UMA LENDA SOBRE ALMAS GÊMEAS

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Após a criação do universo — feita por uma força poderosa e invisível — foi dado início, no plano imaterial, ao segundo passo: a concepção de seres etéreos — também chamados de espíritos ou almas — que ganharam como missão povoar e resguardar o Mundo Terreno.

Cada um deles foi gerado individualmente, com suas próprias características, personalidades e aptidões que deveriam ser desenvolvidas com o passar do tempo. Todavia, assim como tudo na natureza, houve o que poderia ser chamado de "um desvio padrão", sendo que algo saiu errado. Era como se algumas dessas almas tivessem sido formadas com o dobro das características das outras, tornando-as bastante distintas.

Possuíam a força, o poder de duas almas em vez de uma só. Eram tão poderosas que deixavam as outras em um patamar inferior, o que não era permitido. Um dos grandes objetivos da vida na Terra era a busca por evolução. Então, como elas cresceriam se já eram tão completas?

Tentando remediar a questão, a força superior — sua criadora — com o intuito de deixar todos no mesmo ponto de partida, resolveu dividir esses seres em dois. Desta maneira, cada um poderia viver de forma independente, cumprindo a ideia inicial. Assim nasciam as almas gêmeas.

Todavia, a divisão ocorrida foi um procedimento doloroso para os seres. O sofrimento poderia ser comparado a perda de um membro físico. Poderia. No entanto, a dor sentida por essas almas transcendia qualquer sentimento conhecido ou que pudesse vir a se conhecer. Era algo inexplicável e inalcançável. A sensação dos espíritos separados era de quem permanecia em eterno luto, posto que apenas sentiam-se completos quando estavam próximos à sua outra metade, e isso não poderia ser feito. A regra imposta era a de total separação. Um não poderia vir à Terra acompanhado do outro. Dessa forma, para esses espíritos, o sofrimento era interminável.

A situação caótica e aterradora demorou milênios, até o dia em que o Grande Criador do Universo decidiu pôr fim àquele padecimento infinito: daquele momento em diante, eles poderiam voltar juntos — ficava permitido o encontro deles —, mas a união das almas separadas somente poderia ocorrer se ambos os seres estivessem libertos de amarras. Infelizmente, a vida no planeta não era tão fácil como o imaginado, e os defeitos, comuns para os seres terrenos, bem como a ausência de memórias — tanto da vida no plano imaterial como das encarnações na Terra — tomaram proporções enormes que causaram o afastamento ainda maior de algumas das almas que buscavam ficar juntas.

Além disso, outros espíritos sentiam inveja da união das almas gêmeas e faziam tudo, conscientemente ou não, para impedi-los de conseguirem seu objetivo. Assim, a necessidade de várias vidas era determinante para os espíritos separados alcançarem o fim desejado.

Para conseguir seus finais felizes, as almas precisavam acertar e consertar erros anteriores para vencer o Carma construído e lutar contra aqueles que queriam vê-los separados.

Deveriam esperar o momento certo, quando atingissem o grau necessário de evolução de ambos os espíritos, para que os dois fossem completamente livres a fim de ficarem um com o outro, sem prejudicarem nenhuma outra alma. Somente depois disso, elas poderiam se reunir em definitivo, mantendo-se juntas para à eternidade.

Não seria algo simples, pelo contrário, demandaria muita dor e sofrimento, sobretudo, muita luta, mas eles fariam todo o possível e o impossível para alcançar seu final feliz.

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