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Ao chegar ao Edifício da WE, me admiro com a arquitetura do prédio que mais parece um palácio. Toma conta de quase todo quarteirão da Avenida Montaigne, suas janelas com acabamento em ouro destacavam-se de todos os outros edifícios ao redor.

Apresento-me na recepção. A loira alta que atende por nome de Daiane me entrega um envelope rosa, pesado. Dou uma rápida espiada, são revistas e algumas folhas em branco. Tem também um guia com todos os detalhes do evento. Do aeroporto até chegar à WE, o taxista pisou fundo, o que me fez chegar cedo ao local. Olho ao redor e vejo que estou sozinha, pego o telefone e telefono para papai. Veio em mente a despedida antes do meu embarque. Penso que se não pudesse ter mais aqueles momentos, seria aquele dia que eu guardaria em minha memória. Como a melhor lembrança. Do outro lado da linha ninguém atende. Então deixo o recado na secretária eletrônica.

Oi pai. Cheguei a Paris. A viagem correu bem, posso lhe dizer que estou encantada com um pouco do que vi. Já estou na WE, sentada no auditório que é enorme e com estofados vermelhos de camurça, creio que mamãe iria querer uma dessas cadeiras na nossa sala. Tudo aqui é muito charmoso, o senhor adoraria fotografar as construções. Já sinto falta de casa, espero que estejam bem. Qualquer novidade eu volto a telefonar. Irei manter meu celular sempre ligado. E não se preocupem, ficarei bem. Ah só mais uma coisa, está um pouco gelado aqui, os casacos serão úteis. Fico em silêncio, até que finalizo dizendo "amo vocês".

Aos poucos as cadeiras foram sendo ocupadas, logo entrou o James Hamansio. Senti náuseas ao vê-lo. Ele se apresenta como quem estivesse aqui não soubesse quem ele era. Olho para o palco e lá está, aquela mesma loira da recepção. Vestida com um elegante tubinho preto, com um salto alto fino, e com um coque bem feito no topo da cabeça.

- Bonjur Mademoiselles... – ele se curva. – Agora, peço que cada uma de vocês, digam seu nome. - ele usa um tom desafiador.

A primeira fileira então começa com as apresentações. Quando chega minha hora, fico sem graça, pois me apresentar em público me causava um pouco de pavor. Quando digo meu nome e de onde vim. Ele penetra seu olhar carrancudo em mim. Não esperava que ele fizesse aquilo, mas ele veio de fato até onde eu estava sentada.

- Bonjour,Mademoiselle Samantha. – seu sorriso se abre benevolente, ele usa o Francês parecendo um deboche suave.

Ele está mesmo aqui, na minha frente. E lembrou-se de mim? Ele balança a cabeça solenemente. Olho rapidamente em volta e todos os olhares estão em minha direção.

- Senhor James. –o cumprimento com um aperto de mão bem brasileiro.

- Nada de senhor, apenas James. Por favor. - ele agora fala em inglês.

- Ok. James.

- Fico feliz que veio.

Parecíamos melhores amigos.

- Então não está zangada comigo por ter dado seu telefone a Jhon, está? – Seu sotaque Frances não escondia certa prepotência.

Não acredito que ele queira falar disso agora! Justo aqui. Ele só pode estar zombando.

- Não estou. – tento parecer sincera.

- Ufa. Isso é muito bom mademoiselle. – pisca pra mim.

De repente com um suspiro voltou à atenção para o público e retornou para o palco.

Segue todo aquele planejamento que está no guia. James continuou com as apresentações das vinte quatro candidatas.

Ouço as meninas a minha frente cochichando. Como ele a conhece? Quem é ela?... - Parece que virei assunto.

Como não te AmarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora