-Olá querida. –Disse a mulher com a voz doce. Sorrio para ela e olho para dona Marta que balança a cabeça para mim.

-Oi... –Digo com a voz baixa.

-Sente-se Emily. –Disse a Marta indicando a cadeira para mim. Era perto do casal, sentei e eles não tiraram o olho de mim. –Emily, o senhor e a senhora Young querem adotar você. As papeladas estão prontas, e você será levada hoje mesmo do orfanato. –Disse Marta com um sorriso no rosto.

Fiquei em choque por alguns minutos, estava tentando processar com aquela informação. Eu fui adotada por esse casal, finalmente eu fui adotada. A felicidade me toma e eu começo a sorrir igual uma boba.

-Vocês dois me adotaram? Eu vou ter uma família? –Eles acenaram para mim e um sorriso estampava nos seus rostos. Pulei da cadeira e corri para os braços da moça que ia me adotar. –Obrigada, muito obrigada. –Choro de alegria e ela me abraça forte.

-Oh querida, agora você terá uma família e será muito bem vinda. –Ela disse ainda me abraçando.

-Eu não ganho abraço? –Disse o moço loiro, o senhor Young.

Abracei-o e em seguida a dona Marta. Fiz uma dancinha em comemoração e todos riram. Estava tão feliz que nada me importava mais.

A porta se abriu e surgiu um menino, ele era alto, cabelos negros e seus olhos eram azuis-claros. Ele me olha por alguns minutos e em seguida para o senhor e senhora Young.

-Que demora meu filho. –Disse o senhor Young

-Eu me perdi nesses corredores... –Explicou-se. Ele olhou para o pai e logo notou a minha presença, seu olhar ficou preso a mim.

-Miguel, essa é a Emily sua nova irmã. –Disse a senhora Young. Sorrio para ele e o mesmo continuou sério.

Ele caminhou até a mim e me deu um beijo no rosto. Era a minha primeira vez que um menino me beijava, fiquei feliz. Senti minhas bochechas se esquentar, logo estaria corada.

-Agora você é minha... –Ele para de falar e vejo um brilho em seus olhos. –Irmã. –Prosseguiu ele. Sorrio e abraço-o.

Pela primeira vez teria uma família e até um irmão, dessa vez não me desiludiria. Eu iria sair daqui e ter uma família de verdade; iguais aquelas das novelas.

***

Estava dentro do carro olhando pela janela, eu via várias casas bonitas, cachorros correndo e brincando com seus donos. Estava um silencio dentro do carro, o senhor Young estava dirigindo e sua esposa estava no banco do carona. Miguel estava ao meu lado me olhando, olhei para ele e o mesmo abriu um sorriso de canto para mim.

-Preparei um quarto muito bonito para você. Acho que vai gostar. –Comentou a senhora Young, dando uma olhada para mim. Sorrio de canto de lado para ela.

-Obrigada senhora Young, eu vou adorar. –Digo feliz da vida.

Eu teria um quarto para mim, só para mim, coisa que eu não tinha no orfanato. Não que eu não gostasse, pois tinha as meninas para conversar todas as noites, mesmo a madre indo às oito horas para apagar as luzes e fazer com que dormíssemos. Só que ao invés de irmos dormir, ficávamos até tarde paparicando.

-Não precisa me chamar de senhora Young, pode me chamar de... mãe. –Ela diz, pausando, parecia estar sem graça.

-Tudo bem, mãe... –Digo com a voz baixa, mas firme.

***

A casa era linda, incrivelmente grande, parecia um castelo de tão imensa que era. Admirei cada detalhe, cada partizinha, até mesmo as paredes. Era um conto de fadas aquela casa, só tinha visto uma casa assim na televisão ou nos filmes que passavam no orfanato.

Obsessão PerigosaWhere stories live. Discover now