Continuação de Cap. 2

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•Narrado por Hinna•

Antes de meus pais chegarem, resolvi pegar a bicicleta e ir na casa de Ester, queria saber como ela estava.
Mais para frente eu descobriria que aquela foi a pior idéia que eu tive.

Cheguei na casa de Ester, ela estava sentada do lado de fora, na calçada. Seus olhos estavam marejados e seu rosto vermelho como um pimentão.

_Ester ? -Falei parando a magrela ao lado de seu cercado.

_Hinna ! -Ela veio correndo e me abraçou forte.

_O que houve ?

_Hinna, posso dormir em sua casa essa noite ?

_Sim, mas o que aconteceu ? -Falei confusa.

_Me tira daqui por favor ! -Falou ela pegando sua bicicleta que estava jogada no gramado do lado de dentro.

_Então venha, vamos ao Starbucks. -Falei subindo na minha.

Pedalei com os olhos nela, não imaginava por onde começar, eu nunca havia visto Ester tão amargurada na vida.
Assim que chegamos ao Starbucks, William me olhou com um grande sorriso, mais assim que percebeu meu abatimento por ver Ester tão triste, ele fez uma careta de compreendimento.
Guardamos as bicicletas em seus devidos lugares. Escolhemos um banco afastado de qualquer pessoa. E então William veio ver o que nós queríamos.

_Hinna, Ester, o que vão querer ?

_Pra mim um Chocolate quente.

_Eu não vou querer nada. -Falou Ester deitada sobre os braços, deitada na mesa.

William saiu com um olhar diferente, como se fosse aprontar alguma coisa, e então eu só quis pensar em consolar a minha amiga.

_Agora me conte Ester, o que lhe aconteceu ? -Falei deitando meu rosto ao lado do dela, mexendo em seus cabelos claros.

_Hinna, minha mãe... Ela me agrediu hoje na frente do namorado dela. Depois que eu o acusei de tentar me beijar. -Falou ela chorando.

_O que ? -Falei muito assustada. _E ele fez mesmo isso ? -Não me aguentava de tanta aflição.

_Eu havia acabado de acordar, ele dormiu com ela em casa. E enquanto ela fazia o café no andar de baixo, ele veio com uma historinha dizendo que eu era linda, e tentou me beijar me prendendo contra a parede. Eu o empurrei e desci correndo. Quando cheguei até minha mãe, contei a ela o quão monstro ele era, e ela me deu um tapa no rosto. -Disse ela entre soluços.

Eu não sabia o que dizer para ela, nem ao menos como confortar. Só quando William chegou com um baita Sunday, que é o sorvete favorito dela eu pude ter uma brecha.

_Não fique assim, você pode dormir em casa, o importante é que eu acredito em você, e vamos resolver isso juntas. -Falei abraçando ela.

_Obrigada Hinna ! -Falou ela agradecida.

_Agora olha só o que o William lhe trouxe. -Falei sorrindo forte.

Ela se virou e instantaneamente sorriu quando viu o que William havia preparado. E eu também fiquei muito feliz de ver o quanto ele foi atencioso, cada atitude dele só aumentava o que eu sentia.

_Espero que isso melhore um pouco esse rostinho triste. -Disse ele nos servindo e saindo.

_É olha só, ganhou o seu sorvete favorito de cortesia !

_Não fui só eu quem ganhei algo. -Ela Falou apontando um guardanapo com o número dele.

O peguei e guardei no bolso disfarçando um pouco o quanto eu estava feliz. Nem tanto, pois eu ainda não sabia como poderia ajudar Ester com esse problema.

Assim que terminamos eu fui pagar o sorvete e meu chocolate, William estava no balcão, ele era um pobre faz tudo no lugar.

_Quanto ficou minha continha William ? -Falei sorrindo fraco.

_Pode deixar é por minha conta !

_Imagina, se for sempre assim você não vai ter salário pra receber !

_Sério Hinna, não tem problema. -Disse ele sorrindo.

_Vamos fazer o seguinte, eu pago só o chocolate então, pode ser ?

_Tá então, já que você vai se sentir melhor assim ! -Falou ele pegando o dinheiro e me devolvendo o troco.

Chamei Ester e voltei para casa. Assim que chegamos, a porta da frente estava aberta, o que parecia muito estranho já que eu havia trancado e geralmente meus pais não deixam a porta aberta.
Entrei silenciosa e reparei que tudo estava em ordem. Ouvi um barulho de passos no andar de cima, na direção do meu quarto. Pedi para que Ester ficasse me esperando na porta e que corresse se fosse necessário.
Cheguei ao andar de cima, olhei para a porta do meu quarto e ela estava aberta, eu não fazia ideia de como eu havia deixado. Peguei um bastão de basebol do meu pai, que ficava ali para evitar invasões.
Assim que adentrei o cômodo sem medo algum, minha janela estava aberta e não havia ninguém. Fechei a mesma e desci.

_Eai, algo estranho ? -Falou Ester amedrontada.

_Não, eu devo ter esquecido a casa aberta. -Falei me sentindo envergonhada.

Ouvi o barulho do carro da minha mãe.

_Ester não comente nada disso com os meus pais, tudo bem ? -Supliquei.

_Tudo bem Hinna, conte comigo.

Mamãe entrou na casa, ela estava um pouco molhada.

_Olá meninas ! -Disse ela sorrindo fraco.

_Oi mãe, eu sinto muito por Karyna ! -Falei lhe abraçando em consolo.

_Sinto muito Megan ! -Disse Ester entrando no abraço.

_Tudo bem meninas, eu só vou me deitar um pouco. -Disse ela subindo as escadas.

_Bom descanso mãe ... -Falei por fim.

_Olá gracinhas ! -Falou meu pai sempre meigo.

_Oi pai ! -Falei lhe abraçando. E Ester o cumprimentou educada.

_Vocês estão bem ? -Perguntou ele.

_Sim ! -Respondeu Ester rápida.

_Lá choveu pai ? -Perguntei um pouco confusa.

_Sim filha, engraçado né, nem é tão longe daqui. -Disse ele indo para a cozinha.

_Notei a mamãe molhada por isso perguntei. -Falei o seguindo.

_Hinna, se importa se eu me deitar um pouco ? -Perguntou Ester.

_Não, pode deitar no meu quarto, eu já subo. -Falei sorrindo.

Meu pai estava preparando um chá para ele na cozinha enquanto eu preparava o famoso chocolate quente com marshmallow que o vovô me ensinou.

_Pai, o senhor parece um pouco chateado. -Comentei receosa.

_Ah filha, é só estresse do trabalho sabe. -Falou ele calmo e eu sentia que ele estava mentindo.

_Se for te fazer ficar melhor, amanhã podemos jogar basebol no quintal ... -Falei sorrindo.

_Eu iria adorar !

_Pai, eu te amo muito ! -Falei lhe abraçando forte.

Nicolas, meu pai, era um grande homem e eu sabia que podia contar sempre com ele. Meus pais eram os melhores, sempre estiveram comigo me protegendo e me apoiando, e eu sempre quis retribuir esse amor com tudo o que fosse possível, e eu sempre continuaria assim !

_Seu chocolate está pronto. -Disse ele ao ouvir o micro-ondas parar.

_Vou levar para Ester. Obrigada pai ! -Peguei as xícaras e subi para o quarto.

Ele me olhou meio tristonho, em certo momento senti que ele não estava à vontade com alguma coisa.

PSICOPATA NAS SOMBRASOnde as histórias ganham vida. Descobre agora