— Coral, olhe ao redor. – a voz de Rudy quase parecia um sussurro, estava ficando fraco a cada batida do relógio. Coral então olhou ao redor e seu coração se acelerou.

A sala era redonda e só agora ela percebia o quanto ali era claro e colorido, o chão estava coberto por desenhos animados e muitos brinquedos, tinha bonecas amarradas por fios que pareciam flutuar em todos os cantos, mas o que mais chamou a atenção é que a sala era cercada por portas de varias cores. Coral percebeu que aquela sala era uma grande armadilha para crianças.

— Essas portas... – Coral se aproximou de uma porta verde e tentou abrir, mas estava fechada.

— Achamos que a Outra Mãe está pensando em expandir o negócio dela. – Amanda Forcible falou ironicamente.

— A porta na sua casa e a porta na arvore antiga da florestas eram as únicas e originais que existiam, e assim minha Mãe só podia se alimentar de quem entrasse por aquelas portas.

— Eu vi vários fantasmas de crianças junto com seus avos. – Coral olhou pra eles que ficaram chocados com a noticia.

— Ela estava dentro do espelho na Sala espectral. – Rudy explicou para os outros. – Seus parentes estão lá juntamente com almas de crianças.

— Então algumas dessas portas já devem estar funcionando. – Spink falou e depois olhou para Coral. – Você tem algum recado de nossos parentes?

— Eles disseram que tenho que encontrar os corpos deles. – Coral parou por um momento. — Como seus avos vieram parar aqui?

— Ela provavelmente roubou eles, Coral. – Balt falou finalmente. – A Outra Mãe é capaz de muitas coisas que não temos conhecimento.

— O que vamos fazer? – Coral só conseguia pensar no tempo passando.

As Amanda's tiraram um cajado enorme de dentro da bolsa, na ponta tinha uma bola verde e em seguida tiraram outro com uma bola rosa, cada uma ficou com um cajado e Balt estava com um vidrinho com um pó azulado dentro.

— Coral, somos feiticeiras por natureza e agora o que vamos tentar fazer é destruir essas portas. – Spink falou e em seguida apontou o cajado rosa pra uma porta e de dentro do cajado saiu uma luz igual raio e atingiu a porta, mas nada aconteceu.

— Droga! – falaram todos juntos.

— Amanda, isso não vai funcionar. – Rudy sussurrou e em seguida caiu no chão, as Amanda's, Balt e Coral correram pra junto dele.

— O que está acontecendo? - Coral agora estava desesperada.

— Ele precisa sair daqui Coral, e nenhuma dessas portas abre.

— Ele precisa ficar forte pra nos ajudar.

— Mas esse lugar deixa ele mais morto do que já é.

— Ele é nosso melhor amigo. – Amanda Spink falou tristemente olhando pra Rudy deitado no chão, ele ainda parecia vidro, e seus cabelos ainda pareciam plumagens negras.

Coral queria fazer algo, mas não sabia o que fazer e sentia que precisavam sair dali o mais rápido possível. As bonecas que estavam amarradas pareciam agora mais baixas, pareciam estar todas olhando na direção deles.

— As bonecas estão se mexendo. – Coral olhou ao redor e em seguida voltou a olhar pra Rudy que agora se levantava lentamente com a ajuda de Balt.

— Temos que sair daqui. – Rudy falou se esforçando, dava pra perceber o quanto ele se esforçava para não desapontar seus amigos. — Temos que ajudar Coral a encontrar os corpos.

As muitas bonecas começaram a se mexer de forma sinistra, pareciam estar possuídas por espíritos malignos, todas estavam voltadas para direção dos garotos e agora todas estavam com sorrisos nos rostos, revelando dentes afiados e assustadores.

— Isso não é bom. – Balt falou, sua mão tremia levemente.

Coral estava furiosa, todas aquelas portas eram como se fossem matadouros para criancinhas, ela odiava aquele lugar, odiava a Outra Mãe e odiava se sentir fraca. Ela olhou em direção as bonecas.

— O QUE VOCÊ QUER SUA MALDITA? – eram palavras direcionadas para Outra Mãe, sabia que com certeza ela estava lhes observando. — ELE É SEU FILHO!

— Coral, não adianta. Ela não ama nada além dela mesma. – Forcible falou.

— Temos que ir ao Labirinto. – Rudy falou e todos olharam pra ele. – Se ela escondeu algo, é lá que deve estar.

Coral voltou a olhar para as bonecas que desciam, tremendo e se arrastando, percebeu que os olhos de todas eram grandes botões negros, e então Coral viu, do outro lado da sala uma figura alta e esguia sorrindo com mãos que pareciam garras segurando a maçaneta de uma das portas. Ela parecia zombar deles, e eles sabiam que ela não estava realmente ali, era apenas uma ilusão.

— Já chega! – Coral falou e tirou o cristal de dentro da blusa, ele estava mais pulsante do que nunca, ela estava tão furiosa que apertou com força em sua mão e de repente ele se esticou, se transformando em um enorme cajado luminoso, ela não sabia o que fazer e todos ali ficaram espantados com isso, Coral apontou para a ilusão da Outra Mãe e de dentro do cajado saiu uma enorme luz de raio que iluminou toda a sala.

Todas as bonecas que estavam prestes a atacar se desfizeram em pó e até mesmo Rudy pareceu ficar um pouco mais forte com aquela energia que saiu daquele Cajado, era algo muito poderoso, mas que Coral não sabia como usar porque em seguida ele simplesmente voltou a ser o Cristal que era antes.

— O que foi isso? – ela estava tão assustada quanto todos ali.

— Você é a Salvadora. – Amanda Spink falou.

— Esse cristal nas mãos certas é capaz de tudo. – Amanda Forcible falou.

— Rudy parece melhor. – Balt falou e eles olharam pra Rudy.

— Mas ele continua morto. – Spink falou. – E precisa sair daqui.

— Ela pode tentar fazer novamente. – Balt sugeriu.

— Não vai funcionar, foi só um jorro de energia. – Rudy falou, sua voz estava arrastada. – Olhe ao redor, destruiu as bonecas, mas as portas continuam ai.

— Cala a boca garoto morto.

Coral apontou o cristal pra ele e nada aconteceu, encostou o Cristal nele e nada aconteceu. Ele parecia mais forte com a energia que saiu dali, mas não era suficiente, não para um garoto morto.

— Você ainda está transparente. – Coral falou pra Rudy que se mantinha em pé sem ajuda de ninguém.

— E eu admito, você é mais forte do que eu imaginava, Bonequinha. – o sorriso provocador voltou para seu rosto, aquele sorriso que Coral odiou a primeira vez que viu, mas que agora a fez se sentir forte.

— Vamos achar esse tal Labirinto.





Ps: me desculpem por esse capitulo péssimo. D: 

Coral - A Filha de CoralineWhere stories live. Discover now