digo.

-Não tenhas tanta certeza. Fantasma não deixam marcas parciais de sangue para trás. - diz ele piscando o olho para mim.

-Mas mesmo assim é apenas uma única evidência e não será suficiente para ele apodrecer na cadeia. - digo.

-Por isso estou trabalhando arduamente nesse caso do navio e agora também vou dar mais atenção a esse caso do homicídio da Teresa. - diz ele.

-Podes contar com a minha ajuda. - digo.

-É melhor não te envolveres nisso, Du. - diz ela.

-Porquê? - pergunto.

-Não és polícia. - diz ele.

-Obrigado por lembrar. - digo.

-Está bem! Há mais uma coisa. - diz ele.

-Bip! - digo.

-Tens a certeza que ela gosta mesmo de ti? - pergunta ele.

-Tenho. - diz ele.

-Ela sabia que eu fui um dos que entregou ela para a adopção. Ela não ficava aqui só para namorar contigo. Ela ficava para me pressionar e contar-lhe sobre o seu passado há muito esquecido. - diz ele.

Nunca vem boa coisa quando alguém diz "Preciso falar contigo" e eu já estava a ficar habituado a essa rotina.

-Não é verdade. - digo tentando conter a emoção.

Venha A MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora