Angel with a shotgun

Começar do início
                                    

Já estávamos andando fazia algum tempo, e descobri que Ron era um garoto legal, apesar de ser um pouco metido e infantil. Ele sempre ficava tentando saber sobre a minha vida antes de tudo isso acontecer, mas eu sempre mudava de assunto. Estávamos voltando para a casa dele quando começamos a escutar gritos por toda a comunidade e logo depois o barulho de uma batida seguido por uma buzina muito alta. Ron ficou paralisado olhando pro muro, qual o problema dele?
- RON! - eu gritei, chamando a sua atenção. - Nós temos que ir, anda logo. - eu disse o puxando pela mão. Eu olhei pra trás e vi o que Ron tanto olhava, tinha um monte de pessoas pulando o muro com facões e machados nas mãos, eles tinham um W cortado na testa e estavam matando qualquer um que encontrassem pela frente.
- Droga, droga, droga. - eu murmurava enquanto corríamos. Estávamos chegando perto da casa de Rick quando um homem apareceu na nossa frente.
- Ora, ora. Se não são dois pombinhos. - ele falou vindo na minha direção.
- Ron. - eu disse sem o olhar. - Pra casa do Rick, corre! - eu disse e começamos a correr. Ron me ultrapassou e já estava quase na frente da casa. De longe, eu pude ver Carl atirando em alguns homem enquanto Enid gritava pra Ron ir mais rápido. Foi só uma questão de segundos, o homem me agarrou pela cintura e me jogou no chão. Eu gritei de dor, mas não desisti, tentava me levantar mas ele sempre segurava minha perna. Ia pegar a arma na minha cintura mas o cara a arrancou da minha mão. Ele era forte e sim, eu sabia bater, mas tinha 16 anos e aquele cara devia ter uns 40. Bufei irritada e peguei minha faca, cortando o braço dele, e consegui me levantar. Comecei a correr de novo, já estava perto de Carl quando senti uma dor horrível na minha coxa, eu cai no chão e gritei, a dor era muito forte.

Mais ao longe pude ver uma mulher matando um deles e fazendo um W na sua testa...Perai, aquela é a Carol? Não tive tempo de raciocinar mais nada, olhei pra frente e o homem estava a alguns passos de distância, minha perna estava com uma faca cravada nela. Eu iria morrer, eu tinha certeza. Mas se isso acontecesse seria com dignidade, tirei a faca da minha perna e tentei acertar o homem quando ele se agachou por cima de mim, mas ele facilmente a tirou das minhas mãos e a cravou de novo na minha perna. Minha visão estava turva e, do nada, aquele cara caiu morto ao meu lado, com um tiro na cabeça.

Deitei no chão, com a mão pressionando o corte, e pude ouvir a voz de Enid gritando para que me deixasse lá. Eu podia estar quase desmaiando mas eu ainda tinha vontade de levantar só pra bater na cara dela, que estúpida. Eu fechei os olhos tentando fazer a dor parar, não sei por quanto tempo fiquei daquele jeito, imóvel, mas quando abri os olhos não havia mais gritos e nem aquela buzina, estava tudo silencioso. Vi Carol correndo na minha direção, mas ela ainda estava longe. Senti alguém levantando minha cabeça e apoiando ela em algum lugar, era Carl.
- Sam? Sam, responde! Você tá me ouvindo? - ele ficava repetindo isso toda hora. - Carol, eu preciso de ajuda! - ele gritou pra ela. - Sam, fica acordada, ok? Você vai ficar bem. Eu prometo. - ele disse tirando o cabelo do meu rosto e fazendo pressão no corte com as mãos. Eu apenas assenti com a cabeça e murmurei alguma coisa sem sentido. Nesse mesmo momento Carol chegou e amarrou um pano no ferimento, fazendo um nó muito forte pra estancar o sangramento.
- Sam, você consegue se levantar? - Carol perguntou.
- Acho que sim. Eu só preciso de uma ajuda. - eu disse tirando a cabeça do colo de Carl e me sentando. Carol segurou meus braços e eu dei impulso, ficando sobre um pé só.

Carol passou meu braço direito pelo ombro dela e Carl o esquerdo. Eles seguraram na minha cintura e me ajudaram a andar. A minha situação não estaria tão grave assim se eu não tivesse tirado a faca daquele jeito e o homem não tivesse colocado ela lá de novo, eu estava perdendo sangue cada vez que apoiava a perna para andar.

Nós não estávamos perto da enfermaria e eu estava andando muito devagar, e gemia de dor cada vez que apoiava o pé no chão. Senti um braço passando ao redor das minhas pernas e me tirando do chão. Carl havia me pegado no colo, ainda bem, por que eu não ia aguentar aquela dor por muito tempo. Encostei minha cabeça na curva do seu pescoço e apoiei meu braço no seu peito, enquanto rodeava seu pescoço com o outro.
- Obrigada, sheriff. - eu sussurrei pra ele. Senti ele rindo e tive certeza que ele tinha revirado os olhos.
- Da próxima vez vê se corre mais rápido, Rovia. - ele disse e me apertou um pouco mais contra seu corpo.

Monster // Carl GrimesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora