Então ele foi para frente, e segurou Louis pela cintura. Os dedos grandes e gelados, prendendo Louis, o levando para mas perto. E depressa, as pernas já estavam em volta de Harry, uma em cada lado.

"Pra que que é isso?", Louis resmungou, enquanto sentia as costas encostarem nas coxas de Harry, de modo que os rostos não se separassem.

"É pra você não fugir."

"O que?"

"Você vai me deixar continuar?", Harry perguntou. Não estava sorrindo, e a boca ficou meio aberta, como se estivesse nervoso. As mãos continuavam na cintura de Louis, firmes. Ele puxou ar. "No começo do ano letivo, quase em novembro, eu vi um menino. Na quadra da escola. Ele era o único que estavam usando o suéter do uniforme naquele dia de calor..."

Louis piscou. O que ele dizer? Bateu a cabeça nesse dia?

"E eu achei ele a pessoa mais linda daquela escola... Mais lindo que eu já tinha visto", Harry estava olhando para os olhos de Louis, e depois para a clavícula. Louis estava hesitante; sentado no colo dele assim, ouvindo uma coisa que não tinha sentido. Ou tinha? "E eu queria muito, muito falar com esse menino, então eu pedi que me apresentasse a ele..."

Ele parou de falar e continuou olhando para Louis. Os dedos o apertaram mais, e Louis engoliu a seco. Estavam perto demais, tendo contado demais (contato bem lá em baixo). Assim, nessa posição, Louis se lembrou do que aconteceu no quarto de William, enquanto ele subia e descia, escutando os gemidos de Harry contra seu ouvido.

O peito de Harry subiu e desceu. O quarto estava em silencio e mal iluminado pelas cortinas grossas na janela, e as crianças continuavam brincando lá fora. Ele pigarreou.

"Eu pedi que me apresentasse a ele... mas me apresentaram o irmão gêmeo dele."

Louis franziu as sobrancelhas, depois maneou a cabeça.

"O que você quer dizer?"

Harry passou a língua pelos lábios, e subiu os dedos pela cintura de Louis.

"Eu vi um menino lindo na escola, não sabia como falar com ele, então pedi para que nos apresentasse", ele fez uma pausa. O coração de Louis começou a bater forte. Não poderia ser o que estava parecendo ser. "Eu vi você, gostei de você... Mas quando eu disse como você era, meus amigos pensaram que fosse o William. E então eu conheci ele, não você."

Louis recolheu as mãos do colo, e apertou os dedos um contra os outros. Ele soltou um riso quase nervoso, depois estudou o rosto de Harry; esperava, com uma linha nos lábios.

"Que?"

"Eu sabia que tinha gêmeos idênticos na escola, porque todo mundo sabe disso", Harry voltou a falar, rápido, como se precisasse se explicar. "Mas eu nunca prestei atenção em vocês, desde o dia que eu vi você, Louis. E quando eu conheci William, vi que não era você, descobri sobre vocês serem os gêmeos, mas não me importei. Achei que... que daria no mesmo."

Louis fechou a cara, levando embora o riso estranho. Engoliu a seco, depois piscou, várias vezes, como se pudesse dissipar essa cena.

"Você tá inventando isso?"

"Claro que não"

Louis encarou Harry. Ele estava esperando, o rosto sério, com uma ruga na testa. Isso tudo era mesmo verdade? Toda essa merda... Ele sentiu o coração bater forte e o rosto esquentar, indo até o peito. As mãos de Harry ainda estavam lá, o pareciam brasa, mesmo contra sua blusa. Tinha que se desenrolar dele, respirar um ar que não tivesse seu cheiro.

"Me solta", Louis sussurrou.

"Não", os dedos de Harry o apertaram mais, amassando o pano a blusa. "Você precisa entender o que aconteceu."

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