Capítulo 44

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Distração Parte I

Dixon e eu esperávamos o remédio fazer efeito, mas nada adiantou. Noah começou a vomitar e ter convulsões até cair na inconsciência, tudo em poucos segundos.

Eu me apavorei.

Dixon, respirando quase dificultosamente, não esperou para leva-lo de volta a enfermaria, enquanto eu apertava o botão freneticamente avisando ao médico de que precisávamos dele. Uma enfermeira rapidamente tirou Noah dos braços de Dixon e sumiu dentro da salinha fechando a porta.

******

Depois de minutos de espera, suando por não poder ver como estava Noah, Patrick chegou segurando uma prancheta e eu deduzi serem os exames de Noah. Tinha que ser.

Patrick parecia tenso. Aquilo não era um bom sinal, eu sabia disso. Mas colocar em voz alta era pior que aceitar, de fato, que alguma coisa ia mal com meu filho. Dixon por outro lado, se mantinha firme e positivo. Não que eu não estivesse, eu só não sabia exatamente o que pensar sem ter uma noção diagnostica do que Noah tinha. E seja qual fosse o resultado eu continuaria acreditando que aquilo não ia acabar mal. Eu já tinha passado por perrengues suficientes nos últimos meses.

— Os exames constam que Noah está com Meningite viral — começou Patrick, entregando as folhas nas mãos de Dixon. — A doença é grave para recém-nascidos, principalmente ao pequeno Noah que ainda não tem dois meses de vida. Não sabiam sobre a doença?

— Já havíamos feito exames antes e nada constou.

Aquela resposta parecia exatamente o que Patrick esperava ouvir.

— Bem, como já disse é uma doença grave que pode deixar sequelas na criança.

— Sequelas? — Não, não iria haver sequelas.

— Epilepsia, infartos cerebrais e retardo mental. Fora do sistema nervoso a meningite também pode causar complicações. A doença inflamatória pode levar ao choque séptico e distúrbios da coagulação. As bactérias podem também se difundir para outros locais, causando Endocardite e Pioartrite. Além disso, há registros de perda de parte da audição e também rigidez na parte frontal da cabeça, e também pode...

De repente Patrick parou ao mesmo tempo em que um "não" fraco escapou dos meus lábios. Eu sabia quais eram as palavras não ditas. Eu não queria saber! Dixon passou o braço pelo meu ombro e me puxou para si.

— Vai ficar tudo bem — ele disse, olhando diretamente em meus olhos. Ele acreditava que sim.

— Se o senhor der o seu consentimento de começarmos agora o tratamento, Noah poderá voltar ainda hoje para casa.

— Ir para casa? — O quão grave era então?

Dixon me apertou de leve.

— Tenha um pouco de fé, querida.

Ele acreditava. Eu também acreditaria.

— O senhor Wisentheiner tem razão — Patrick sorriu. — Um pouco de fé é suficiente para ver milagres que para a medicina impossível realizar. Às vezes um médico precisa admitir tais crenças. Bem, irei liberar o pequeno Noah, mas terão que retornar ao hospital em uma semana para uma breve avaliação.

— Eu vou confiar em você — Dixon lançou um olhar enigmático para o doutor.

O médico limitou-se a assentir.

— Podem esperar na salinha. Logo voltarei com o pequeno Noah — e saiu.

— Vem, você precisa comer — Dixon segurou meu braço. — Vou até a cantina ver se tem algo que goste. E eu fui junto.

Verdadeiro Sequestro, uma história de AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora