18. You've got your heart in too many places

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Mona's POV:

John se aproximava cada vez mais de onde eu estava, e aquilo só me deixava mais nervosa. Torcia indescritivelmente que a Lola saísse pela porta antes que ele chegasse perto de mim. Porém, não foi isso que aconteceu.

- Oi, Mona. – Quando John O'Callaghan diz "Oi" pra qualquer menina nesse colégio, o que ele recebe de volta são suspiros e demonstrações nada sutis de paixonite.

- Oi John – Eu tentei, o máximo que pude, ser o mais seca possível, mas por mais cínica que eu fosse, a minha voz falhou quando levantei o rosto e me deparei com um par de olhos infinitamente verdes me encarando. A cor deles na noite anterior era maravilhosa, mas na luz solar eles pareciam ainda maiores, ainda mais brilhantes. O sol dava a luminosidade perfeita pra uma foto perfeita, e eu estava indelicadamente compenetrada nos olhos e no sorriso de quem eu menos deveria observar.

Desviei o olhar. 

Não podia dar a ele o luxo de saber o que se passava na minha cabeça.

Voltei pro meu livro.

- Você sabe da Lola? – Ele perguntou, não tentando puxar assunto. – Vim buscar ela, mas ela não atende o celular.

- Lola? Atender o celular? – Disse num tom sarcástico. – Aproveita que você tá sonhando e me trás uma torta de limão.

Ele riu.

- É, você tem razão. Vou ver se alguém ai dentro sabe dela. Quer me acompanhar? – Sabe aquelas pausas que existem na sua cabeça, quando você tenta decidir entre tomar uma decisão ou não? Acompanhar John Cornelius era uma delas. Eu não confiava mais no meu autocontrole perto dos olhos verdes dele, não importava o quão magrelo ele era. – Naah! Eu to tranquila aqui com meu livro.

- Tem certeza? – Ele hesitou antes de perguntar.

- Tenho sim! In fact, vou pra casa. – Levantei pegando a mochila. – Terminar isso aqui num lugar mais confortável. – Balancei o livro e fiz uma expressão de maluca. Por mais estranho que parecesse, nós estávamos tentando nos tratar normalmente, parecia impossível, mas a gente insiste no erro quando tem medo. Ou sempre que possível.

- Se quiser esperar... vou só achar a Lola e te levo em casa. – O sol de fim de tarde batia incessantemente sobre as íris já sensíveis. Droga, preciso parar de analisar ele desse jeito.

- Tá tudo bem. Vou pra casa andando. To precisando aprender a ser menos sedentária. – Sabe as risadas falsas que são o pior acompanhamento para desculpas imbecis? Então, essa foi a risada.

- OK. – Ele disse enquanto caminhava em direção à porta, fugindo da luminosidade.

No entanto, mesmo quando ele entrou e não estava mais no meu campo de visão eu ainda o via, parado me olhando, e andando com as pernas longas demais. E eu odiava o efeito dele sobre mim.

Lola's POV:

- Então quer dizer que você compõe músicas pra mim desde que a gente se beijou pela primeira vez? – perguntei rindo. Nós parecíamos mais como pessoas que se gostavam. De mãos dadas e conversando amigavelmente.

- Nãaaaaao – Ele respondeu completamente na defensiva. Olhei com olhar de repressão suave pra ele. – Ok, ok. Foi antes na verdade. – Era a vez de rirmos juntos agora.

Atravessamos quase todo o colégio andando devagar e sempre, em um caminho não linear pelos corredores desertos, o tipo de caminhada que eu imaginaria apenas em filmes.

Foi quando algo não muito amigável aconteceu.

- Lola??? – John parecia extremamente confuso. Não tinha encontrado com ele desde o início das aulas naquela manhã, o que significava que ele não sabia de absolutamente nada do que estava acontecendo, ou era o que eu imaginava.

- Oh! John. O que você tá fazendo aqui? – Perguntei no susto.

- Eu vim te buscar, já que você não atende o telefone. – ele disse quase como se me julgasse.

- Hm, eu tava... bom... ok, vamos pra casa então. – Respondi sem muito norte do que estava fazendo. Alex se mantia estável e passível do meu lado, ainda segurando minha mão.

- Te espero lá fora. – John respondeu com mais desdém do que em qualquer outro momento da vida dele, olhando pra onde minhas mãos e de Alex se encontravam. E saiu. Andando tão tranquilamente quanto chegara. O problema do John estava exatamente ali, ele simplesmente não demonstrava fisicamente o que sentia.

Me virei pra Alex e observei mais um pouco dos olhos dele.

- Te vejo amanhã. – Disse sorrindo.


- Te vejo amanhã. – Ele sorriu de volta e me deu um selinho rápido, mas ao mesmo tempo sentimental.

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- Você pode me explicar que porra tá acontecendo, Lola? – John não gritava comigo, mas ele ficava bravo. E agora ele estava mais bravo do que nunca.

- Eu gosto dele. – Respondi sem desculpas.

- O que? Até ontem ele era apenas um cara que tinha te beijado a força! O que você não tá me contando, Lol? – Ele olhava pra mim agora, e se inclinava, e pedia por resposta.

- Ele não me beijou a força. Eu sempre fui meio apaixonadinha por ele. Naquela noite, fui eu, a Mona sabia, ela só achou que eu não fosse chegar a algum lugar com isso, então deixou pra lá. – Mesmo que a Mona não tivesse me dito nada disso, eu sabia que o John não acreditaria no Alex, mas eu acreditava, e soava como uma coisa que eu faria, e isso era o que realmente importava. – E agora ele me contou o que aconteceu e eu aceitei.

- Aceitou? – Ele pareceu confuso.

- Aceitei que gosto dele e que tudo bem com isso. A gente vai ficar junto. Só isso. – Respondi, esperando a reação dele.

- E o Kennedy, Lola? – Ele me perguntou com o pior olhar de reprovação possível.

- O Kennedy? O que o Ken tem a ver com isso? – O que diabos o John tá falando?

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⏰ Last updated: May 17, 2016 ⏰

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