Chapter 7 ⋆ Clóvis

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Acordei muito sonolento, sentindo estar flutuando.

Abri os olhos por um momento e quase fiquei cego por conta da forte luz que estava em cima do meu rosto, então fechei-os novamente.

Acho que dormi de novo, pois quando abri os olhos mais tarde, não encontrei a luz forte em meu rosto.

Aproveitei para olhar em volta.

Apesar da pouca iluminação, percebi que estava em um tipo de sala, eu acho. Na verdade, eu estava dentro de um cubo de vidro, dentro da sala. Fora do meu cubo, havia muitos aparelhos de laboratório.

Alguns eu conhecia, outros eu nunca havia visto na minha vida, e não fazia a mínima ideia para quê serviam.

Fui levantar da maca, para sair daquele lugar, mas não consegui. Estava amarrado — muito forte mesmo — e com muitos fios saindo de mim. Acompanhei o curso de alguns dos inúmeros fios e percebi que eles vinham das várias máquinas presentes na sala, que agora eu tinha certeza se tratar de um laboratório super desenvolvido.

Comecei a me mexer muito, com a intenção de me soltar daquela maca, e só então percebi que haviam me prendido com barras de ferro.

Debati-me ainda mais tentando me desprender, mas aquilo só estava fazendo as barras se apertarem ainda mais em torno do meu corpo.

"Eu quero sair!" resmunguei já irritado comigo mesmo, por não conseguir me livrar daquelas malditas barras de ferro.

Não entendi muito bem o que aconteceu depois. Ao que parece, eu fiquei irritado por não conseguir sair, e os aparelhos começaram a apitar produzindo um som ainda mais irritante.

Perdi a calma. Comecei a me debater freneticamente até finalmente conseguir arrancar aquelas barras de ferro e em seguida todos aqueles fios.

Grande erro, devo dizer.

Assim que arranquei as barras, uma sirene começou a soar, e luzes vermelhas ficaram piscando sem parar.

Arquejei tapando meus ouvidos com as mãos, enquanto caía de joelhos. Aquilo estava ficando insuportável!

"FAZ ISSO PARAAAR!" gritei, não aguentando mais todo aquele barulho.

Com muito custo, me pus de pé novamente e comecei a socar freneticamente a parede do cubo de vidro. Quanto mais socava, mais irritado ficava, porque não conseguia quebrar o vidro.

Até que eu soquei um pouco mais forte, e ele começou a trincar. Continuei no mesmo ritmo do último soco e consegui quebrar o cubo de vidro.

A porta da sala se abriu. Entraram muitas pessoas desesperadas, vestidas de branco, com tablets e celulares em mãos. Quando me viram, ficaram estagnados em seus lugares. Não mexeram nem um músculo sequer.

Achei que eles viriam todos de uma vez para cima de mim, mas não o fizeram. Continuaram lá. Parados, olhando fixamente para mim. Começaram a cochichar ainda espantados e sem tirar os olhos de mim.

Olhei para minhas mãos e só então eu percebi porque estavam assim.

Eu estava completamente verde. (!!!!!)

Não sei o que esse pessoal andou fazendo comigo, mas a droga que ejetaram em mim, é das boas.

Lancei-me pra cima da mulher mais próxima, assustando a todos e os fazendo se espalharem rapidamente pela sala. Segurei-a pela gola de seu jaleco e a joguei na parede.

Fui até ela, e quando levantei meu punho, senti uma dor pontiaguda muito forte em meu pescoço.

Gritei.

Levei minha mão ao local atingido mas logo senti meus braços pesarem e minhas pernas ficarem moles, então comecei a ver pontos brancos dançando na frente dos meus olhos, antes de cair no chão novamente.

Young Heroes - Nova York (HIATUS)Where stories live. Discover now