- XV -

134 17 20
                                    

Com o estado de saúde de Octavian melhorando a cada dia, sua namorada usava e abusava dele para fazer as tarefas domésticas.

— Octaaaavian! — ela o chama pela terceira vez.

— Calma amor, já tô indo! — ele resmunga e aparece no cômodo. — Aqui. Satisfeita?

— Nossa que mas demo... — ela ia falando e se virou para vê-lo. — Hahahaha!

— Que foi? — ele perguntou.

— Você tá hilário Oti! Hahaha!

Octavian estava vestindo um avental de faxineira rosa com alguns corações que dizia "melhor dona de casa do mundo❣", juntamente com um pano de prato amarrado em sua cabeça prendendo seus cabelos para trás. Na mão esquerda trazia um espanador multicolorido acidentalmente, e na mão direita uma pequena escultura não identificada.

— Sério? — ele perguntou não achando graça alguma.

— Aaaawn! — ela zombou dele e foi se aproximando. — O bebezinho tá bavinho, é? — ela perguntou fazendo uma voz idiota e apertando suas bochechas. — Ficou bavinho bebê? Fica bavinho não, coisa linda!

— Por favor para. — ele disse ainda sem achar graça.

— Ta bom. Parei. — ela tirou a mão da bochecha dele.

— Você me chamou para...?

— Ah, sim, claro! Pega aquilo ali pra mim? — ela diz apontando pra uma caixa de madeira na prateleira de cima do armário.

— Okay... Eu vou pegar uma cadeira e já volto. Segura? Obrigado. — Ele entregou o espanador e a pequena estátua para ela.

Voltou um minuto depois com uma pequena cadeira em mãos.

— Hã, Oti, tem certeza que vai subir nessa cadeirinha aí?

— Aham, por que? — disse posicionando a cadeira em frente ao armário e subindo em cima dela.

— Ela é meio pequena, não acha?

— Não se preocupe, ela aguenta.

Ela ia dizer algo, mas preferiu ficar calada. Octavian era teimoso e isso era um fato.

Ele estendeu as mãos, pegando a borda inferior da caixa e começou a forçar a caixa para a beira da prateleira.

— Nossa... Tá bem pesada... O quem tem aqui? Plumbum? — ele disse ainda sem conseguir mover a caixa do lugar.

— Presta atenção Octavian, se não vai perder o equilíbrio...

Octavian tentou novamente. Dessa vez com mais força, porque tinha ficado curioso quanto ao conteúdo da caixa.

Aos poucos, Octavian estava conseguindo arrastar a caixa do seu lugar na prateleira.

E foi aí que aconteceu.

Faltava pouco pra ele finalmente conseguir retirar a caixa da prateleira, e ele conseguiu.

Mas não por muito tempo.

Assim que ele ficou com a caixa em mãos, sua cadeira, que não era lá das mais fortes, não aguentou o peso e acabou quebrando uma das pernas, levanto o garoto e a caixa junto.

Octavian deixou a caixa cair para um lado, fazendo-a abrir e consequentemente as coisas que estavam dentro da caixa também foram parar no chão.

Já o áugure, não teve tanta sorte...

Com a queda repentina em um espaço não muito grande, ele bateu a cabeça com muita força na quina de um móvel que ficava de frente para o armário.

A garota se assustou muito, mas quando viu o estado que Octavian estava no chão, deu um grito.

Os cabelos do garoto, antes louros como trigo, agora estavam vermelhos de sangue.

O Diário do Áugure (HIATUS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora