- Janaina. - ela me olhou rindo. - Minha família pode não ter condições... posso comer arroz com ovo, minhas roupas são quase todas doadas, meu perfume pode ser da Avon, mais eu vou deixa claro uma coisa. - limpei minhas lágrimas. - eu tenho caráter  e isso pra mim é mais valioso do que a droga do dinheiro que você tem. Eu nunca precisei machucar ninguém, nunca. Enquanto você tem tudo do bom e do melhor, mais o que tá dentro não vale nem o meu fio do meu cabelo. - ela estava respirando rápido. - Sai daqui...- gritei chorando. Num baque a porta é aberta e Janaina é arrastada pra fora.

Ficamos só eu e Guilherme lá dentro. Ele só me olhava.

- Anna, antes que você fale alguma coisa eu... - Eu não pensei duas vezes.

- Acabou Guilherme. - disse chorando.

- Não Anna, não faz isso comigo eu te... - não queria ceder. Já sofri demais na minha vida, e eu estou tentando fazer dar certo, uma coisa que obviamente nunca vai dar.

- Acabou o que nem começou.- disse pausadamente. Guilherme estava em choque. - O que eu sinto por você, Guilherme, é algo que jamais senti por alguém. Mas veja, isso é uma prova que nossa história de amor é impossível, como um amor entre um cacto e um balão, ou um peixe e uma ave.
Não me ache covarde, sò não quero acarretar mais problemas pra sua vida, pra sua família.
Eu... eu te amo. E por te amar, vou te livrar do caos, da confusão que eu sou. - Chorei.

Eu estava tão arrasada que não quis pensar nas consequências.
Eu estava me sentindo tão sozinha, tão vazia, tão machucada. Tentei me levantar, mas me derrubaram de novo. Estou fadada a viver em um mar de tristeza.

~~~~Guilherme Narrando~~~

- Acabou. - ela disse chorando.

Perdi meu chão. Como realmente me sinto? Não sei, talvez, meio fora de órbita, meio deslocado. Tenho essa sensação de não pertencer a nenhum lugar específico, como se tudo a minha volta fosse mentira, como se eu fosse acordar e perceber que tudo que passei até hoje não passou de um mero sonho, apenas uma fantasia.

Se eu soubesse o que ia acontecer, não abriria os olhos pela manhã.

- Anna eu quero te fazer feliz, me dá mais uma chance. - falei aos prantos. Ela me analisou e começou a dizer chorando.

- Você realmente quer me fazer feliz? Eu não quero promessas. Eu quero ação, quero sentimento, eu quero amor. Pois você sabe que se depender de mim o nosso "nós" nunca vai ter fim. E se continuar tendo amor o resto flui naturalmente. Mas agora eu quero parar com isso. Estou muito mal, nunca fui tão humilhada na minha vida - ela respirou fundo. - Quero ir embora. - ela disse limpando as lágrimas.

Ela duvidava do que eu sentia? Quem ela pensa que é pra duvidar dos meus sentimentos? Ela foi a unica mulher que permiti conhecer o meu coração, o meu interior.

Uma raiva subiu em mim de repente, não pensei nas consequências e comecei a responder friamente.

- Suas malas estão no carro, a gente ia ficar na casa dos meus pais hoje, como você estava desacordada fui em casa e fiz suas malas.
Alex, meu motorista vai te levar para a rodoviária e comprar a passagem. - falei tentando ser o mais frio possível, mais tudo que eu queria era abraçar ela e dizer o quanto estou apaixonado.

Mas sempre fui orgulhoso e impulsivo, me virei e sai do quarto.

~~~Anna Narrando~~~

- Paciente Anna Alice ? A senhorita recebeu alta. - a enfermeira entrou sem pedir licença, depois que Guilherme saiu levando meu coração.

- Dr. Fernando quer falar contigo antes de você ir embora. - ela falou me ajudando a Levantar, estava com as costas e abdômen dolorosos.

- Obrigada senhora... - olho o crachá da enfermeira - Anastácia. - completou

- Não há de que senhorita, venha, vou te levar até o doutor. - Anastácia me guiou pelo corredor.

- Como está ? - ela disse sorrindo.

- Tentando suportar. - Ela parou e abriu a porta.

- Dr. Fernando , aqui está a paciente do quarto 04. - Anastácia disse rapidamente e me empurrou pra dentro. Olhei para ela, que piscou para mim.

- Sente-se. - fiz o que ele pediu. Ele aparentava ter uns cinquenta anos e era muito bonito.

Ele me receitou alguns remédios e me examinou. Disse que sentiria dores nos próximos dias, mas logo estaria bem, me deu um analgésico e sorriu.

- Pronto. Fiquei pasmo ao ver que meu afilhado finalmente soube o que é amar. Uma namorada, quem diria.

Corei e senti vontade de chorar.
Não doutor, ele não sabe o que é amar. Ele me tratou como um lixo e não insistiu, nem lutou contra aquelas palavras de desespero que sairam da minha boca.

- Não, eu não sou mais...- Suspirei e engoli o choro.

- Mas ja? Esses jovens de hoje em dia. Sinto muito.

Me despedi do Dr. Fernando e fui para sala de espera onde Guilherme estava, sua mãe deve ter ido embora, levar Janaína.

Guilherme veio em minha direção.

- Já comprei suas passagens, a viagem será daqui meia hora, a rodoviária é perto do hospital.- ele disse frio.

- Pensei que era mais maduro do que isso. - disse brava.

- Boa Viagem. - Ele virou e saio.

Segurei minhas lagrimas e fui em direção ao motorista que não trocou nenhuma palavra até chegarmos à rodoviária.

- Aqui esta o suas malas, Boa Viagem. - ele disse triste. - Guilherme é um moço bom ele... - não queria mais ouvir aquele nome.

- Não, não precisa justificar as atitudes dele. Obrigada. - sorri e apertei sua mão.

Entrei no ônibus e comecei a chorar. Não sei o que tenho, estou infeliz. Não me sinto bem, estou triste, magoada, decepcionada, arrasada e vazia. O motivo disso? Não sei. Sinto que preciso de algo, mas não sei o que é. Talvez seja ele, mas não direi isso. Não mais, nunca mais. Me sinto sozinha, fragilizada, necessitando de cuidados e não recebo. Talvez ainda queira ele, mas ele não saberá disso. Nesse momento percebo que Nem meu número ele tem. Se preocupamos tanto em conhecer e curtir os momentos que esquecemos que tínhamos celular.

Me sinto quebrada, incapacitada, desgostosa e sem alma. Sem meu Guilherme.

 Sem meu Guilherme

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.
O Rico E A PlebeiaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora