6. Shadows Of The Night

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Lola's POV

Quando o último sinal bateu eu saí correndo em direção ao meu armário, que ficava do outro lado do colégio. Pra que tivéssemos qualquer coisa essa noite eu precisava estar em casa o mais rápido possível. O fato do John estar com o carro ajuda bastante, já que não teremos que voltar a pé, como de costume. Nossa casa fica a cinco quadras do colégio, apenas, mas ainda sim é um caminho considerável pra se andar quando se está com pressa.

- Pronta pra irmos Loli? – Reconheceria a voz dele no meio de uma multidão.

- Estou, só preciso mandar uma mensagem pra Mona, pra Shell e pra Ann, me empresta teu celular? – John tirou o celular do bolso e me entregou. – A gente pode ir andando enquanto eu mando, não tem problema. – Fechei a porta do armário e comecei a me direcionar pra saída com meu irmão andando ao meu lado.

- Tá com pressa? O que foi? Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou com dúvida demais. Olhei em pros seus olhos que observavam minha reação como se alguma coisa estivesse errada.

- Eu e as meninas estávamos pensando em ir pro estacionamento hoje. O Nick e o Eric não comentaram nada contigo não? – Certo alivio percorreu o rosto dele quando disse a primeira frase, mas algo ainda o intrigava.

- Não, eles não me disseram nada. Nem você. – Ele disse como se realmente não tivesse entendido porque eu não disse a ele.

- Hm, era pra ser uma surpresa, pra ser uma comemoração por vocês terem assinado com a gravadora. Mas como não aconteceu, bom... vai ser uma comemoração por termos finalmente música boa em um baile do colégio. – Disse rindo. Ele cedeu um pouco a expressão de indagação, mas só por um momento.

- Jack veio falar comigo hoje sobre isso – O quê? A expressão de dúvida e aflição voltou ao rosto dele. O que será que esse idiota disse pro John?

- Como assim? Que Jack? O Barakat? O que ele disse? – Ele parecia querer e não querer ao mesmo tempo perceber como eu reagia à informação de um diálogo com Jack.

- Ele disse que está pensando em concorrer, com o Alex Gaskarth e a bandinha deles. – Uma pontada de raiva e mais aflição.

- Só isso? Você acha que eles podem ser melhores que vocês? Não né? Eles não devem chegar nem aos seus pés. – Disse abrindo um sorriso. A esse ponto já estávamos no carro, mas ele ainda não olhava diretamente pra mim.

- Na verdade, ele me disse mais uma coisa. – Ai ele me olhou. E o olhar de medo ou de possível decepção dele me deixou completamente fora de noção.

- O qu... O que ele te disse? – Gaguejei um pouco. Claro! Pior do que o Alex abrir a boca pras minhas amigas era fazer o Jack abrir a boca pro meu irmão.

- Ele me disse algo sobre você e o Alex. – Ah não!

- O... O que exatamente? – A expressão de decepção se tornou um pouco mais perceptível.

- Ele não disse nada exatamente, mas insinuou muita coisa, vagamente, mas ainda sim insinuou. E essa sua pergunta só me faz acreditar que possivelmente as insinuações são verdadeiras. – Ele me olhou de novo, me encarando enquanto eu olhava pra ele sem saber o que dizer.

- Eu... É... compl... – Antes eu falar do que o Alex, certo? Certo. Respirei fundo. Já chegamos em casa, mas ele quer ouvir o que eu tenho a dizer. Então parou o carro, desligou o motor e se virou pra mim com uma expressão de "diga". – Lembra ano passado? Quando ninguém mais aguentava ficar na festa da Tori? E praticamente todo mundo foi praquela casa de show perto do Target? Foi até você que me levou. – Ele balançou a cabeça em sinal de concordância. – Bom, a Shell e a Ann tinham sumido no meio de todo mundo e a Mona tava conversando com um cara qualquer que ela tinha conhecido na época.

"Você, bem, se não tava pulando e dançando junto com a música, tava com alguma garota. Eu me sentia a única que não estava se divertindo. Então eu sentei no banquinho do bar e o barman veio me perguntar o que eu queria. Não pediu minha identidade ou me perguntou quantos anos eu tinha. Eu achei que precisava de alguma coisa pra me deixar mais feliz, então pedi dois shots de tequila. Ele me olhou como se eu não fosse aguentar beber tanto de uma vez, mas trouxe mesmo assim.

"Dois não foram suficientes pra melhorar meu humor, me lembro de contar até o sexto. Foi quando o idiota do Alex apareceu do meu lado, me cantando, me perguntando o que eu estava fazendo ali sozinha. Eu mandei ele ir embora algumas vezes, mas ele não parecia ligar pra isso. Quando eu tentei me levantar pra sair de perto dele as coisas começaram a girar e eu quase caí no chão. Ele disse que eu precisava de um pouco de ar e me levou pro lado de fora. Não sei se ele tava tentando me ajudar ou só tava se aproveitando por eu estar tonta, mas depois de chegar na porta a última coisa que eu me lembro é dele me beijando... Eu não queria, não conscientemente, não sei o que aconteceu de verdade, mas não passou disso, eu juro. A Mona me encontrou lá brigando com ele por ele ter me beijado a força. – Não sei dizer se ele está bravo ou nervoso, mas a verdade era inteiramente essa – Desculpa por nunca ter te contado isso, mas eu não tinha certeza do que você faria com ele se soubesse, e não significou nada pra mim John! Ele nunca mais tentou nada. Nada. Eu juro."

Sua expressão ainda é indecifrável, mas acho que ele só está absorvendo. De alguma forma.

- Você me jura? Que ele nunca tentou mais nada com você? – É, tudo parece bem.

- Juro. Nunca tentou. Nunca fez nada além de implicar comigo. – respondi com certa urgência.

- E me promete que se ele encostar em você, você vai me contar? – Ele parece bravo, mas ainda sim confia em mim.

- Prometo. Prometo que vou! – Um leve sorriso saiu dos meus lábios, e dos dele também.

- Então que horas vamos pro 8123? – Ele parecia mais aliviado.

- Tínhamos combinado às 18 horas. Consegue ficar pronto até lá? – Ri da expressão de espanto que ele fez.

- Eu consigo, quero saber de você. – E gesticulou modos de princesa, tentando me imitar. Era engraçado ver um cara daquele tamanho, completamente desajeitado fazendo papel de princesinha.

- Claro que sim! A princesa aqui é você! – Ri mais um pouco e abri levemente a porta do carro. – O último a ficar pronto dirige! – E saí correndo, com ele vindo atrás de mim. Não dirigir significava poder beber e isso era algo pelo qual eu e o John disputávamos pelo menos um pouco.

Waiting For My Sun To ShineWhere stories live. Discover now