Another Picnic Time

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  Pov Frank

Depois do ocorrido, a casa inteira voltou ao silêncio mortal de antes mas, quando subi as escadas para tomar um banho, jurei ter ouvido Stephen soluçar enquanto emitia ruídos, que acreditei que eram ele realmente fazendo as malas de uma forma totalmente grosseira, e agredeci mentalmente por eu não ser uma de suas roupas , que provavelmente eram amassadas e jogadas furiosamente para dentro da bagagem. Stephen estava chorando. Por minha causa, mas o que podia eu fazer?

Das três namoradas que tive em toda a minha vida, Cher foi a que mais me cativou e a única a qual traí, daí o motivo de me sentir tão culpado em relação a isso.

"Ela é tão legal, por que você sempre tem que estragar tudo?", "Você foi fiel a todas, por que logo Cher teve de ser traída? E pior, com um garoto!" e "Ela confiou em você!" era tudo o que passava em minha mente numa espécie de debate interno unânime.

Além dela, magooei Stephen também, e até pensei em ir até ele e pedir desculpas, mas...por qual motivo, exatamente? Eu deixei bem claro que amava a minha namorada, e sempre julguei o que acontecia entre nós como insanidade. Ele sabia disso, ou ao menos era o que eu achava.

Recuei e resolvi voltar à sala, para iniciar uma breve faxina e ajeitar a "bagunça" que eu e Stephen fizemos. Mas nem mesmo se eu limpasse cada poeira daquela sala, aquela tarde jamais sairia da minha cabeça.

Era inegável que Cher era linda, divertida e até mesmo incrível, mas ela jamais seria tão como Stephen. Ele me dava a impressão de que nem em duas vidas Cher aprenderia tudo o que ele sabe sobre sexo mas, temia que não fosse apenas isso.

Da primeira vez em que o vi, confesso que tratei-o indiferente, apesar de notar seu olhar diferente em relação à mim. Mas, quando ele se esforçou para aprender ao máximo sobre games para se aproximar de mim, concordei comigo mesmo que ele era uma pessoa legal, e muito, muito persistente. E quando ficamos sozinhos pela primeira vez...senti-me tão confuso que cheguei a pensar que tudo o que conhecia parecia conspirar contra mim.

Não que eu tivesse preconceito com gays, sempre me pareceu fácil de aceitar, mas eu nunca me senti como um, nem mesmo nunca me imaginei com um homem. Esse é problema: sempre me pareceu fácil demais, até sentir isso na pele.

Porra, eu sou o melhor jogador de videogames do colégio, sempre tive luta, armas e donzelas indefesas no meu caminho, como eu iria imaginar que minha falta de interesse poderia ser o fato de que eu não havia encontrado nada que me interessasse, até que Stephen chegou?

Eu fiquei amuado, pois sabia que Stephen não era um cara normal perante a sociedade e, por mais que eu não aceitasse, me senti com a consciência pesada. Comecei a imaginar o que meus amigos pensariam, o que os vizinhos falariam - é uma cidade pequena, uma simples fofoca se espalharia rapidamente, como fogo e pólvora - e até mesmo o que meus pais diriam. Papai pode até ter aceitado o fato de ter um sobrinho gay agora, mas não sei se ele reagiria da mesma forma se soubesse que o filho era um deles. Cher também me pareceu bastante feliz com o fato de ter amigos gays, mas ela jamais aceitaria que o namorado beijasse outros rapazes, o que de certo ponto considerei aceitável, já que com certeza eu reagiria da mesma forma.

Cher. Eu agradeço tanto por ela ter aparecido no momento certo. Nos conhecemod quando encontrei-a quase chorando debaixo de uma velha árvore no campus do colégio, onde eu costumava ir para pensar sobre a vida. Ela se desculpou, pois sempre me viu sentar ali e julgou que aquele fosse o meu lugar.

- Não, não se preocupe com isso, não há nada meu aqui! O pomar é propriedade. - disse eu. Ela pareceu feliz com a minha resposta, e limpou algumas lágrimas que teimavam em borrar o seu rímel.

Dear Werewolf || Ziam Mayne FanfictionWhere stories live. Discover now