5

2.4K 175 11
                                    


Eu não devia fazer aquilo. No entanto, o que crescia dentro de mim eu não podia mais controlar. Eu não sei o que pretendia fazer, mas aquilo tudo, eu e ele, não pareciamos que daria certo. Não parecia a coisa certa. Eu sabia que ia me ferir, pois ele era demais para mim. Depois de trinta minutos ele telefona para dizer que está chegando. Desço a escada na ponta do pé, guio-me pela luz que reflete no piso, e atravesso a sala abrindo a porta bem devagar, fecho-a novamente e paro em frente ao pinheiro que fica ao lado do portão da entrada. Coloco as mãos no joelho e abaixo colocando as sandálias no pé. Fico tensa, esperando ansiosa pelo carro que vem longe. – É ele! Quando ele chega bem perto faço sinal para que pare mais a frente, sem entender ele anda uns trinta metros e a luz de freio acende.

Lá vou eu andando desajeitada com meu salto de 12 cm, respirei fundo tomando fôlego e até que abro a porta do carro. É um lindo carro, bancos em couro caramelo e no painel têm uma tela que ocupa quase todo espaço, entre milhares de botões me pergunto se um deles me faria esquecer aquele tormento que ainda zunia em meu ouvido.

- Oi. – disse ele.

- Oi!

Estico minha mão no intuito de cumprimentá-lo e ele me puxou dando um selinho em meus lábios. Para distrair a ansiedade que se manifesta em mim, começo a explicar o porquê pedi para que ele parasse mais a frente.

- Espero não lhe causar problemas? - diz ele com simpatia.

Estou nervosa, meu estômago parece revirar.

- É que eu havia esquecido que meus pais já estão dormindo. E como levantam cedo, não quis acordá-los com os faróis. – Dou uma desculpa qualquer. –Vamos. – falei com uma vergonha que não era minha.

Ele coloca a mão no volante dando partida no carro, seguimos calados pela rodovia, ouvindo apenas o som suave da melodia que não consigo identificar. Ele está simplesmente provocante, uma calça jeans e uma camisa branca que o deixam ainda mais irresistível. São quase vinte três horas quando ele pára o carro em frente a um casarão de estilo colonial. Que não conheço. Ele estaciona diante de uma árvore com flores lilás, são tão lindas e exalam um perfume suave, bem marcante.

- Está com fome? - Pergunta John, enquanto ajeito a franja que insiste em cair sobre meus olhos. Mexo apenas a cabeça confirmando, mesmo sem fome, a ansiedade que eu estava sentindo esmagava até mesmo meu estômago. Pareço uma bobinha envergonhada. Ele desce do carro, dá a volta abrindo a minha porta, pega na minha mão direita e seguimos por um trilho que nos leva ao hall de entrada. Uma porta azul se abre e vejo que o restaurante é muito luxuoso, tão luxuoso quanto ele. Respirei aliviada por estar bem vestida.

Nossa... Não pude deixar de observar cada detalhe incrível daquele lugar, parece até coisa de cinema. Deve custar quase um mês do meu salário.

- Que lugar lindo. – digo descontraída.

- Também acho – os olhos dele brilham. – um belo lugar para se trazer alguém especial.

Coro a bochecha.

- Bem... Srta Samantha sua noite está só começando.– dá dois beijinhos na minha mão.

Damos meia volta e nos dirigimos para a mesa que está reservada em seu nome. No centro da mesa há um lindo arranjo de lírios, talheres prateados, três tipos de taças espalhadas em pontos iguais sobre a mesa. Uma deve ser de água, outra para o vinho e é claro a de champanhe. Não que eu use uma mesa com tantos talheres e taças diariamente. Mas vovó faz questão de deixar a mesa impecável quando nos recebe; ela aprendeu etiqueta com o vovô, mesmo morando no interior, vovô sempre teve uma agenda cheia de compromissos. Lembro-me dos jantares requintados que ela preparava com satisfação.

Como não te AmarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora