O Destino de Draco Malfoy

Atrás da cabana de Rúbeo Hagrid

Carta № 4

10 de outubro de 1991

Queridos pai e mãe,

Fiz merda. Tão natural de minha parte que vocês não irão se surpreender. Lembram-se de quando aprontei com aquele elfo doméstico dos Hansley, colocando a culpa pelos estragos na biblioteca e na cozinha? O coitado teve sua cabeça arrancada. Não que, agora, eu sinta pena daquela criaturinha. Mas foi errado.

No entanto, dessa vez, a burrada foi pior.

Fiz merda com Harry Potter. Sim, o garoto da cicatriz em forma de raio. Que aponta para mim durante as aulas de poções, que ri de minha cara com seus dois amigos, me fazendo palhaço. E, como disse antes, apesar de tudo isso, eu ainda sinto aquela afeição estranha por esse garoto, mesmo que eu queira estrangular Ronald Weasley e Hermione Granger, aqueles dois fanfarrões esquisitos.

Harry Potter é uma singularidade à parte... Eu nem sei se estou usando essas palavras da forma certa. A verdade é que estou perdido entre provas e trabalhos de poções para entregar até o final da semana e da qual ainda nem comecei.

Queria os aqui, mais do que qualquer coisa. Vocês poderiam fazer Harry Potter parar de sorrir feito um bobo para mim.

Se eu fosse louco, até diria que gosto dele.

Mas claro, eu não sou.

Não hoje.

Com carinho, de seu filho,

Draco

Carta № 5

4 de setembro de 1993

Queridos pai e mãe,

Eu odeio Hogwarts! Com todas as minhas forças, com todo o meu coração. Por mais que eu tenha que viver por aqui boa parte do meu ano, Hogwarts é um péssimo lugar para um garoto como eu.

Acontece que Harry Potter, o garoto que sobreviveu, e seu amigo gigante que agora irá ensinar Trato das Criaturas Mágicas, tentaram me ferir com um animal grande, feroz e... Grande e feroz. Se não me engano, seu nome é Bicuço, um hipogrifo.

O animal, logicamente, me feriu. E eles dois sabiam que isso iria acontecer. Consigo ver isso pelo sorriso irônico que me lançam quando passou pelos corredores. Estou com uma grande ferida em meu braço, pela qual já estou me recuperando, mas a imagem daquele imenso animal por cima de mim não sai de minha cabeça.

Foi como um show de exibicionismo. Afinal, logo depois, Harry Potter se mostrou ser "adorado" pelo animal e chegou a subir em cima do mesmo. Por mais que odeie Harry Potter em momentos como esse, meu coração bate cada vez mais forte quando o vejo. É instantâneo. Eu não queria que isso acontecesse.

Mas acontece.

Estou aborrecido. Tanto com Harry, quanto com vocês. Não nos falamos muito durante as férias, estou com medo que vocês estejam me negligenciando, apenas pelo fato de que gosto de Harry Potter.

Eu vou tentar mudar. Eu juro. Não irei mais gostar de um garoto.

Não irei mais gostar de Harry Potter. Mas, primeiro, como forma de adiamento, peço que façam alguma coisa com aquele monte de pelo chamado Rúbeo Hagrid e aquele seu animal imenso.

Cortem a cabeça daquele hipogrifo!

Com angustia, seu filho,

Draco