Tudo Vai Melhorar

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Já se treze dias, dez horas e cinquenta segundos desde quando me aproximei a primeira vez da Srt Clara, aparentemente ela gostou de mim, ou melhor, não houve erros no meu abeiramento.
No momento estou no meu quarto. Ele é simples, tem uma janela na esquerda com a cortina esverdeada deixando uma áurea seta passar pela janela batendo uma pequena parte da claridade no meu rosto iluminando ainda mais meus olhos verdes. No fundo uma cama feita do mesmo material da mesa que havia na mesa do Senhor superior. O quarto é muito simples, mas é meu e eu gosto assim.

"Relato 1
Tudo ocorreu como os conformes, já fiz a aproximação para a Srt Clara e a pouco descobri que estou na mesma escola que ela frequenta.
Falta vinte minutos para a aula começar, felizmente eu moro a poucos metros da escola.
É melhor ir agora.
Sessão Terminada"

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A alguns passos do portão da escola o sinal tocou. Apressei-me para chegar a tempo, mas alguma coisa me fez parar ali, no jardim da escola, a poucos centímetros do portão, os inspetores chamando-me a porta para que entrasse, mas eu ficava ali, intrêmulo. De algum modo não conseguia me mover. ouvi uma voz na minha cabeça - Olhe para o lado filho. - Imediatamente reconheci que era a voz do Senhor superior falando para mim. - Você tem que ajudá-la.
Quando vi , longe sentada num banquinho do jardim todo enfeitado cor de grama molhada, estava ali, linda como sempre, seus cachos por cima do rosto, mas algo mudara nela, já não via o sorriso encantador que gostava tando, estava triste, chorando, parecia não querer ser incomodada, aparentemente queria chorar as mágoas sozinha, mas o Senho superior mandou eu ajudá-la e isto o que farei.

-Oi, tudo bem? - disse quase que num sussurro quando me aproximei dela colocando minha mão no ombro dela em um gesto que dizia "to aqui pra te ajudar".
Ela me olhou desnorteada, seus olhos brilhando por causa das lágrimas pediam socorro por qualquer coisa que estivesse acontecendo. - Ah não, não foi nada. - puxou a manga do blusão preto e enxugou as lagrimas desviando-se de olhar para mim.
-Tudo bem, eu só quero ajudar. - Olhou para mim de volta e imediatamente sorri mostrando a ela que tudo melhoraria. Acho  que funcionou, pois ela retribuiu-me com um sorriso encantador. - Você Pode me contar?
-Ah, eu não sei o que fazer... - Suas lagrimas voltaram a rolar pelo seu rosto, e seu tom de voz mostrava aflição no que falava - Meus pais, eles vivem brigando, e hoje antes de sair de casa ouvi eles dizendo que queriam voltar para Hamado Magogo, a minha terra natal, e eu não quero voltar para lá...

Entendi o que ela estava passando, e num gesto maluco e sem noção disse. - Sabe Srt Clara... - Ela tampou a boca tentando não rir, mas não resistiu. - O que foi? Eu disse alguma coisa?
-Não, é só que você, me chamando de "Srt Clara" - Sorriu -, não precisa de tanta formalidade assim. Me chame apenas de Clara.
-Tudo bem, Clara - Continuei - eu tenho um um amigo que eu considero muito que sempre ma fala uma frase - logo lembrei do Senhor superior e do que ele sempre me diz - "Pra que viver reclamando de tudo? Se você tem vida, Agradeça" - citei a frase e expliquei o por que de eu ter falado aquilo - Sabe Clara, você pode se entristecer com as coisas do mundo, mas isso não a levará a nada. Quero te fazer uma pergunta agora. Você está com saúde?
-Sim. - Ela me respondeu enxugando o resto de lágrimas que ainda restavam em seus olhos e sem entender o objetivo de eu estar perguntando isso.
-Você tem bons amigos?
-sim.
-E gosta deles? - Sorri.
-Gosto sim, elas são muito palhaças - Retribuiu-me um sorriso esquecendo-se de seus problemas.
-Você gosta de ver a natureza e a beleza ao seu redor?
-Sim, acho lindo - respondeu-me olhando a goiabeira cheia de frutos a nossa frente

Sua respostas eram sempre sim, e meu corpo dizia para perguntar "você gosta de mim?" esperando mais um SIM vindo de sua parte, mas claro que não o fiz.

-Então, tudo isso não é motivos para agradecer? Saiba que lá no céu tem alguém que te ama muito e cuida de você.
-Obrigada. - disse me mostrando um sorriso singelo, porém verdadeiro.
-Estou aqui para te ajudar. - Abracei ela, pois achava o correto a fazer e ficamos ali no jardim até que o inspetor chamou pela última vez.
-Vamos, se não perderemos a aula. - disse apressando-se e pegando sua mochila vermelha da Nike do chão e entrando na escola.

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Jeysel - Relato AngelicalWhere stories live. Discover now