Capítulo 3 - parte 2

20 1 0
                                    

Nossa, faz muito tempo que não atualizava. Bom... esse capítulo já estava pronto.

Boa leitura!

– Taylor, espere. Aonde você vai? – Como ela não respondeu, Austin a seguiu, quase correndo para acompanhá-la, deixou o prédio principal da escola e chegou ao asfalto. Do outro lado do campo, o sr. Shelby estava parado perto do barracão.

A cara do zelador era cinza e tomada de rugas de pavor. Ele parecia tentar gritar, mas só um ofegar curto e rouco saía de sua boca. Passando a cotoveladas pelo zelador, Taylor olhou o barracão e teve uma curiosa sensação de déjà vu.

Parecia a sala do Estripador da festa de arrecadação de fundos da Casa Mal-Assombrada. Só que isto não era uma representação montada para visitantes. Era de verdade.

Corpos estavam espalhados por todo lado, em meio a lascas de madeira e cacos de vidro da janela quebrada. Cada superfície visível tinha sangue derramado, vermelho-amarronzado é sinistro ao secar. E bastava olhar os corpos para saber o motivo: cada um deles tinha um par de feridas roxas e nítidas no pescoço. Exceto Caroline: seu pescoço não trazia marcas, mas os olhos eram vagos e fixos.

Atrás de Taylor, Austin ofegava.

– Taylor, Camila não... Ela não...

– Silêncio – respondeu Taylor, tensa. Ela olhou para o sr. Shelby,
Mas o zelador tinha tropeçado no carrinho de vassouras e esfregões e estava encostado nele. O vidro rangia sob os pés de Taylor enquanto ela atravessava o chão pra se ajoelhar ao lado de Tyler.

Não estava morto. O alívio explodiu em Taylor. O peito de Tyler se movia sutilmente e quando Taylor ergueu a cabeça do menino seus olhos se abriram numa fenda, fixos e desfocados.

Você não se lembra de nada, disse Taylor a Tyler mentalmente. Ao fazer isso, Taylor se perguntou por que se dava a esse trabalho. Ela devia sair de Fell's Church, ir embora agora e nunca mais voltar.

Mas não iria embora. Não enquanto Camila estivesse ali.

Ela pegou a mente inconsciente das outras vítimas em suas garras mentais e lhes disse a mesma coisa, entrando fundo na mente de cada uma delas. Você não lembra quem atacou. A tarde toda é um borrão.

Ao fazer isso, ela sentiu seus Poderes mentais tremerem como músculos fatigados demais. Estava à beira do completo esgotamento.

Do lado de fora, o sr. Shelby enfim encontrou sua voz e gritava. Exausta, Taylor deixou a cabeça de Tyler escorregar entre seus dedos até o chão e se virou.

Os lábios de Austin estavam repuxados, as narinas infladas, como se ele tivesse acabado de sentir um cheiro nauseante. Os olhos eram os de um estranho.

– Não foi Camila – sussurrou ele. – Foi você.

Silêncio! Taylor passou por ele, empurrando-o, para o agradável frio da noite, guardando distância entre si e aquele barracão, sentindo o ar gelado na pele quente. Passos apressados dos arredores do refeitório indicavam que alguns humanos ouviram os gritos do zelador.

– Foi você, não foi? – Austin seguira Taylor até o campo. Sua voz dizia que ele tentava compreender.

Taylor se virou para ele.

– Sim, fui eu – ela rosnou. Ela olhou Austin de cima, sem esconder a ameaça colérica em seu rosto. – Eu lhe disse, Austin, somos caçadores. Assassinos. Você é a ovelha; nós somos os lobos. E Tyler estava pedindo por isso desde o dia em que cheguei aqui.

– Pedindo um murro no nariz, isso sim, como o que você lhe deu antes. Mas... isso? – Austin se aproximou de Taylor, olhando-a nos olhos, sem medo. Ele tinha coragem física; Taylor precisava reconhecer. – E você nem se arrepende? Não sente remorso por isso?

– Por que sentiria? – disse Taylor com frieza, num tom oco. – Você se arrepende de quando come muita carne? Lamenta pela vaca? – Ela percebeu a expressão de incredulidade nauseada de Austin e pressionou-o, impelindo a dor mais fundo em seu peito. Era melhor que Austin ficasse longe dela de agora em diante, bem longe. Ou Austin poderia terminar como aquela gente no barracão. – Eu sou o que sou, Austin. E se não pode lidar com isso, é melhor ficar longe de mim.

Austin fitou-a por um momento a mais, a incredulidade se transformando aos poucos em desilusão, mas a náusea sempre presente. Os músculos em volta de seu queixo se retesaram. Depois, sem dizer nada, ele deu meia-volta e se afastou.

***

Camila estava no cemitério.

Lauren a deixara ali, exortando-a para que ficasse até ela voltar. Mas Camila não queria ficar parada. Estava cansada, mas não tinha sono, e o sangue novo a afetava como um choque de cafeína. Ela queria sair para explorar.

O cemitério estava cheio de atividade, embora não houvesse humano nenhum à vista. Uma raposa escapou pelas sombras para a trilha do riacho. Pequenos roedores faziam um túnel sob a relva alta em volta das lápides, guinchando e correndo. Uma coruja voou quase em silêncio para a igreja em ruínas, onde pousou no campanário com um chamado sinistro.

Camila se levantou e a seguiu. Era muito melhor do que se esconder na relva como um rato ou um arganaz. Ela olhou a igreja em ruínas com interesse, usando seus sentidos afiados para examina-la. A maior parte do telhado tinha caído e só três paredes estavam de pé, mas o campanário se erguia como um monumento solitário no entulho.

Em um lado havia o túmulo de Thomas e Honoria Fell, como uma grande caixa de pedra ou caixão. Camila olhou as faces de mármore branco das estátuas na tampa. Estavam deitadas num sono tranquilo, os olhos fechados, as mãos cruzadas no peito. Thomas Fell parecia sério e meio severo, mas Honoria parecia apenas triste. Camila pensou distraída em seus próprios pais, deitados lado a lado no cemitério moderno.

Vou para casa; é para lá que eu vou, pensou ela. Acabara de se lembrar de sua casa. Podia imaginá-la agora; seu lindo quarto com cortinas azuis, móveis de cerejeira e a pequena lareira. E havia algo importante debaixo das tábuas do piso do armário.

Ela encontrou o caminho para a Maple Street usando instintos que eram mais profundos do que a memória, deixando que seus pés a guiassem para lá. Era uma casa antiga, com uma varanda grande na frente e janelas que iam do chão ao teto. O carro de Jerry estava estacionado na entrada.

Camila partiu para a porta da frente e parou. Havia um motivo para que as pessoas não devessem vê-la, embora ela não conseguisse se lembrar agora. Depois de hesitar subiu com agilidade no marmeleiro e foi até a janela de seu quarto.

Mas não poderia entrar ali sem ser vista. Uma mulher estava sentada na cama com o quimono vermelho de seda de Camila no colo, olhando para ele. A tia Patricia. Jerry estava de pé junto à cômoda, falando com ela. Camila descobriu que podia captar o murmúrio de sua voz, mesmo através do vidro.

– ... amanhã de novo – dizia ele. – Desde que não chova. Eles vão vasculhar cada centímetro do bosque e vão encontrá-la, Patricia. Você verá. – A tia Patricia não disse nada e ele continuou, parecendo mais desesperado. – Não podemos perder as esperanças, independente do que as meninas dizem...

– Isso não está dando certo, Jerry. – Tia Patricia enfim levantou a cabeça e seus olhos estavam avermelhados, mas secos. – De nada adianta.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 18, 2017 ⏰

Adiciona esta história à tua Biblioteca para receberes notificações de novos capítulos!

The Fury - Vampire Diaries  (Camren adaptation)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora