Seven.

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Acordei cedo, sete horas da manhã, como combinando com a doutora Stonem, eu teria uma consulta com ela hoje, às oito. Kathe insistiu que gostaria de ir comigo, e eu não disse que não. Demoramos para levantar, então nos atrasados.

- Quer comer algo? - A perguntei e ela franziu a testa.

- Não, nós estamos atrasados, você precisa ir para essa consulta. - Respondeu enquanto passava perfume sobre o seu corpo.

- Certo, está pronta? - Perguntei, ela deu uma última olhada no espelho, me olhou, sorriu e assentiu.

Descemos as escadas e fomos em direção ao carro, abri a porta para ela, como eu sempre fazia nesses quatro anos, e ela sempre sorria como boba, fui ao outro lado do carro e entrei no mesmo. Ela pegou o controle do portão e o abriu. Fomos em direção à doutora Stonem, que, não era muito longe, apenas uns dez minutos de carro, era um consultório só, apenas da doutora Stornem, que na minha opinião era a melhor doutora de toda Londres.

Fomos o caminho inteiro cantando, Kathe também tinha o dom de cantar, mas ela é envergonhada demais, já tentei de tudo para mostrar ao mundo o seu talento.

Quando chegamos estacionei meu carro na frente do edifício, sai do carro e abri a porta para que ela saísse, e ela sempre agradecia com um sorriso. Peguei em sua mão a entrelaçando na minha.

Entramos no elevador e Kathe suspirou fundo. Assim que a porta do elevador abriu, nós conversamos com a recepcionista que parecia um pouco pasma, o que me fez rir um pouquinho junto com Kathe.

Logo em seguida fomos direcionados a sala da doutora.

Os tons de cinza e bordô decoravam aquele lugar, algumas plantas verdes provavelmente falsas também.

- Que bom ver os dois aqui, como tem se sentido, Harry? - Perguntou a doutora após nos cumprimentar com um aperto de mão.

- Para falar a verdade, não tenho me sentido muito mal. - Respondi enquanto estávamos nas cadeiras.

- Isso é uma ótima notícia, mas claro, não melhor do que a que eu tenho para você. - Ela sorriu - Estão prontos?

- Sim, claro! - Kathe falou rapidamente, fazendo nós tres gargalharmos.

- Os resultados dos seus exames nos mostram muita esperança, o estágio do seu câncer é o zero. - Começou a doutora mas logo Kathe a interrompeu.

- Zero? - Interrogou.

- Exato! Como no estágio 0 a doença está limitada à camada de revestimento das vias aéreas e não invadiu o tecido pulmonar ou outras áreas, é geralmente curável com tratamento cirúrgico. Não sendo necessária quimioterapia ou radioterapia. - Ela continuou e meu coração acelerou.

- Ótimo! - Suspirei aliviado.

- Você tem uma saúde excelente, Harry, para a cirurgia, normalmente pode ser realizada uma segmentectomia ou ressecção em cunha. Os tumores localizados em locais onde a traqueia se divide nos brônquios esquerdo e direito, podem ser tratados com ressecção em cunha. - Enquanto a doutora falava o sorriso de Kathe ia de orelha a orelha.

- É uma cirurgia muito arriscada? - Perguntei.

- Toda cirurgia tem um risco, e essa tem um maior ainda, mas você pode ter certeza que está em boas mãos. - A doutora sorriu.

- Sabemos disso. - Kathe disse e piscou para a doutora com um só olho.

- Se mantenham positivos, tivemos sorte por juntos termos descobrindo cedo para que assim, você possa se curar cedo também. - Ela sorriu mas em seguida ficou seria - O câncer de pulmão é um dos piores que existe e quando se encontra em um estágio elevado é difícil voltar atrás.

- Muito obrigada! - Kathe falou e sorriu.

- É um prazer ter vocês aqui. - Ela sorriu de volta - Harry, aqui estão alguns remédio que você pode estar tomando em caso de dor, falta de apetite e ansiedade, tem também uma certa pomada na qual você pode passar no peito para aliviar a tosse. - Disse a doutora enquanto entregava um papel para nós.

-Certo! Obrigada mais uma vez doutora. - Disse e sorri, Kathe murmurrou um "muito obrigada" e saímos em direção ao elevador.

Eu estava tão feliz, não podia estar mais, eu vou ficar bem, tudo vai ficar bem.

Pude sentir seus braços ao redor de mim, e um sorriso enorme estampado em seu rosto, ela está mais feliz que eu, disso eu posse ter certeza.

-Eu te amo tanto -Ela disse cheirando meu pescoço. -Você vai ficar bem, eu vou cuidar de você.

-Eu te amo mais. -Disse antes de o elevador se abrir, e eu segurei em sua mão.

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