- IX -

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Na última semana, Octavian se sentiu relativamente bem.

Passara a comer comida ao invés de ficar bebendo néctar e comendo ambrosia. Uma hora ou outra teria que parar, pois mesmo fazendo bem para semideuses, tudo o que é demais pode fazer mal.

Na última semana Octavian progrediu um pouco. A Garota que o cuida ficou super feliz. Até mesmo Reyna sorriu.

Nessa semana em que ele esteve bom, a pretora foi visitá-lo quatro vezes.

Houve muitas reclamações da parte do áugure e muitos puxões de orelha da parte dela.

Como era de se esperar, Octavian reclamou da comida. E não foi pouco não! De acordo com ele, tudo estava com gosto de terra.

— Essa comida tá horrível! Tudo aqui tem gosto de terra! — ele reclamou.

— Só come Octavian. — Reyna respondeu.

— Como assim gosto de terra? — A Garota quis saber.

— Ah, essa comida! Tudo no prato! Tem gosto de terra! — ele respondeu remexendo a comida com o garfo. — Não me pergunte como eu sei que tem gosto de terra. Eu apenas, hã, suponho que terra tenha esse gosto.

Reyna suspirou.

— Come Octavian. — estava farta das reclamações do áugure.

— É, come aí Oti. — a outra incentivou. — Nem tá tão ruim assim!

— Argh! Prefiro comer ambrosia ou beber néctar... — Octavian suspirou e comeu mais uma garfada da sua comida.

— Chega de ambrosia e néctar Octavian! Faz bem pra semideuses, mas você já comeu e bebeu muito disso! Se você comer ou beber mais um pouco, é capaz de te matar! Você ta ficando louco, é? — A Garota respondeu um pouco irritada.

Octavian suspirou e voltou a comer. Reyna riu.

— Vocês dois são um par perfeito.

— É, eu tô sabendo. — Octavian respondeu olhando para a menina que dedicou vários dias de sua rotina apenas para cuidar dele.

— Você, Oti, é muito convencido. — Ela riu e jogou o pano que estava em suas mãos em direção ao rosto de Octavian, que desviou rindo e por pouco não derrubou seu prato na cama.

— Sou não, é charme. — ele riu novamente.

— Já acabou Octavian? — ela perguntou se referindo a comida.

— Já, já acabei de comer a terra... — ele reclamou uma última vez e lhe entregou o prato.

Ela pegou, fez uma careta pra ele e levou o prato para a pia. Reyna riu novamente.

— Você continua o mesmo.

— Não acho... Eu fiquei mais forte. — ele levantou o braço em um gesto de mostrar os músculos. — Tá vendo?

A Garota, que tinha ido levar o prato para a pia, voltou e o viu daquele jeito.

— Vendo o que? Sua magreza? Tô sim. Vejo de longe.

Octavian e Reyna riram juntos.

— Olhem, a conversa tá ótima, mas eu preciso ir. — a pretora se pronunciou. — Tenho um acampamento pra tomar conta.

— O Senhor Jason Todo-Certinho-e-Folgado Grace não pode tomar conta enquanto você está aqui não? Nem Frank? Esse é legalzão, gosto dele.

— Sim Oti, eles podem. — a pretora respondeu. — Mas eles vieram junto comigo para visitarem os amigos. E aliás, eles não sabem sobre você.

— Ninguém sabe. — A Garota o lembrou.

Octavian não gostou muito de saber que Jason Grace estava por perto, mesmo que de longe. E gostou menos ainda da parte em que Reyna e ele vieram juntos.

— Tudo bem. — Octavian suspirou. — Eu entendo que você tem que ir... Mas eu não quero que vá.

— Não se preocupe Oti. — a pretora o confortou. — Você estará em ótimas mãos.

— É. Em ótimas mãos. — ele sorriu olhando para a Garota que cuidou dele durante todo esse tempo, e agora estava com as bochechas mais vermelhas que seus cabelos.

Ela havia dedicado praticamente todo o seu tempo apenas para cuidar dele. Passara noites e mais noites sem dormir, por conta das necessidades dele. Ela nunca reclamou, ou fez menção de que aquilo a estava cansando.

A rotina dela havia mudado por completo depois de Octavian. Tanto antes, quanto agora.

E ela não se importava nem um pouco com isso. Desde que ele ficasse bem, por ela tudo bem.

O Diário do Áugure (HIATUS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora