Capítulo 10 - Separados

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hatenai yami no naka (dentro da escuridão eterna)

kimi ga kureta kagaribi ga (a fogueira que você me deu)

garan no kono mune ni (está iluminando a vida)

umareta inochi wo terashiteiru (nascido no templo do meu coração)

Aria (ar) ~ Kalafina

***

– Aguente, majestade! Não feche os olhos!

Riko tinha Seishiro em seus braços, ensanguentado e queimado. Ela também sangrava, embora, o corpo do soldado Fênix Negra com as asas destroçadas no chão estava muito pior que o deles. Os soldados se aglomeraram em volta, enquanto o jovem rei respirava desesperado, o corte no estômago aumentando e a armadura cortada. Riko tentara estancar a hemorragia, havia pomadas de cores estranhas que ela carregava para as queimaduras, mas parou. Não havia esperança...

O solo ainda tinha as marcas do tiro do grande dragão que destroçara as linhas de defesa da muralha, onde por pouco, Riko, Seishiro e alguns soldados escaparam quase ilesos, deixando uma trincheira de cadáveres em quase pó. A luta recomeçara, Seishiro fora cercado e mesmo Riko e os demais não foram suficientes para protegê-lo. Os poucos Fênix Negra que restaram decidiram morrer levando consigo o máximo de inimigos que fosse possível, e acabaram com o jovem rei.

– Majestade, aguente... chamaremos Tôzen!

– Espere, ouçam-me... – e Seishiro agarrou a mão de Riko, trêmula, e olhou para todos em volta, dirigindo-se principalmente a ela e a Yoga. – Pétala Branca... desperte a guerreira que eu sei que existe em minha mãe...

– Majestade...?

– Quero que minha mãe... Hanako como rainha... nada de regentes... eu só confio em minha mãe...

A ordem abalou a todos. Riko não soltou sua mão enquanto Seishiro tossia e cuspia sangue. Como a líder que era e que mais uma vez via-se perdendo um companheiro de batalha daquela forma, aproximou seus ouvidos ao de seu rei para memorizar suas últimas palavras:

– Minhas ordens... são... Hanako como rainha... e, por favor, Pétala Branca... gasp... di... gasp... a minha... irmãzinha... por... Argh...

Riko chamou pelo rei assim como os demais, sem resposta. Os olhos abertos refletiam as luas entre as nuvens que desenhavam o rosto do herdeiro sem paz, sem determinação, tomado pelo vazio.

***

– Eu posso sentir... posso sentir claramente...

O Dragão dourado, confuso, olhou para trás ao ouvir a estranha voz de seu inimigo. Antes fora corajoso e determinado, defendia aquelas pessoas e a estranha jovem, mas agora parecia um louco, rindo aleatoriamente e às vezes sibilando como um inseto asqueroso.

Primeiro dizem que é um monstro assassino e ladrão dos poderes dos deuses... e quando chego, ele defendeu a todos, não parecia ser um monstro. E agora isso? O que raios está havendo?

– Sinto dor... sinto tristeza... sinto medo...

O dragão rosnou, não estava gostando nada daquele comportamento. Seu passageiro ainda chegou a "acariciar" sua cabeça, e ele se desvencilhou enojado. Sentia que havia algo muito errado... sua cabeça doía desde que vira Kurikara atacar aquela garota. Era como se já tivesse visto aquilo antes...

– Sua alma deve ser deliciosa... talvez tanto quanto a desse aqui!

Kinryuu rugiu e voou mais rápido. Daisuke tinha que se explicar.

AIKA - A Canção dos Cinco (A Saga Aika #1) [degustação]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora