Capítulo 14

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Adeus para sempre

Acordei com a luz do sol entrando pela fresta da cortina aberta. Remexi-me na cama sentindo falta do calor aconchegante. Dixon!

Levantei abruptamente quando vi Dixon de pé ao lado da cama com minha câmera nas mãos. Sua expressão estava assustadora. Passei as mãos sobre o cabelo nervosa por ter esquecido minha câmera em cima da cômoda.

— Vou perguntar apenas uma vez e sugiro que responda o mais rápido possível — ele disse entre dentes. — Por quanto tempo esconderia isso? Eu avisei que descobriria. E logo agora que eu achei que deveria dar uma trégua a você.

Trégua? Seria por causa do beijo?

— Eu tirei quando você veio ao meu quarto e me viu olhando para a janela. Eu ia te mostrar, mas...

— Serio? Porque você faria isso? Tenho certeza que usaria isso... Não quero nem pensar.

— Não, eu não usaria! — rebati, em minha defesa.

Eu nem me preocupei em saber se eu estava apresentável, tinha acabado de acordar, devia estar toda descabelada e com o rosto inchado.

— O que pretendia então, Backer? Chantagear a sua ex-amiga de escola?

— O quê? — minha voz saiu em um sussurro carregado.

— Eu sei tudo sobre você. Seus medos... até mesmo seu fascínio por vilões de filmes e desenhos animados. Backer...

Ele sabia desde o começo sobre Solange e eu e não disse nada?

Ele é um mafioso, Ally. Porque diria isso a você?

— Dixon é só uma foto...

— Não é só uma foto, Backer — ele suspirou pesadamente, olhando para a foto. — É uma droga de uma foto, onde estou sendo chifrado pela minha ex-noiva.

— Ex? — perguntei sem entender.

Levantei-me da cama, devagar e me sentei sem desviar o meu olhar do dele. Era o que ele exigia; que olhassem em seus olhos quando ele estivesse falando.

— Acha mesmo que eu seria idiota de continuar levando chifres de uma serpente? Não! Meu Deus — ele passou a mão direita pela nuca, batendo a mesma em seguida na cômoda. — Estou com vergonha de mim mesmo, ainda por cima por uma garota que não sabe nada da minha vida ter descoberto.

— Fala como se eu fosse jogar na sua cara — me mexi na cama.

— Eu, dessa vez, deixarei — ele diz surpreendendo-me.

— Não estou em direito de julgar, mas confesso que gostaria. Deixarei essa parte para Steve. Sei que ele vai saber exatamente usar as palavras certas.

Ele tirou o celular do bolso e começou a digitar.

— Hmm... Sobre a trégua que há minutos atrás você disse que pensava em me dar, ainda está valendo? — ousei perguntar. Eu não deixaria que aquela prodígio de jararaca estragasse minha chance de conquistar a confiança dele.

Dixon suspirou guardando o aparelho no bolso.

— É injusto te culpar por negligência minha, ainda está valendo. Agora vá se arrumar que vamos sair. Vou chamar Vivian — ele disse quase perto da porta. — Ah, eu vou confiscar a câmera.

Ele saiu do quarto, não dando chances de eu perguntar para onde iriamos, ou se ele estava em condições de fazer esforços. Eu me preocupava, não importava, se a pessoa era a pior do mundo. A culpa me invadiria se eu tivesse a chance de ajudar e não ajudasse.

Verdadeiro Sequestro, uma história de AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora