Era pra ser amizade mas virou amor,era pra ser amor mas virou amizade.
Dois amigos de infância se separaram por longos dez anos.A amizade dos dois agora só permaneceram nos seus pensamentos.Será que ainda há tempo de falar o que nunca foi dito?
Se...
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5 anos antes...
Notar aquele microfone ainda decorado por inúmeros adesivos ainda doía dentro dele. Já Fazia vários anos que Jessica foi embora e a saudade que sentia dela nunca partia. Foi doloroso no começo, na verdade se acostumar com sua ausência foi terrível.Mas a cada dia se conformava um pouco mais.Cada um trilhara um caminho diferente.Ele tinha que entender.
Ele sorriu triste, tentando afastar aquele pensamento da sua cabeça. Vida que segue pensou aborrecido. Contemplou o galpão vazio. Tinha passado bons momentos ali. Sua infância e boa parte de sua adolescência.Mas algumas coisas sempre mudava de lugar ...
Mesmo depois de tantos anos,ainda gostava de vir ali.De uma certa forma,se sentia em paz,mesmo cheio de nostalgia e saudade.Parecia reviver seus dias felizes.
Perdeu toda noção das horas.Só se deu conta que já era bem tarde.Quando o telefone praticamente berrou aos seus ouvidos.E mesmo contra sua própria vontade.Conferiu pra ver quem era.Suspirou desanimado ao ver que era Isabela.Após a partida de Jessica,ele a pediu para voltar para ele.Numa tentativa falha de se auto preencher.
Falaram por apenas alguns poucos minutos e ele decidiu voltar para casa.Já estava bem tarde.Pôs sobre as costas seu velho e companheiro violão .Após conferir se havia fechado corretamente o porão.Rumou para a casa.
Assim que passou perto da casa onde há alguns anos atrás morou aquela garota de trancas negras ele tentou não chorar. Era sim impossível de esquecer aquela que se fez tão especial em sua vida.Quando se aproximou do portão de sua casa.Viu todas as luzes acesas.Estranhou já que sua mãe costumava dormir bem cedo.
Cauteloso como sempre fora. Preferiu entrar pela garagem. Mas antes que acionasse o botão automático, ele se abriu. E o carro preto da qual pertencia a sua mãe. Saiu em disparada.Quase pegando em cheio o passeio.
-Mãe?! -ele gritou de susto. -Onde vai desse jeito ?....Mãe!
Ele gritou varias vezes. Mas ela apenas subiu os vidros do carro e ele viu que ela chorava. E se ele soubesse do que estava pra acontecer ele nunca a tinha deixado partir.
Quando ele adentrou na sua casa parecia que havia passado um furacão.Cadeiras reviradas,alguns vasos que sua mãe tinha o maior apreço estavam quebrado.Felipe suspirou pesadamente.Era mais umas das tantas brigas que sua mãe e seu pai ultimamente vivenciava.Havia tornado rotina.Tudo pelo mesmo motivo,de qual muito odiava:O trabalho excessivo de seu pai.Nunca havia tempo.Era sempre a mesma desculpa."Só estou trabalhando por um futuro melhor para vocês"
Mas se ele soubesse que riquezas,nem presentes caros nunca era o que Felipe quisera.Tudo que sempre sonhara foi um abraço,desse simples sem precisar de um motivo especial.Ou uma palavra confortante.Ou apenas de sua atenção,mesmo que fosse aquelas bem poucas.O que mais o doíam era que a empresa tinha mais valor na vida de seu pai,do que ele e a mãe.E isso o alimentou um ódio,que por mais que passasse os anos nunca adormecera completamente por dentro dele.Por isso ele havia decidido que só seria apenas os dois.A mãe e ele.
Antes de se deitar na cama,preocupado tentou ligar para a mãe Insistentemente dezenas de vezes.E sempre caia na caixa postal.Quando se viu adormecera ali mesmo sem ter ao menos trocado de roupa.
Ainda não era duas e meia da madrugada. Quando o celular tocou o despertando daquele sono profundo. Mal abriu os olhos e ficou aliviado quando reconheceu o numero de sua mãe sobre o visor.Porem seu semblante mudou completamente quando atendeu e descobriu que já não era ela mais quem ligava.
Nunca correu tanto como naquela madrugada fria de Agosto. Pegou o carro que só seu pai tinha permissão para poder usar e quando chegou no hospital.Era tarde demais.
Sua mãe morreu antes mesmo que a pusesse sobre a maca para o hospital. Faleceu dizendo seu nome. E Felipe não pôde nunca mais se despedir dela.
Foram dias negros em sua vida. Ele quis morrer, Ele quis chorar. Ele quis desistir. E ele odiou tanto o pai, como nunca odiou ninguém. O culpou. E a partir dali no seu mundo faltaram-se as cores.
Durou anos ate que refizesse sua vida.Mudou de sua casa e comprou um modesto apartamento.E mesmo contra sua própria vontade,prometeu a si mesma que cumpriria o ultimo desejo de sua mãe.Que era ser presidente na empresa que seu pai lutou para construí-la.Abandonou sua faculdade de musica e deixou de viver para apenas existir.
