Mestre Fu

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Marinnete on

Eu entrei pela porta dentro do edifício que eu já tinha entrado para curar a Tikki, quando me deparei com aquele senhor esquisito de novo. Eu tinha-o ajudado a atravessar a estrada no primeiro dia de aulas, mas para além disso e de ele a ter curado, nunca tinha pensado muito nele.

Agora que penso bem devia ter suspeitado de tudo porque, no dia em que eu o ajudei, estava a caixa com o miraculous em cima da minha mesa e ele não fez muitas perguntas (apenas as suficientes, pelo menos) sobre o aspecto estranho da Tikki.

Quando eu entrei ele disse apenas: "Bom dia, Ladybug", o que me deixou de boca aberta (mas só dentro da minha cabeça). Eu sorri-lhe com um sorriso simples de volta com Tikki a flutuar ao meu lado esquerdo. Ele deve ter entendido que eu não estava a perceber muito bem o que estava a acontecer e começou a explicar-me tudo:

"Onde estão as minhas maneiras? Chamo-me Fu, Mestre Fu, sou o guardião dos miraculous há mais de 180 anos e este é o Wayzz."

Nesta altura saiu de trás de si uma espécie de tartaruga muito esquisita, que devido ao seu aspecto devia ser um kwami assim como a Tikki, que parecia muito feliz por se voltar a encontrar com ele.

"Vi que tens feito um óptimo trabalho", continuou. Eu agradeci.

"Bem vamos então ao que interessa" disse sentado-se no chão à frente de uma pequena mesa com uma cafeteira com chá acabado de fazer, como se soubesse que nós vínhamos. Convidou-me a sentar e perguntou se eu queria chá.

Naquela altura eu lembrei-me o quanto odiava chá (ideia tirada da versão em anime), mas também não queria ser mal educada, por isso apenas disse que não me apetecia naquele momento, enquanto tentava conter o enjoo na minha boca de pensar num chá horrível.

Depois de eu me sentar e passar-lhe o livro ele passou por algumas páginas específicas e depois voltou a olhar para mim.

"Muito obrigado por me trazeres este livro. Será uma pista preciosa para encontrar..." ele parou nesse momento para se corrigir, como um assunto em que ele não queria tocar "Para saber mais sobre alguns miraculous".

Talvez não o devesse ter feito, mas queria falar sobre aquele assunto com mais alguém por isso perguntei:

"Ia dizer para encontrar o Falcão Traça?"

Como se me tivesse lido a mente ele começou a contar o que tinha acontecido:

"O miraculous do Falcão Traça perdeu-se há muito tempo e teve anos e anos sem ser ativado. Dizia-se estar desaparecido, mas caiu nas mãos erradas e agora é utilizado para espalhar o mal e o caos por Paris. Ele precisa dos teus brincos e o anel do Gato Noir porque quem possuir ambos terá o poder abosoluto."

Aquela última frase deu-me um arrepio na espinha, ao mesmo tempo que alguém tocou à campainha.

"Tenho que ir atender alguns clientes, mas volta daqui a uma semana, já devo ter novidades." disse empurrando-me para a porta.
Eu queria perguntar-lhe se o Gato Noir também sabia da sua existência, mas entendi que ele estava com pressa e fui embora, enquanto Tikki entrava na minha carteira.

Quando saímos fui no caminho para casa a conversar com ela porque as ruas estavam praticamente desertas porque estavam a decorrer os preparativos para o desfile e além disso era hora de jantar.

"Tikki, o kwami do Falcão Traça é mau, ou assim?"

"Claro que não Marinnete, todos os kwamis são feitos de um centro de pensamentos positivos e incentivam sempre os seus donos com conselhos, para fazerem as melhores escolhas possíveis, cada um com a sua personalidade claro."

"Então como é que ele pode não ceder?"

"Ele pode tirar o miraculous quando não precisa dele." disse depois de pensar um pouco "Apenas o usa para se transformar"

"Oh, tenho pena."

"Eu também."

"Já conheceste todos os kwamis?"

"Sim, mas conheço melhor o Plagg, que é preguiçoso e só pensa em comida, o Wayzz que é sábio e o Nooroo um pouco tímido, ou seja do Gato Noir, do Mestre Fu e do Falcão Traça. Uns dos nossos mestres antigos eram amigos e nós fomo-nos conhecendo melhor."

"Uau."

Ela sorriu para mim e eu sorri de volta.

Tinha pensado se o Gato Noir sabia da existência do guardião dos miraculous, mas ele não o pareceu mostrar até agora. Por isso, vou deixar que seja ele a descobrir quando chegar a hora certa.

Adrien on

Quando saí do beco de onde me tinha destransformado, Plagg exigiu que passássemos na feira popular que estava a haver por causa do desfile para ir comprar um camembert, porque se recusava a comer o que eu lhe estava a dar.

Cheguei a casa e ouvi a voz grave e zangada do meu pai ecoar pela entrada. Ele estava a gritar para Natalie, por causa de uma coleção que ele tinha criado para apresentar no desfile, que era já daqui a uns dias. Pelo que eu ouvi encostado à parede, a roupa tinha ido para a mesma morada noutro sítio de França.

Nesse momento pensei qual seria a reação se uma pessoa recebesse as roupas de luxo do meu pai. Mas enquanto estava distraído com essa imagem cómica na minha cabeça, lembrei-me do livro que tinha encontrado por detrás do quadro da mãe.

Pensei em lá voltar depois para ver que mais tem lá dentro quando ninguém estivesse em casa para ver.

Subi as escadas para o meu quarto e vi pelo canto do olho, Natalie voltar para a sua secretária e começar a fazer telefonemas e fui interrompido pela voz do meu pai.

- Adrien!

Eu voltei-me.

- Sim, pai?

- Porque é que chegaste tão tarde? Já te disse para vires para casa logo saías da escola!

- Ah é que eu... - mas ele interrompeu-me.

- Não quero discussão, vai para o teu quarto. Para a próxima semana sais de casa para ir apenas à escola e às outras aulas.

- Mas pai...

Ele apontou na direção do meu quarto. Às vezes é melhor parar de discutir com ele antes que a coisa fique pior.

Quando cheguei ao meu quarto, Plagg saiu disparado da minha camisola.

- Hum... este camembert estava perfeito! - disse esfregando a barriga.

- Pois, pois. Se não fosses tu talvez o meu pai não tivesse dito nada.

Deixei o meu corpo cair na minha cama, sentindo-me exausto assim de repente.

Não tinha fome para ir jantar e deixei-me adormecer.

Me, Him And My LadyWhere stories live. Discover now