Capítulo 9 - Delinquente

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ESTAMOS A CAMINHO DE 5K AEE PORRA!                                                                                                                        Era pra eu estar fazendo um trabalho sobre Romantismo, mas aqui estou eu, escrevendo fic, ouvindo Alt-J, não me deixe sozinha com suas crianças, eu sou uma má influencia.

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– O que você está fazendo? – perguntei já cruzando os braços, a resposta era clara, Anwar estava a ajoelhado ao lado da porta da cozinha, espiando pela fechadura. Eu sabia que tínhamos visitas, Anthony que morava em nossa esquina, era um bom garoto, todavia nunca conheci seus pais, sabia que eram médicos ou algo assim.

–Estou protegendo a virgindade do nosso filho – diz sussurrando e revezando entre olhar pela fechadura e encostar a orelha na porta, segurei a risada, o que faltava agora era eu encorajando as loucuras dele.

–Para proteger a virgindade dele que você deu camisinhas pra ele no verão passado? – disse deixando um pouco de sarcasmo escapar, Anwar me olhou com olhos arregalados e a boca num "O" e eu apenas concordei com a cabeça como um "Sim, eu sabia", mas por fim ele deu com os ombros com um sorriso amarelo. Mãe, eu casei com um dissimulado.

–Foi um teste de confiança, um desafio, ele passou uhul, ele é um certinho, nosso trabalho foi cumprido! – disse de forma jocosa.

–Claro que foi e nosso filho não é certinho – disse franzindo as sobrancelhas pra ele.

–Ele não recebe uma ocorrência vai fazer quantos anos? A ultima foi na pré-escola e foi por que ele não queria dividir um lego e cá entre nós quem dividi lego? É como partilhar escovas de dente, crianças fazem isso? Qual era o problema delas crianças? Alias por que tinha lego naquela escola? As crianças podiam pisar e morrer, não tem aquilo também de "partes pequenas que podem ser engolidas"? Ou isso é pra cola? O que tem pequeno na cola pra engolir que não é cola? A tampa? Mas aquilo é difícil de tirar – meu marido divaga, fiquei com as sobrancelhas erguidas por todo monologo (mas realmente que parte que da pra engolir que não é a cola?) Anwar tinha déficit de atenção, já foi bem pior, nos nosso primeiros encontros ele ficava olhando pra o nada e eu achava que ele não estava realmente interessado em mim

–Ele é disciplinado – disse querendo voltar ao assunto principal – um rapaz educado – Anwar faz com os lábios "robô" com as sobrancelhas arqueadas – você queria o que? Que ele fosse um delinquente como você? Rebelde sem causa, cabulando aulas como se estivesse fugindo do diabo?

–Eu não era um delinquente, eu era livre e cabulava aulas pra encontrar com você, seu ingrato! – disse parecendo verdadeiramente ofendido, colocando a mão dramaticamente contra o peito.

–Livre de modos – falei, o vendo colocar as mãos no coração como se tivesse tendo um ataque cardíaco, revirei os olhos, mas deixei escapar um sorriso.

–Ah, eu casei com um vilão, devia ter escutado minha mãe – diz rolando no chão, fingindo uma voz de dor, "Sua mãe me ama" disse (e era verdade) mas ele ignorou – eu não vou aguentar toda essa maldade por mais tempo, deixe meus vibradores pros guardas, não deixe pra Max, os guardas já são uns pau no c-

O moreno foi jogado um pouco pra frente por Max quando o mesmo abri a porta, ao seu lado um rapaz encolhido, não olhando exatamente para ninguém.

–Vocês já acabaram? – o rapaz cruzou os braços pra nós, mas o rosto estava corado, o fizemos passar vergonha na frente do amigo?

–Você puxou seu pai demais, onde está meu DNA aí? – Anwar ainda estava no chão, com a mesma voz de dor, tão dramático, se deixássemos rolaria no chão e mandaria que ligássemos pra ambulância afirmando que estava tendo um derrame.

–Eu sou adotado – Max disse, e eu sabia que o nariz de Anwar tinha se contorcido tanto quanto o meu, não gostávamos quando o loirinho falava assim, sim ele é adotado, fato, mas mesmo assim, fazer parecer que ele não era inteiramente nosso... Doía.

–É isso que queremos que pense – An disse forçando humor, o sorriso era quebrado, eu sabia que aquilo era um assunto delicado pra ele, o moreno tinha medo que um dia os pais bioecológicos de Max viriam pra busca-lo e o que poderíamos fazer?

–Hm – o menino moreno com sardinhas no rosto começou – prazer vê-lo Sr. Pierre, eu acho que aquele molho já está pronto.

–Sim, sim, claro, obrigado Anthony – sorri para ele antes de entrar na cozinha sendo seguido por Anwar. –Vamos estar no meu quarto – Max gritou do corredor e eu o respondi "Okay" no mesmo tom.

–Você não vai espiar eles de novo? – falei irônico quando senti meu marido envolvendo os braços quando minha cintura e colocando o pescoço em meu ombro, enquanto eu terminava de preparar a comida.

–Nah – sussurrou – eles são bons meninos e não é como se fossem dar netos então... – diz mais sua voz não está bem humorada

–Amor – comecei, mas ele me apertou mais forte, não me deixando continuar.

–Eu fui à instituição em que adotamos o Maxxie, a diretora falou que os pais podem apelar pela custodia, você sabe como as coisas funcionam pra famílias homoafetivas e se tirarem ele da gente? Pi, eu vou morrer – a voz era embarganhada e sua cabeça estava contra as minhas costas.

–Mas não é como se os pais dele o estivessem procurando não é? – disse ouvindo o moreno proferir um "ugh" – você está escondendo alguma coisa de mim?

–Eu... procurei quem eram... Você sabe os pais do Max, eles estão o procurando Pi, podem querer só uma visita, mas e se quiserem levar ele? E se... E se ele preferir eles a nós? Eu ainda vou poder ver ele? Vai ter aquela merda de medida restritiva? Ele vai crescer, arranjara alguém e construir uma família e eu não vou estar lá pra ver Pierre, não vou estar lá no primeiro encontro, nas saídas, quando eles forem jantar, por Deus eu posso nem poder comparecer ao seu casamento.

–Você está exagerando querido – disse tentando tranquiliza-lo, mas eu também não sabia direito o que aconteceria.

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Que loucura né não? Não sei se a loucura é eu atualizando fic ou essa reviravolta :v

Perguntas: Por que eu continuo a fazer capítulos minúsculos? 

Vocês acham que vai dar tudo certo e não tem com o que eles se preocuparem? 

Vocês leriam uma fic sobre o Pierre e o An? 

E o mais importante o que está acontecendo naquele quarto?  (͡° ͜ʖ ͡°) Vocês já estiveram numa situação parecida? ( você no quarto com colega/crush/namorado/whatever, pais numa outra sala...)

Me: Nope.

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The Monster in my ClosetWhere stories live. Discover now