4. Things Will Go My Way

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Ultima aula, e nada do John. Estava começando a ficar nervosa. O que será que tinha acontecido. Chequei meu celular uma centena de vezes, mas nada. Mandei umas 30 mensagens pra ele perguntando como tinha sido, se já tinha acabado. O que será que tinha acontecido?

- Senhorita O'Callaghan, poderia fazer o favor de me responder? – Bloqueei a tela do meu celular instantaneamente. O Sr. Rodriguez era nosso professor mais exigente, com toda certeza, e pior, ele acreditava no meu potencial e, portanto, pegava bastante no meu pé. E estava parado na minha frente, esperando por uma resposta que eu não sabia.

- Me desculpe Sr. Rodriguez. O senhor poderia repetir a pergunt... – E meu celular tocou Jesus Of Suburbia, alto demais. O olhar de reprovação foi imediato. E o pior foi que eu estava tão desesperada por notícias do meu irmão que acabei pegando o celular e abrindo a mensagem! Bem na frente do meu professor.

- O'Callaghan, pra diretoria! Agora! – Droga! Foi tudo que eu conseguia pensar. Arrumei as minhas coisas e saí da sala. Mas antes de ir pra diretoria tinha que ver a mensagem do meu irmão:

JohnCO'Callaghan: Você consegue me encontrar no pátio? Preciso de você.

Isso era mal. Muito mal. E eu tinha que ir à diretoria. Péssima escolha Lola, péssima escolha. Mas era isso que eu precisava fazer.

John's POV

Eu estava arrasado. Acho que nunca ouvi tanta reprovação na minha vida. Como assim a minha música não valia a pena? Não venderia? Ah, a Lola vai ficar tão chateada. Me sinto até mal de tirar ela da aula pra contar isso, mas eu preciso dela agora.

Deixei os caras em casa, era pra irmos todos pro colégio, mas nas atuais condições aula era impossível. Eu precisava ver minha irmã, tenho certeza que ela saberia como me consolar. Algo me dizia que ela tinha boas notícias pra mim. Mas ela estava demorando demais, e não me respondia. Isso tudo só me deixava mais aflito.

Foi quando eu vi a porta do colégio abrindo e os cabelos enormes que ela cultivava arduamente a mais de sete anos saindo pela porta. Ela me olhou de longe, com um olhar de pena. Nós somos melhores amigos. Sem dúvida. E ela me entende melhor do que ninguém. Acho que se algum babaca quebrar o coração dela, eu com certeza quebro, pelo menos, a cara dele.

Lola's POV

Me virei pra rua e vi ele de longe, sentado no banquinho que costumávamos esperar nossa mãe. Seu olhar demonstrava uma frustração de dar pena. Mesmo de longe eu conseguia enxergar o sorrisinho de decepção dele. Fui andando até ele, enquanto eu chegava perto ele foi se levantando e quando nos encontramos ele me abraçou com muita força, como se precisasse disso. Ele era muito mais alto do que eu. Praticamente precisava pular pra abraçar ele, mas estamos acostumados a isso.

Eu senti que não tinha dado certo, e eu precisava contar pra ele sobre o concurso, precisava deixar ele pelo menos esperançoso. Mesmo que a Mona fosse ficar brava comigo. O que provavelmente não aconteceria, afinal, ela entendia.

- Eu sinto muito – disse baixinho – o que aconteceu?

- Eles disseram que a minha música não ia vender. – A voz de decepção dele era uma faca no meu coração – Os caras estão arrasados. Não sei como vamos continuar depois disso. – Ainda estávamos abraçados quando ele disse isso, mas assim que ele terminou eu o soltei.

- É claro que vocês vão continuar! Não é só porque um bando de idiotas disse que a sua música não vende que vocês vão desistir agora! – Não, eles não vão desistir, eu não vou deixar! – Vocês vão tentar de novo. Calma, existem milhões de gravadoras!

- Mas Lol, e se não gostarem da gente? E se... Ah, e se eu nunca escrever músicas boas o suficiente.

- John, pelo amor de Deus, claro que vão gostar de vocês. E as suas músicas são boas o suficiente. Pelo amor de Deus Cornelius. Não é só porque sou sua irmã que to dizendo isso, é porque eu acredito em você. Acredito no teu potencial. E não sou só eu, se as suas músicas não fossem boas você acha que os caras as tocariam? Você acha que se o seu som fosse uma porcaria a mamãe ia deixar você tocar? – Eu enxerguei uma pontinha de esperança nos olhos dele. Era agora que eu precisava contar. – E vocês já tem uma nova oportunidade.

- Como assim? – Ele pareceu um pouco confuso, mas a pontinha de esperança cresceu.

- A Sra. Williams, minha professora de inglês, abriu um concurso de bandas, pra tocarem no baile. E se tudo estiver como eu imagino, nós podemos falar com outras gravadoras pra comparecerem, ao menos no concurso. – Felicidade em 3,2,1... – E, claro, isso pode ajudar vocês à entrarem em outros concursos, vocês vão ter experiência, etc, etc...

- Lol, isso é incrível, mas qualquer banda pode se inscrever? Tipo, do colégio? – felicidade mode: on – Não tem restrição de idade... Pera, isso significa que a sua banda também pode concorrer. Isso significa eu e você disputando algo, importante pra nós dois – Não John, não. V o c ê merece.

- Não tem importância, John. Nossa banda é um hobbie, mas a sua é tudo pra você. – Ele ainda tinha um olhar de receio. – Nós vamos participar, provavelmente, mas vai ser só na esportiva. Nós não querem...

- Não Lol, não é assim! É importante pra você também!

- John, relaxa. Vai dar tudo certo! – Eu abracei ele de novo. É o único jeito de ele calar a boca e aceitar alguma coisa que poderia, mesmo que muito remotamente, atrapalhar a nossa amizade. – Nós vamos dar um jeito. Só... relaxa.

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Waiting For My Sun To ShineWhere stories live. Discover now