Eu estava pisando em um território muito delicado.

Se eu tivesse me recusado a voltar alguma bruxa teria que assumir minha posição na Reserva, e esse alguém provavelmente seria Angela. No final das contas, as Primeiras Mestres sempre pareciam se casar com os Alphas de sua geração.

- Eca! - ela fez uma careta para demonstrar o quanto se opunha a ideia.

- Para! Você pelo menos deve ter cogitado isso quando eu fui embora.

- Sim, por dois segundos. Longos e terríveis. - nós rimos juntas. - Não, não cogitei. Se você não voltasse sozinha eu te puxaria pelos cabelos de Phoenix até aqui.

Eu gargalhei. - Belo plano!

- Mas é sério. - ela falou quando paramos de rir. - ela tinham um plano para você. Você tinha até quando completasse dezoito anos. Depois disso alguém a buscaria.

- Nossa, então havia alguma versão de me arrastar pelos cabelos.

Angela corou levemente. - Sim. Desculpe. Mas na verdade, elas não achavam que seria necessário. Ninguém sabe como você sobreviveu tanto tempo fora daqui.

Eu sorri. - É porque eu sou a bruxa mais foda do condado, meu bem.

Deixei Angela na casa dela e fui para a minha, desesperada pela minha cama.

O primeiro dia de aula já era bem difícil, com a adição de vampiros ficou um pouco mais, com a adição de Emily e todas as suas tarefas, tornou-se uma missão hercúlea.

O treinamento em si foi ele. Ela me mostrou como as instalações funcionavam. O térreo para a área de convivência, o primeiro andar para as primárias, o segundo para as secundárias. As terceiristas treinavam no porão, e no quarto ano de treinamento as meninas passavam quase o tempo todo na floresta.

Haviam outras alunas. Sempre pelo menos cinco em cada ano, às vezes mais. Algumas eram da Reserva, outras de Forks, e muitas de outras regiões.

Forks era uma espécie de pólo de estudos. Existiam mais duas Casas Centrais no país, uma em Chicago, e a maior em Nova Orleans.

Cada Casa era regida por uma Primeira Mestre, responsável por proteger as bruxas da região e educá-las.

E cada geração tinha uma Suprema.

A bruxa mais poderosa da região, que era responsável pela liderança e unificação das Casas.

Essa bruxa era supostamente eu.

Em geral as supremas eram do sul, mas não naquela geração.

Ao que parecia a união da minha mãe, com ascendentes sulistas, com meu pai, com ascendentes Quileutes, havia criado uma combinação poderosa o suficiente para dar um suprema ao Norte.

Meu treinamento teria que ser extensivo, porque em dois anos eu deveria estar pronta para assumir o poder.

Existia alguma emergência profética sobrenatural as forçando a me deixar pronta o mais rápido possível.

Foi isso que o Conselho me disse quando eu tinha quatorze anos. Junto com a segunda profecia. Ao que tudo indicava a Suprema do Norte se casaria com o Alpha do Norte, da matilha Quileute, nesse caso, conhecido com Jacob Black.

Naquela época ele era meu amigo, que eu havia visto crescer e ainda ia a minha casa para assistir TV e jogar videogame. Meu suposto noivo. E eu devia aceitar tudo tranquilamente enquanto me preparava para uma guerra misteriosa.

Ninguém pode me julgar por sair de lá aos prantos jurando nunca mais voltar.

Charlie sabia de tudo, todas as implicações da Reserva, e da profecia. Foi o fato dele ser conectado à Reserva e às bruxas, que fez com que minha mãe fosse embora de lá e nunca mais tivesse voltado. Do ponto de vista dela ele a havia enganado, a prendendo em uma situação complicada demais. Se havia uma coisa que minha mãe odiava eram complicações.

Minha fuga foi como um segundo golpe nele. Eu não estava apenas me negando a prestar meu tributo à nossa tribo, eu estava me negando à ir morar com ele, a abraçar o lado dele do meu sangue.

Eu sei que Charlie me perdoou, e que meu retorno foi suficiente para apagar a tristeza do passado. Ele estava bem agora, todos nós estávamos. No final, isso era o mais importante para mim.

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Esse capítulo deu pra conhecer mais nossos amiguinhos hein.

E , se fosse vocês, casariam com o Jake?

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Beijos!

Crespúsculo - A IniciaçãoWhere stories live. Discover now