1st. - Oh, he's back.

8 0 0
                                    

08 de agosto

Brooklyn, Nova York - EUA

Alicia Anderson Scott

E então já é segunda de manhã, as férias passaram tão rápido. O sol é tão forte que entra pelo vidro frágil e velho da janela e aquece a cama, me deixando suada e irritada. Os pássaros escandalosos que o vovô cria já começaram com o barulho matinal extremamente alto e já é a quinta vez que vovó bate na porta e grita um "Acooorda, Alicia!" nada suave. Nada atípico até então.

Segunda segunda de agosto, primeiro dia da - nem tão esperada assim - volta às aulas da St. Patrick's High School. Odeio muito tudo isso.

Empurro os lençóis de cima de mim com os pés enquanto grito de volta um esganiçado "Já vaaai!" e ouço os passos dela indo para longe. Grunhi e pulei fora da cama, alcancei a janela exageradamente larga e fechei as cortinas. Bem, de qualquer forma não adiantou, sol forte e cortinas finas de segunda mão me irritavam pra caralho.

Agarrei a toalha jogada em cima da cadeira da escrivaninha e me tranquei no banheiro pelo que pareceram horas, mas que foram rápidos vinte minutos.

Abri o armario e procurei pelo meu tão querido moletom velho e azul, mas então me lembrei que as minhas adoráveis e tão felizes manhãs de inverno haviam acabado há meses, o que era uma lástima, pois manhãs com nevascas e chocolate quente embaixo do cobertor traziam o meu bom humor à tona. Peguei uma camiseta azul-quase-cinza velhinha no fundo da gaveta e vesti ela mesma, estava gasta, mas era uma das poucas roupas de verão que eu gostava. Calça jeans clara - porque mesmo com os alunos cozinhando o Sr. Abe não nos deixava usar shorts ou saias - e uma sandália preta de tiras, só para não ter pés suados, abafados e com chulé daqui algumas horas.

Olhei-me no espelho e fiz uma careta enquanto analisava meu estado. Outono passado eu havia tido a brilhante ideia - note o sarcasmo - de "mudar radicalmente o meu visual", então o meu lindo cabelo ondulado e castanho que ia até abaixo da cintura foi pelo ralo e deu lugar a essa palha seca na altura dos meus ombros e que tem cor de caca de recém-nascido. Tori ri de mim até hoje, mas eu dou razão à ela: aquilo ficou uma porcaria. Mas bem, daqui a alguns meses - espero eu -, meu lindo cabelinho que já está com as raízes à mostra vai voltar ao seu estado normal e saudável.

Puxei os fios e os amarrei em um coque baixo, enrolando uma bandana vermelha ao redor, por que Grace e Mia haviam dito que ficava bonito. É melhor do que ele solto. Coloquei os óculos para miopia e agarrei a mochila de couro marrom jogada num canto do quarto e a joguei no ombro, levando um grande tempo até me despedir completamente da minha cama e sair choramingando do quarto, seguindo pelo corredor de portas cinzas.

Quando cheguei no andar de baixo, todos já tomavam café: Vovô, vovó, Jolie, Jane e a Callie em seu cadeirão alto. Deixei um beijo na bochecha dela e me sentei ao seu lado, ouvindo a risada alta da minha priminha de nove meses.

- Atrasada bem no primeiro dia, isso é bem a sua cara. - Jane resmungou sem tirar os olhos do celular e eu revirei os olhos, como sempre fazia quando ouvia sua voz irritantemente chata.

- Ah é? E você sabe o que é bem a sua ca... - Fui cortada pela minha avó, que me olhou feio.

- Meninas, por favor! Logo de manhã?

- Menina, você quis dizer? Porque essa aí é uma velhaca que não se enxerga. - Eu murmurei enquanto enchia o meu copo térmico com chá de hortelã gelado.

- Sua mal educada, quero ver você com essa pose toda quando eu falar tudo pro teu pai! - Jane resmungou e se levantou da mesa, jogando a colher suja de iogurte no prato e provocando um barulho horrível.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jan 09, 2016 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

this kinda loveWhere stories live. Discover now