Cérebro Masculino e o Autismo

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Muitas obras tentam explicar cientificamente ou, às vezes, até de maneira bem-humorada, as diferenças entre homens e


mulheres. Para o psiquiatra inglês Simon Baron-Cohen, diretor do centro de autismo da Universidade de Cambridge, o


cérebro feminino seria, em geral, mais bem-adaptado para o mundo social, mais ligado aos sentimentos e emoções. Já o


masculino busca sempre uma razão para cada ação e, nesse sentido, está mais envolvido com o mundo lógico, com as


regras por trás do funcionamento dos sistemas.


Desde pequenos os garotos se identificam com as áreas relacionadas a mecânica, elétrica ou hidráulica. Para eles, levar


o carro a um mecânico com seu pai é um passeio e tanto! Entre os programas prediletos dos meninos estão aqueles em


que vão ao lava-jato com seu pai. Desmontar (destruir!) os brinquedos é prática constante da molecada, que tenta


entender o funcionamento de tudo: "Pai, como o avião voa?, como o relógio funciona?, por que os prédios não caem?, o


que tem dentro da televisão?" Buscar respostas para essas e outras questões semelhantes é uma forma saudável de


entender a lógica do mundo.


Alguns garotos com esse interesse especial, quando entram na escola, rapidamente se identificam com a matemática. O


pai, orgulhoso, fala de boca cheia e peito estufado que o filho vai ser engenheiro. O raciocínio concreto, a identificação


com as ciências exatas e a capacidade de trabalhar com os números acompanham os garotos desde muito cedo. Para dar


base a essa constatação, é só lembrarmos a engenharia: quantas mulheres freqüentam esse curso? Embora o número


tenha crescido nos últimos anos, elas ainda são minoria. É claro que as garotas também são curiosas nessas áreas, bem


como os garotos se interessam pela magia das ciências humanas, porém, o cérebro masculino tende a ser mais racional,


explicitamente pragmático e sistemático por questões biológicas.


As diferenças são visíveis desde a primeira infância. Os garotos constroem brinquedos, improvisam rampas para seus


carrinhos, buscam alternativas e argumentos para atingirem seus objetivos. As garotas utilizam a inteligência


emocional: são mais criativas nas brincadeiras de "faz de conta", se imaginam mamães a ninar bonecas, usam seu


"charme" para conquistar os pais, são dóceis, afetivas, e se engajam nas artes. Querem ser bailarinas, médicas,


professoras e, na fase adulta, dão um "banho" nos homens no quesito capacidade de interpretar e perceber o mundo. O


"sexto sentido" feminino nada mais é do que a percepção aguçada do ambiente e de suas implicações. Por isso, aquela


velha história "de que coração de mãe não se engana" é verdade cristalina. Para os garotos, um conselho: não tentem


enganar suas mães ou ser mais espertos do que elas só porque se consideram perfeitos exemplares do sexo masculino;


elas são rápidas na arte de descobrir e perceber suas "mancadas"!


As pessoas com autismo também "falham" na arte de entender questões simbólicas das relações sociais. Muitas vezes,

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